Caratecas promissores

Caratecas promissores

Com muita dedicação e treino, jovens ribeirãopretanos se destacam na luta marcial

Texto: Mariana Secaf
Fotos: Ibraim Leão

Apesar de ser uma prática milenar, o caratê tem conquistado muitos adolescentes, que encontraram na luta uma forma de relaxar e praticar uma atividade física regularmente. De origem japonesa, o caratê é uma arte marcial que enfatiza técnicas de percussão “atemi waza”, que utiliza como defesa os socos e chutes, ao invés das técnicas de projeções e imobilizações.

O adolescente Eduardo Moretti Pereira, de 14 anos, que treina cinco vezes na semana, matriculou-se na modalidade por conta de um problema respiratório. “Escolhi o caratê como uma forma de defesa pessoal e de ajudar no meu condicionamento físico. Depois de algum tempo, descobri minha paixão pelo esporte”, conta o atleta, que luta há oito anos.

Com 24 anos de dedicação ao esporte, Ricardo Miguel de Aguiar acumula especializações na luta marcial. O técnico da equipe de Ribeirão Preto e da seleção paulista adulto é pós-graduado em treinamento desportivo, já tendo conquistado inúmeros prêmios. Para o profissional, a modalidade, quando realizada por adolescentes, torna plena a autoconfiança. “O jovem passa a acreditar que é capaz e não questiona tanto, algo que é normal nessa idade. Os adolescentes que treinam comigo sofrem uma transformação muito positiva. Conversando com seus pais, percebo que o caratê extrapola as horas de treino e os ajuda a solucionar outros problemas, pelo simples fato de ser um novo desafio”, explica o professor, que conta com uma equipe de campeões.

Breno Assunção Tannus da Rocha, de 14 anos, concorda com os resultados citados pelo seu professor e complementa que o caratê ensina muitas outras lições, como a ter respeito. O jovem considera esse esporte de extrema importância para a formação de seu caráter. O adolescente praticava natação e caratê ao mesmo tempo.

“Mas as competições de caratê coincidiam com as de natação. Assim, não dava mais para disputar os dois. Sempre competi as provas de natação até que, em 2009, optei por competir somente o caratê, pois é um esporte envolvente que traz equilíbrio e disciplina”, conta o atleta, que é o atual campeão paulista, 3º colocado na Copa Brasil 2010, campeão paulista classificatório 2010 e integrante da equipe nacional que participou do XI Open da Itália 2010.

Através de um trabalho comprometido, o técnico Ricardo Aguiar obteve resultados positivos com a equipe de Ribeirão Preto. “Os atletas têm uma dedicação impressionante. Desde excelentes notas na escola até treinamentos diários sem folga, eles seguem uma preparação específica de treinamento”, explica o orgulhoso profissional.

Com o apoio de seus pais, Lorene Zorzetto Carniel, de 14 anos, compete e pretende seguir carreira profissional no esporte. “Quero fazer faculdade de Educação Física e me dedicar à arte marcial, pois ela me trouxe preparo físico, disciplina, concentração, atenção e atitude”, declara a atleta. O mesmo acontece com Thamires Alves de Sousa, que vê no caratê uma forma de crescer profissionalmente na vida.

O Caratê
A palavra significa “mãos vazias”. A arte marcial japonesa era, inicialmente, praticada na Índia e China, porém com outros nomes. Somente no século passado, o esporte passou a ser difundido pelos japoneses para o resto do mundo. “Quando se pensa em ‘mãos vazias’, isso que dizer que se trata de uma arte que insiste na prática de formas de luta ou defesa sem uso de armas. Quanto mais o praticante se aprofunda nessa arte, mais percebe que essas mesmas mãos devem estar ‘vazias’ de sentimentos negativos, como raiva, rancor, ódio, inveja entre outros”, expõe o professor e técnico Ricardo Miguel de Aguiar.

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