Disseminando a diversidade
Na foto, Luis, Sheyla, Rafael, Ana Luisa e Vitor Dutra

Disseminando a diversidade

Desde 2005, o projeto FADA – criado por Sheyla Dutra após o nascimento da filha Ana Luisa – vem ajudando e acolhendo famílias de pessoas com Síndrome de Down e outras pluralidades

Ativista pela causa das pessoas com deficiência, palestrante, engajada em movimentos femininos e militante pela inclusão. Essa é a descrição do perfil de Sheyla Dutra, coordenadora e idealizadora do Projeto FADA – Família Diversidade e Amigos –, mas, não é só isso que chama a atenção dos usuários que visitam sua página no Instagram. Logo abaixo do texto de apresentação, está escrito: “esposa, mãe e voluntária”. E a Sheyla, realmente, é tudo isso. É mãe biológica do Rafael, do Vitor e da Ana Luisa, mãe de mais de 20 intercambistas que passaram por sua casa – e que mantém contado até hoje –, e mãe de coração de milhares de outros filhos que são atendidos pelo seu projeto. É esposa do Luis, seu maior apoiador, e voluntária, com todo amor, dedicação e entusiasmo.

 


A história do projeto se inicia em 2005, quando Ana Luisa, que hoje tem 18 anos, nasceu. “Quando ela nasceu, em um primeiro momento, foi um susto. Ninguém do hospital estava preparado para dar a notícia adequadamente. Percebi muito isso naquele momento, porque, antes de ser profissional ou qualquer outra coisa, a gente é ser humano. Notei essa falta de tato, profissionalismo e humanismo dentro do hospital, que lida com vidas. Eu só me senti acolhida quando encontrei com o Dr. Charles Marques. Ele chegou, jogou vários papeis na mesa e disse: 'sua filha vai poder fazer tudo isso aqui'. Eram fotos de bombeiro, nadador, professor. Hoje, consigo replicar isso com outras famílias”, conta. Segundo Sheyla, o papel que exerce no FADA é acolher e divulgar as informações que muitos não têm acesso. “Replicar a informação é muito bom, porque quando o bebê nasce, as mães ficam sem chão, muitas por conta do desconhecido, pela desinformação, pelo medo, receio do possível preconceito que os filhos poderão sofrer. Obviamente, não podemos julgar essas mães. Nós acolhemos cada uma delas e oferecemos total apoio”, descreve.

 

 

PARTE DA FAMÍLIA FADA

 


Sônia Simioni, que é doutora em Educação Especial e pós-doutorada em Educação, é mãe de Frederico, seu filho caçula. Ela faz parte do projeto FADA e oferece muito apoio à Sheyla. “Frederico não foi o filho idealizado, mas é um filho muito amado! Tivemos muitos momentos difíceis, até por conta da saúde fragilizada dele até os oito anos, felizmente, todos superados. Aprendemos juntos a enfrentar os desafios que a vida nos dava e continua nos dando. Por meio da dor, da doença e do sofrimento, nos tornamos duas pessoas fortes e com muito amor por nós, pela vida, pela humanidade. Com certeza, ele faz a diferença na minha vida e na vida de muitas outras pessoas. Hoje, não consigo mais me ver sem ele! É uma simbiose intensa que vamos levar para a vida toda. Ele é o melhor de um ser humano. Aprendo com ele todos os dias e sou grata por isso e por ele existir na minha vida”, declara-se.

 


Para Sônia, poder fazer parte da família FADA é de total relevância. “Contribuir com o FADA é um gesto genuíno de poder ajudar o próximo de forma verdadeira, espontânea, ou seja, uma ação voluntária de um ser humano para com outro ser humano, despretensiosamente e amorosamente. É um projeto extremamente relevante para a cidade, porque coloca em evidência uma questão que precisa, efetivamente, fazer parte da pauta dos governos, seja Municipal, Estadual e Federal. Temos muito para avançar e, com essa visibilidade, é possível ganharmos espaços e avançarmos na questão da inclusão social e escolar. A vantagem de as famílias fazerem parte deste projeto é que ficam fortalecidas, unindo forças. Gradativamente, vão se empoderando e lutando pelos direitos dos seus. A inclusão só acontece quando militamos pelos direitos das minorias. Infelizmente, nada é espontâneo, mesmo que esteja regulamentada em legislações e documentos pertinentes”, finaliza.

 

CELEBRAÇÃO

 


No domingo, 19 de março, das 9h às 12h, no Parque Uber Sul, o projeto promoverá uma manhã plural, que contará com inúmeras atividades em celebração ao Dia Mundial da Síndrome de Down. De acordo com Sheyla, essa é uma oportunidade para dar visibilidade às pessoas com a síndrome e mostrar que nada se deve fazer sem incluir a todos. O tema deste ano é “Conosco, não por nós” e declara a competência de todos os indivíduos em realizar seus sonhos, cumprir tarefas, escolher uma carreira ou profissão, participar plenamente como protagonista, autônomo e suficientemente capaz de todos os espaços e atividades. “Todos os anos, aproveitamos esta oportunidade para estar junto com a comunidade e conversar a respeito de inclusão e diversidade. Tiramos dúvidas, apresentamos as pessoas para que se deem a oportunidade de conviver com a diferença e, assim, desmitificar o preconceito para que não mais aconteça a discriminação”, explica. 

 

 

APOIO

 


Para promover o evento, Sheyla conta com o apoio de diversas empresas, que ajudam com fundos e, também, com voluntários no dia da festa. Fauzi Taha, sócio-fundador da Ribercred, é uma das pessoas que sempre oferecem suporte ao FADA. De acordo com Taha, ser parceiro do projeto é motivo de orgulho. “É muito bom apoiar um projeto sério, com pessoas sérias e engajadas, e saber que, de alguma maneira, estamos contribuindo para o desenvolvimento de pessoas, seres humanos que precisam de apoio, atenção e carinho. Temos que mobilizar e trazer mais parceiros, independentemente do valor da contribuição. O mais importante é a participação. No último ano, tivemos uma adesão enorme dos nossos colaboradores da empresa, que participaram como voluntários e ficaram encantados. Este ano, com certeza, estaremos lá. Juntos podemos conseguir muito mais”, afirma. A assessora de eventos Leandra Barros também é voluntária no projeto e estará presente no evento domingo. Para ela, a celebração dessa data é muito importante. “Eu pertenço a essa família, a essa causa, a esse projeto. E celebrar esse dia representa luta, resiliência, inclusão, pertencimento”, pontua.

 


Outro apoiador da causa é o Grupo Cedro, composto pelas marcas O Boticário e SunglassHut. “Já acompanhamos o trabalho do FADA há um tempo. Apoiamos com os calendários anuais e sabemos que esse projeto tem tudo a ver com os pilares da nossa empresa, que foca a diversidade e a inclusão. Acreditamos muito que, como empresários, temos a responsabilidade de participar, incentivar e apoiar projetos como esse. E tenho certeza que essa comemoração será de muita alegria para todos, pois é uma integração, onde as pessoas terão a oportunidade de viver momentos especiais, compartilhar essa manhã plural e comemorar as conquistas. Estamos muito felizes em participar com toda equipe e levando tudo aquilo que sabemos fazer, que é levar a beleza, transformar a vida das pessoas e oferecer esse momento especial”, afirma Flavia Borges, uma das sócias-diretoras do grupo. 

 

Dia Mundial da Síndrome de Down

 

 

O Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março, é uma data de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome e garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas as pessoas. É oficialmente reconhecida pelas Nações Unidas desde 2012. A data escolhida representa a triplicação (trissomia) do 21º cromossomo, o que causa a síndrome.

 

Conheça ainda mais sobre o projeto


Para conhecer mais sobre o projeto, os parceiros, as ações e saber como contribuir e participar, basta acessar o site: www.familiadiversidade.com.br. Informações, também, pelo tel.: (16) 99217.6332.


Fotos: Luan Porto e Arquivo Pessoal

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