Artesanato chique
As peças feitas à mão têm um charme todo especial
Peças feitas à mão têm um charme todo especial. Elas podem ser consideradas verdadeiras obras de arte que, em sua essência, refletem o talento e a cultura do povo brasileiro em suas diversas nuances. A inspiração do autor é transmitida em uma vasta gama de formatos, estilos e cores. Cada produto merece toda atenção e cuidado do seu criador, o que gera resultados personalizados. Não é de hoje que essas características vem chamando a atenção dos consumidores e, consequentemente, do mercado de decoração. Assim, o artesanato ganhou destaque nas prateleiras das lojas e, justamente pela sua simplicidade, torno-se um ornamento extremamente valioso.
A loja Santa Ideia, por exemplo, segue essa tendência. Depois de constatar o grande interesse das clientes por esse tipo de enfeite, a empresa firmou parceria com uma ONG que produz um artesanato com alto padrão de qualidade. “Hoje, essas peças são extremamente procuradas. Como era de se esperar, esse trabalho passou por uma importante evolução, o que contribuiu nesse processo de valorização. No nosso caso específico, a ONG que nos fornece o material conseguiu aliar o manual com a tecnologia, realizando uma produção em série. As pessoas se encantam com o conceito e com a perfeição no acabamento”, explica a arquiteta Ana Carolina Tipaldi.
O interessante é mesclar essas peças com outras contemporâneas, com design arrojado e moderno, ou até mesmo com o clássico. A mistura torna o ambiente mais interessante e rico. Geralmente, os ornamentos artesanais são pequenos, mas notáveis, mais utilizados em detalhes como colchas, almofadas e enfeites. “A maioria dos produtos que temos na loja são feitos de tecido com estampas exclusivas. O artesanato traz alegria e aconchego para os espaços. Justamente por isso, as crianças gostam muito dessa modalidade decorativa. Inclusive, temos uma linha de bichinhos de pelúcia criada especialmente para os pequenos”, afirma a arquiteta. Ainda segundo ela, técnicas como patchwork, crochê e tricô também estão em alta.
Susana Emm, proprietária da Hortelã Pimenta, ressalta que essa paixão por produtos feitos à mão não se restringe ao território nacional. “Nossa arte é muito admirada no exterior. Qualquer peça que tenha na etiqueta a indicação ‘handmade’ tem seu valor triplicado. É algo realmente único. Mesmo que o artesão tente reproduzir o que foi feito anteriormente, dificilmente obterá um resultado idêntico. As pessoas apreciam a exclusividade. Algumas nem compram o produto pronto. Preferem fazer encomenda para que a peça seja feita sob medida”, afirma Susana.
A empresária também enxerga de forma positiva o aprimoramento constante do artesanato brasileiro. “Quando se pensa em artesanato, o consenso tende a visualizar algo mais rústico. Porém, hoje, existem vários tipos de artesanato, desde o básico até o mais sofisticado e bem elaborado. O trabalho manual ganhou um status diferenciado e isso é ótimo. É a nossa cultura e o nosso trabalho em evidência”, ressalta. Os materiais de maior aceitação são madeira, mdf, tecido e cerâmica. Entre os sucessos da loja, Susana destaca a caixa de costura que, além de servir para guardar os aviamentos, também é uma peça decorativa. Além dela, as caixas de vinho, os cachepôs e os oratórios fazem grande sucesso. Essa filosofia artesanal é tão forte para Susana que até as etiquetas e as embalagens para presente da Hortelã Pimenta são feitas manualmente.
Os móveis feitos artesanalmente também passam por crescente valorização. Armários, cômodas, poltronas, mesas e cadeiras, entre outras peças, são esculpidas diretamente da madeira. Complementos em ferro ou cerâmica são detalhadamente elaborados pelas mãos do profissional. Magda Pontes e Thais Maestrello, proprietárias da Oficina da Casa, convivem com essa realidade diariamente. No ateliê montado por elas, a matéria-prima se transforma e, através do talento, ganha vida nova. “É gratificante pegar o material, pensar no que vai ser feito com ele e depois ver o produto pronto. Melhor ainda é perceber a satisfação do cliente. Antigamente tudo era feito assim. Os móveis duravam e tinham uma boa qualidade. Acredito que está havendo um resgate de valores e o que é feito à mão está incluso nisso”, comentam as sócias. Além de confeccionar peças, elas reformam mobílias. “A procura é grande. Podemos personalizar a encomenda de acordo com os gostos e as necessidades de quem nos procura”, finaliza Thaís.
Texto: Paula Zuliani
Fotos: Carolina Alves
