
Crise no Brasil
As fortes quedas nos mercados geram uma grande preocupação com algumas das maiores economias do mundo
A crise internacional tem sido assunto diário tanto nos noticiários quanto nas conversas informais. As fortes quedas nos mercados geram uma grande preocupação com algumas das maiores economias do mundo. O receio é de que os problemas fiscais nos Estados Unidos e em várias economias europeias levem a um menor crescimento mundial, o que resulta na diminuição de investidores nas ações consideradas ativas de maior risco, e faz os preços caírem.
O economista Sérgio Nalini explica como a crise econômica internacional pode afetar alguns assuntos no Brasil. Confira.
Comodities (combustível e alimentos) - o Brasil é fornecedor desses produtos, talvez a gasolina seja o maior problema, já que o Brasil não tem o refino — que realiza o processo químico de limpeza do óleo cru extraído dos poços e minas de óleo bruto, produzindo diversos derivados de petróleo — como a Venezuela, por exemplo, e a falta do Gás, que também é importado e não somos auto-suficientes, se esses preços dispararem podem nos levar a grandes gastos aqui e inflação, por consequência. De outro lado, se os preços caírem muito, que é o mais provável em crise, podem gerar menos balança comercial, menos receita para o país e falta de dinheiro, aí o governo tem que intervir, oferecendo créditos.
Negócios (comércio - imóvel - emprego) - Os negócios estão vinculados hoje no mundo, o desgastado termo globalização, até a cerveja que o cidadão toma hoje é internacional, ainda que seja brasileira. Se o primeiro mundo para de consumir, por culpa de uma crise, ela vai se alastrando, inibindo os negócios e principalmente inibindo os créditos, por temor e por falta de dinheiro mesmo, e isso acaba chegando às empresas fabricantes, que demitem, as lojas vendem menos, compram menos das indústrias, este é o pior cenário. Em 2008 as ações do governo brasileiro, como já disse, inibiram essa infeliz cadeia. O setor imobiliário é filho do crédito, numa crise financeira certamente é o que mais sentirá.
Finanças (Inflação, Juros e Crédito) - Este é o tipo de negócio que só sobrevive com escassez, é péssimo na falta…Se não tem recursos em abundância vai se emprestar o quê? Com isso os juros sobem pela lei de oferta e procura, tem mais gente precisando do que oferecendo, além do temor de não se receber o que se empresta. Inflação é ruim, quem a patrocina normalmente é o alto comprometimento do Estado com suas receitas e o excesso de crédito no mercado, caso inverso de uma crise que provoca muitas vezes deflação, estagnação. Difícil saber qual é pior, claro que o melhor é o equilíbrio, mas isso não vem com crises. O pior dos cenários é a crise combinada com inflação alta.
Crescimento populacional - Cada vez mais está havendo um controle populacional, os casais não estão tendo filhos sem planejamento, boa parte da população calcula que chances terão para bem criar os seus filhos, sem o olhar o lado religioso, é isso mesmo que se tem que fazer. A faixa de pobreza não consegue fazer isso pela falta de educação básica, mas ela também (a miséria absoluta) já caiu bem no país, mas precisa cair mais. Esse também foi um dos fatores que ajudou muito o Brasil e ainda pode ajudar nas próximas crises, com a migração da faixa de pobres para a classe média o consumo interno do Brasil cresceu bastante, isso criou um giro de nossas riquezas (fabricação, comércio e consumo), que nos dá certa independência mundial.
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Texto: Pâmela Silva