Dos Deuses

Dos Deuses

A cultura milenar do vinho torna a bebida uma protagonista de ocasiões desde os tempos da Grécia Antiga

Conhecida como berço da vinicultura, a Grécia possui boa reputação e histórica participação no mundo dos vinhos. De acordo com estudiosos do assunto, a Grécia já possuía muitas produtoras da bebida no século XIX. A bebida era comercializada em barricas, uma vez que seu engarrafamento só começou nos anos de 1960. 

No mundo dos vinhos, aliás, esta década foi marcada pela “revolução grega”, quando foram adotadas, entre outras, técnicas de controle de temperatura. Naqueles anos, também surgiram bons enólogos, responsáveis por aprimorar a bebida. Tatiana Arruda, coordenadora da Grand Cru, explica que a Grécia possui cerca de 130 mil hectares de vinhedos, sendo 70 mil de vítis viníferas. No total, há cerca de 180 mil produtores de uvas. “Os vinhedos gregos, geralmente, são pequenos e cultivados manualmente. Também é interessante destacar a atenção dada à sustentabilidade, assim como à tendência para o cultivo orgânico”, pontua. 

O país europeu é dividido em cinco macrorregiões: Norte (com destaque para a Macedônia), Grécia Central e Áttica, Peloponeso e Ilhas Jônicas, Creta e, finalmente, as Ilhas do Egeu. A região conta cerca de 300 cepas nativas, muitas delas bem localizadas e dotadas de caráter pronunciado. “As castas que recebem maior destaque são as variedades de origem grega, entre as quais se destacam as uvas Moscofilero, Xinomavro, Agiorgitiko, Athiri e a especial uva Roditis, utilizada na elaboração de vinhos rosés e brancos elegantes. A casta Malagousia, quase extinta do país, também é empregada em vinhos brancos, com aromas que remetem a jasmim”, comenta Tatiana. 

O país produz vinhos brancos secos, tintos, muscats suaves, tintos fortificados e espumantes. “Os vinhos gregos são modernos e exuberantes, com ótima fruta e mineralidade, produzidos com uvas únicas, devido à riqueza dos inúmeros terroirs”, finaliza a coordenadora. 

Dica da especialista, por Tatiana Arruda

Moschofilero: vinhos brancos florais e muito aromáticos, leves, com boa acidez e muito agradáveis. Excelentes como aperitivos e na harmonização da culinária oriental. 

Assyrtiko: vinhos brancos com aromas gentis, muita estrutura, acidez incrível e grande mineralidade. Acompanha bem frutos do mar. 

Agiorgitiko: vinhos tintos com muita fruta vermelha, excelente volume de boca e boa estrutura. Elaborado em estilos para consumo jovem ou para resistir ao tempo. 

Xinomavro: os “Barolos” da Grécia reúnem aromas característicos de folhas de tomate, oliva e fruta vermelha silvestre. Muita estrutura com potentes taninos e grande acidez. 



Confraria


“Meu tio sempre teve o hábito de carregar um vinho para determinadas ocasiões. Assim comecei a experimentar a bebida que, depois, tornou-se minha favorita. Tive a oportunidade de conhecer algumas vinícolas em viagens que fiz ao Chile e a Portugal. Recentemente, fiz uma visita à Quinta do Crasto, situada no Vale do Douro, bastante marcante. O almoço, com direito a prova de alguns rótulos da vinícola, somado à paisagem do Vale do Douro proporcionaram um dos grandes momentos que vivi graças ao vinho.”
Leonardo Sandoval Nogara, advogado. 



Região produtora

Secos, doces, verdes, maduros, espumantes ou fortificados, Portugal reúne grande variedades de vinhos.



Vale a pena

1- Cloudy Bay - este branco apresenta aroma de frutas tropicais e cítricas com notas frescas. Possui tom amarelo pálido com reflexos esverdeados, agradável frescor e intensidade.

2- Quinta do Crastro Roriz - um tinto de cor rubi vivo, produzido com uvas tintas Roriz. No paladar, demonstra início cativante, estrutura compacta, com taninos bem integrados. 

3- Scala Coeli -  um vinho com evidentes aromas de torradas, com notas de cacau e frutas maduras. Muito bem estruturado na boca, é um vinho elegante e poderoso.

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