Descoberta saborosa

Descoberta saborosa

Com características peculiares, vinhos Primitivo são democráticos à mesa e estão em alta no mercado

Nos Estados Unidos, ela é conhecida como Zinfandel; já na Itália, é chamada de Primitivo: dois nomes diferentes e dois lugares de cultivo distintos, mas trata-se da mesma variedade de uva. Contribuindo para uma constante crise de identidade, as uvas Primitivo têm suas raízes na Croácia, onde foram cultivadas por muito tempo até serem trazidas, no século XVIII, para a região de Puglia, no sul italiano, e, antes de chegarem aos Estados Unidos, na década de 1820, pelas mãos de austríacos.

O parentesco entre as uvas croatas, italianas e americanas só foi confirmado através de pesquisas de DNA, que comprovaram a equivalência genética das castas. Elas são cultivadas em áreas mais quentes e possuem maturação precoce, sendo colhidas em meados de agosto. Essa característica peculiar da Primitivo resulta na produção de vinhos com alto teor alcóolico, como os tintos, que são balanceados, encorpados e de coloração forte. Nos Estados Unidos, um estilo popular é o White Zinfandel, produzido com a casca da uva, sendo um rosé ligeiramente doce, leve e com coloração clara.

“Esses vinhos são muito democráticos à mesa", diz Sérgio Mussolino.

Segundo Sérgio Mussolino, do Wine Clube Decanter Ribeirão Preto, os vinhos Primitivo se destacam pelos aspectos diferenciados da casta. “Muito em voga em nosso mercado atualmente, a uva Primitivo apresenta vinhos maduros, com bom volume na boca, taninos maduros (sem cotovelos) e com sedutores aromas achocolatados. Isso ocorre em função da sua precoce maturidade”, detalha Sérgio.

Todos os sabores

Os vinhos Primitivo são adequados para consumo em diversas situações. Opções de harmonização para os tintos da casta são pratos com carne vermelha, como costela ao molho barbecue. Aves em geral, queijos amarelos e pizzas também são boas alternativas. Já para o estilo californiano White Zinfandel, são recomendadas opções mais leves, como aperitivos e coquetéis frios, além de entradas com peixes, frutos do mar, molhos e cremes suaves. Saladas de frutas e outras sobremesas ainda acompanham bem o ligeiro rosé. “Esses vinhos são muito democráticos à mesa. Pastas e pizzas são bem-vindas, porém uma perna de cabrito, assada lentamente com legumes, encontra nesses vinhos a companhia ideal”, finaliza Sérgio.

As sobremesas — como a mousse de chocolate do Le Petit Bistrot — também combinam bem com os vinhos Primitivo

Como as pizzas estão entre as opções de harmonização, uma receita da Famosa Pizza é sempre uma boa escolha

Para experimentar

Sérgio explica que os vinhos Primitivo podem ser classificados em função da apelação de cada região produtora (Puglia, Salento, Tarantino e Manduria). Já para os Zinfandel, são recomendados os vinhos das regiões californianas de Mendocino e Lodi. Confira algumas indicações.

I Monili Primitivo del Tarantino – Racemi: entrega frutos maduros negros e nuances de geleias. Possui bom frescor e taninos sedosos.

Primitivo di Salento – Al Bano Carrisi: apresenta aromas de caramelo, chocolate e cacau, resultados da combinação da uva Primitivo com o carvalho americano. Produzido nas vinhas do cantor italiano Al Bano Carrisi.

Sinfarosa Zinfandel Primitivo – Felline: muito equilibrado e envolvente, com acidez precisa que cede leveza ao conjunto. Com coloração rubi de média concentração, traz aroma de ótima definição, com licor de groselha vermelha, ameixa passa, violeta, especiarias doces e tabaco mentolado.

Os vinhos Primitivo podem ser classificados em função da apelação de cada região produtora

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