Amor de pai não tem limites

Amor de pai não tem limites

Para os jovens, a relação com os pais pode ser marcada pela liberdade e pela confiança mútua

Cobrar bom rendimento em relação às notas escolares, conversar sobre a adolescência e seus conflitos, pedir dinheiro para comprar uma roupa, controlar os limites: o relacionamento entre os adolescentes e seus pais ultrapassa muitas barreiras e pode se encher de cumplicidade.

O empresário Marcelo Manfrim se desdobra entre seu trabalho e a criação de suas duas filhas: Marcela, de 15 anos, e Maria Eduarda, de 12 anos. Separado e convivendo frequentemente com as filhas, que passam muitos dias da semana em sua casa, Marcelo privilegia o contato direto com as meninas e conversa com elas sobre tudo que se relaciona ao universo jovem. “Temos que evoluir para educá-las. Aprendo muito com elas, pois meus pais me educaram de outra forma, era outra época”, explica. Marcela concorda e se sente à vontade para perguntar e contar o que quiser ao pai.

O mesmo acontece na casa do engenheiro César Augusto de Jesus Falcão. O profissional aproveita os momentos em família para estreitar o relacionamento com os filhos. Na adolescência, Mateus Moreira Falcão, de 13 anos, costuma praticar atividades físicas na companhia do pai. Corrida, paintball, futebol e outras atividades fazem parte da agenda em comum. “É uma hora importante, pois debatemos sobre muitos assuntos, como escola, relacionamentos e dúvidas”, declara o pai. O jovem acrescenta que é muito bom estudar na companhia do pai, que entende de muitas matérias.

Saber o que acontece no dia a dia dos filhos deve ser uma estratégia dos educadores para orientar os jovens a seguir os melhores caminhos e tomar atitudes acertadas. Para isso, Marcelo costuma organizar, junto com as filhas, uma agenda semestral, que é dividida entre escola, esportes, atividades extracurriculares e até mesmo horário para usar a internet. Maria Eduarda adora o relacionamento com Marcelo e acredita que a separação dos pais acabou por contribuir com essa aproximação. Marcelo concorda e acredita que o fato delas serem mulheres não atrapalha. “Claro que muita coisa eu conto só para a minha mãe. Mas meu pai sabe de alguns paqueras, baladas e outros assuntos”, explica a adolescente.

Para César, esse contato direto é muito importante para se educar bem. “Divido as funções, quando possível, com a minha mulher. Levo e busco meus filhos nas atividades extras, marco presença nos eventos que eles me convidam. Trabalhar fora não é desculpa para se ausentar totalmente da vida dos filhos”, garante ele, que se desdobrava para conviver com os pequenos quando passava vários dias fora da cidade a trabalho. Marcelo acrescenta, ainda, que a tecnologia hoje ajuda muito nessa relação. O pai procura se modernizar, entender o mundo em que suas filhas estão inseridas para educá-las de uma forma mais contemporânea. Isso tudo sem deixar de lado o carinho, a compreensão, a cumplicidade e a confiança.

Texto: Mariana Secaf
Fotos: Carolina Alves

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