Dar esmola não ajuda

Dar esmola não ajuda

Campanha da Assistência Social percorre até amanhã avenidas Saudade e Brasil orientando população

Termina amanhã a realização de mais uma etapa da Campanha "Dar Esmolas Não Ajuda", da Secretaria de Assistência Social, que durante toda esta semana está levando uma equipe para orientar a população nas avenidas Saudade, Brasil e Quito Junqueira.

Para conhecer um pouco mais sobre este importante trabalho para a cidade de Ribeirão Preto, o portal da Revide entrevistou o coordenador do projeto, Frederico Mazzo. Acompanhe.

Quando começou a campanha “Dar Esmolas Não Ajuda” e quais outras ações já foram desenvolvidas?
A Campanha “Dar Esmolas não Ajuda” começou no ano de 2009 e desde seu início teve diversas ações de conscientização, desde panfletagens educativas em praças públicas, participação eme diversos eventos, em reuniões do CONSEG (Conselho de Segurança) das regiões Central, Sudoeste e Sul, visitas em escolas e participações nos meios de comunicação, sempre com a intenção de difundir os prejuízos da esmola e criar multiplicadores.

Por que foram escolhidas as avenidas Saudade e Brasil para esta nova ação, há maior incidência de mendicância naquela região?
A escolha dos citados locais para iniciar essa nova ação foi devido à solicitação dos comerciantes da região que alertaram a dificuldade que vinham tendo com os moradores de rua em seus estabelecimentos.

Há apuração de número de moradores de rua naquela região? E de índices de uso de drogas?
Quanto ao número de moradores de rua na região citada não temos uma estimativa, mas sabemos que devido às praças e a facilidade de esmola na região é um ponto de concentração de pessoas em situação de rua. Já no que diz respeito às drogas não é uma estimativa oficial, mas pela experiência dos trabalhos acreditamos que cerca de 90% das pessoas em situação de rua daquela região são dependentes de álcool e drogas.

Qual tem sido o 'feedback' recebido pela população da área com relação à realização da Campanha?
A população tem aprovado a ação e acha importante que algo seja feito com relação a essas pessoas em situação de rua e vêm se comprometendo a não serem permissivos com relação a esmola. Para a equipe o feedback positivo é importante, pois acreditamos que orientações educativas dessa forma pessoal são mais efetivas na formação de multiplicadores.

O que exatamente a equipe da campanha orienta?
A equipe aborda os comerciantes primeiramente para escutar a respeito das dificuldades dos mesmos na relação com as pessoas em situação de rua que os abordam pedindo esmola. A partir daí, explicamos os motivos pelos quais não devem dar esmola, contamos a respeito de toda rede socioassistencial que existe à disposição dos moradores de rua e de como a esmola afasta essas pessoas do atendimento, e ainda explicamos a quem devem recorrer quando se deparam com determinadas situações, como um morador agressivo (chamando a Guarda Municipal), alcoolizado ou machucado (chamando o SAMU) ou em situação de esmola (ligando 161).

Há casos de moradores de rua atendidos pela Assistência que tenham saído dessa condição?
Presenciamos situações de luta e vitórias, contudo, podemos dizer que quando o morador de rua aceita o atendimento e se compromete a melhorar ele começa a encontrar diversas oportunidades, não só para sair do vício, mas também para reencontrar a família, voltar ao mercado de trabalho, regressar a sua cidade natal e se ver novamente inserido na comunidade.


Revide Online
Foto: Carolina Alves

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