Contabilidade ambiental
Tema do livro de Paulo Paiva, a nova vertente contábil gera informações e proporciona melhores práticas de sustentabilidade ambiental
Para o professor Paulo Roberto de Paiva, a contabilidade tem como principal finalidade gerar informações para a tomada de decisão. Quando o foco são as ações relacionadas ao meio ambiente, surge uma nova vertente: a contabilidade ambiental. Ela registra os dados, gera informações que possibilitam uma avaliação do presente, do passado e uma prospecção do futuro, proporcionando melhores práticas, além de antever possíveis problemas.
Resultado de sua dissertação de mestrado, o tema se transformou no livro “Contabilidade ambiental: evidenciação dos gastos ambientais com transparência”, publicado pela editora Atlas, em 2003. Graduado e mestre em Controladoria e Contabilidade, Paulo é docente da FGV/Faculdades COC em cursos de graduação e FEA-USP no MBA em Controladoria e Finanças, entre outros cursos de pós-graduação.
Qual o custo-benefício para empresas que possuem ações socioambientais?
Além de produzir e comercializar de forma íntegra, há a valorização e o fortalecimento da imagem na medida em que essa postura é associada à marca.
O empresário brasileiro está mais consciente da responsabilidade socioambiental?
Por força do processo de conscientização e dos aspectos legais, essa postura está mudando. As empresas que pensam seus negócios estrategicamente e conseguem ver um horizonte mais longo, saíram na frente. Além de agir de maneira ambientalmente correta, é importante divulgar o que se faz.
A postura do consumidor está mudando?
Mais informado e consciente, sua exigência tem aumentado. Ele está pesando na mudança de postura dos empresários. Mas o processo de conscientização é lento e gradual.
A educação é a chave desse processo?
Como os avanços científicos são frutos do desenvolvimento da educação, o processo
de conscientização e cuidados com o meio ambiente são reflexos do grau de evolução educacional. Na medida em que forem feitos investimentos em educação, novas gerações de produtores e de consumidores serão formadas.
O investidor estrangeiro se preocupa em produzir de forma consciente?
No setor produtivo sim, pois parte de sua produção certamente será exportada. No entanto, os investidores que visam o mercado de capitais, a curto prazo, muito pouco.
Como incentivar novos negócios?
O papel público é fundamental nesse processo, seja por meio de incentivos tributários, linhas de crédito subsidiadas, verbas para pesquisa e, principalmente, por um sistema educacional melhor. Com essa gama de novos negócios, aumentamos a atividade econômica com geração de emprego e renda, evitando problemas futuros.
