
Caminho de Santiago
Por atrair peregrinos de diversas religiões e lugres do planeta, o caminho de Santiago de Compostela é considerado patrimônio mundial
Santiago de Compostela, capital de Galiza, localizada na província de Corunha na Espanha, ficou mundialmente famosa pela catedral construída na região, e que atrai ao longo dos anos diversos peregrinos que perfazem os Caminhos de Santiago de maneira a depararem-se com o túmulo de um dos apóstolos de Jesus Cristo: Tiago, cujo corpo, dizem, foi trasladado para aquela região. Na opinião dos peregrinos, percorrer o Caminho de Santiago de Compostela é uma das mais profundas e extraordinárias experiências que o homem pode ter.
Em maio do ano passado, o grupo ribeirãopretano Peregrinos e Cia partiu rumo à Espanha para uma caminhada que durou 35 dias. Do grupo que seguiu para Espanha, estavam presentes: Ademir Martins; Claudinei Zanella; Gislene Baptistussi; Henrique Ravasi e José Luiz Costa. “Quando decidimos ir, iniciamos um treinamento intensivo com caminhadas diárias de uma a duas horas e caminhadas nos finais de semana de 25 a 30 km. Além disso, os integrantes do grupo procuravam melhorar o seu condicionamento físico fazendo atividades em academia. Faziam Ioga, Tai Chi Chuan e etc.”, explica um dos peregrinos José Luiz Costa.
O grupo percorreu o caminho tradicional, o milenar caminho francês, que se inicia na cidade francesa de San Jean Pied Port, nos pés dos Pirineus, percorrendo todo o norte da Espanha até a cidade espanhola de Santiago de Compostela, caminhando um total de aproximadamente 814 Km.
José Luiz conta que o trajeto foi planejado para que não fosse cansativo, caminhando uma média de 20 km diários. “O caminho é muito bem estruturado com albergues, que podem ser públicos ou particulares, alguns cobrando de 3 a 10 Euros e outros não tendo preço fixo e o valor do donativo fica a critério de cada turista. Os albergues tinham hospitaleiros dedicados e muitas vezes voluntários para atender os peregrinos que vêm de todas as partes do mundo e de todas as religiões. Os restaurantes localizados no percurso, desde o mais simples até o mais sofisticado, não exploram os turistas, oferecendo sempre, o conhecido ‘menú do peregrino’, que tem o mesmo preço em qualquer localidade”, explica José Luiz.
O grupo Peregrinos e Cia ficou encantado pelas paisagens e monumentos históricos milenares encontrados no caminho. Pontes romanas, castelos templários, construções com portais celtas, igrejas católicas antigas com acervos religiosos totalmente preservados, completam a paisagem e demonstram o poderio da igreja naquela região. “Os problemas no percurso tornaram-se irrelevantes diante do prazer e da emoção que sentimos ao finalizar o caminho. Ao final, tínhamos a certeza da missão cumprida. E ainda tivemos a sorte de assistir à missa do peregrino na Catedral de Santiago de Compostela, na qual foi ativado o famoso Botafumeiro: um insensário gigante que é movimentado por sete monges e que percorre toda a nave principal da Catedral”, conclui.
Equipamento para a viagem
A dica do grupo para os equipamentos básicos da viagem é: mochila, roupas quentes, calçados e sacos de dormir. “Os integrantes do grupo procuraram cada um montar a sua mochila com aquilo que achavam necessário. Todos tinham consciência que não poderíamos levar tudo o que quisessemos, pois a mochila com todos os equipamentos não poderia pesar mais do que 10% do seu peso corporal”, aconselha. Outra dica de extrema importância que os peregrinos deram foi com relação ao calçado utilizado. “Recomendamos botas de caminhada (tracking) de boa qualidade, impermeabilizada, sendo que a numeração tem que ser obrigatoriamente um número acima do que a pessoa calça, além da meia própria para tracking”, finaliza.
Em julho os peregrinos ribeirãopretanos partem em busca de novas aventuras, desta vez, para o Perú, onde vão percorrer a trilha de Salkantay, subindo a montanha até chegar a Machu Pichu.
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Texto: Bruno Silva
Fotos: Henrique Ravazi e Ademir Martins