
Censo 2010
Falta de treinamento de recenseadores e colaboração da população pode prejudicar Censo 2010 em Ribeirão Preto
Iniciado no dia primeiro de agosto, o Censo 2010 tem prazo até sexta-feira, dia 8 de outubro, para ser finalizado, mas em Ribeirão Preto, os dados correm o risco de não serem entregues corretamente por falta de treinamento adequado dos recenseadores, que não têm classificado corretamente as moradias, deixando de coletar dados de muitos moradores.
Na cidade são sete postos de coleta, cada um com nove supervisores e um agente municipal responsáveis por uma média de 10 a 16 setores. Após a coleta de dados, feita pelo recenseador, os supervisores retornam às casas para conferir se a classificação foi feita corretamente e de acordo com o supervisor do posto da Vila Elisa, Leonardo José da Silva, responsável por 16 setores, a coleta dessas informações está atrasada porque além de classificar os domicílios erroneamente, os recenseadores têm deixado de concluir a coleta em alguns quarteirões.
“Temos notado certa dificuldade nos recenseadores em classificar o domicílio como “ocupado”, “fechado”, “vago” ou “de uso ocasional”. Alguns recenseadores, ao não encontrarem o morador em casa, classificam o local como “vago” ao invés de voltar em outro momento e fazer a coleta corretamente", explica o supervisor. Estimativas do IBGE apontaram um número de 600 mil moradores em Ribeirão Preto, mas com 95% da cidade já coletada, foram encontrados 503 mil moradores, o que demonstra que, em muitos lugares, provavelmente não está sendo feita a coleta.
A falta de treinamento adequado dos recenseadores e de colaboração da população são os principais fatores apontados pelo supervisor para a incorreta realização do censo em Ribeirão Preto. “É compreensível que alguns recenseadores fiquem com medo de fazer a coleta em favelas, mas no caso do Jardim Irajá, por exemplo, as pessoas não querem responder. Na Avenida João Fiusa, os moradores não querem dizer o quanto ganham, provavelmente por verem o recenseador como ameaça. Há também a possibilidade de o recenseador não saber a melhor forma de abordagem e isso só atrapalha o andamento da coleta”, explica Leonardo.
As informações coletadas pelo censo permitem conhecer os padrões de fecundidade, mortalidade e migração e são essenciais para a elaboração de projeções e estimativas populacionais, além de permitir a análise da evolução da população. Coletar as informações corretamente e traçar um retrato fiel da realidade econômica da cidade também pode contribuir uma maior destinação de verbas para o município. “Se há um erro de cálculo, pode haver um aumento da dívida em que a cidade se encontra. A Prefeitura depende dessa pesquisa para conseguir o dinheiro necessário para melhorar os recursos públicos”, ressalta o agente censitário supervisor.
Revide On-line (colaborador: Gabriela Castilho)