Doses de reforço
Especialistas ressaltam a importância da vacinação contra a Covid-19 para diminuição da circulação do vírus
Apesar da diminuição dos casos e de óbitos pela Covid-19, infectologistas de Ribeirão Preto destacam a necessidade de se avançar na vacinação e completar o esquema vacinal com as doses de reforço. Atualmente a vacinação contra Covid-19 consiste nas duas doses do imunizante mais as doses de reforço, chamadas doses adicionais.
Segundo as orientações da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto, a dose de reforço está disponível para pessoas a partir de 12 anos que receberam a segunda dose dos imunizantes CoronaVac, Pfizer ou AstraZeneca há, pelo menos, quatro meses; pessoas a partir de 18 anos que receberam a vacina de dose única da Janssen há, pelo menos, 61 dias; e pessoas a partir dos 12 anos com alto grau de imunossupressão, que receberam a última dose há, pelo menos, quatro meses, independente do imunizante.
Já para a quarta dose, podem receber o imunizante as pessoas a partir de 40 anos de idade; profissionais da saúde e pessoas com alto grau de imunossupressão a partir dos 12 anos de idade que receberam a última dose há, pelo menos, quatro meses. A quinta dose está disponível para pessoas a partir de 40 anos de idade com alto grau de imunossupressão que receberam a última dose há pelo menos quatro meses, equivalente a 122 dias.
Segundo o médico Valdes Roberto Bollela, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, as doses de reforço existem, pois, a imunidade não se mantém com o passar do tempo e o poder de proteção induzido pela vacina vai diminuindo. “Existem vacinas em que isso não acontece, por exemplo, como a Hepatite B. Tem outras doenças nas quais o vírus sofre mais mutações e o que se faz é ir lembrando seu sistema de defesa daquele vírus”.
De acordo com o Informativo Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto, atualizado na última quarta-feira, dia 26 de outubro, 94% da população estimada da cidade recebeu a primeira dose, totalizando 639 mil pessoas. Ainda segundo a publicação, 86% receberam a segunda dose, enquanto a terceira e quarta doses registram respectivamente 68% e 42% de aplicações no município. “Esperamos que as pessoas continuem desejando se proteger com a vacina, pois quando elas se protegem tomando a vacina, elas protegem também as pessoas ao redor”, completa o Bollela.
Periodicidade e variantes
A infectologista Karen Mirna Loro Morejón ressalta que a vacina contra a Covid-19 possivelmente será periódica. A médica também destaca que o controle da pandemia só foi obtido graças a vacinação. “Precisamos informar para a população que, embora tenha diminuído o número de casos e de óbitos, a doença ainda está ocorrendo. O controle do aumento de casos foi obtido através da vacinação, por isso é importante que melhoremos os números da cobertura vacinal”.
De acordo com Silvia Nunes Szente Fonseca, docente de infectologia pediátrica e pediatria da faculdade de medicina Estácio, vinculada ao Instituto de Educação Médica (IDOMED), e infectologista do Grupo São Lucas, os atuais imunizantes têm demonstrado efetividade contra as variantes, uma vez que o número de casos e a mortalidade da doença continuam diminuindo.
“Enquanto houver vírus circulante, existe a chance de se aparecer variantes. Como muita gente se infectou ao mesmo tempo e esses vírus foram se replicando, nós vimos várias variantes aparecerem. Então a ideia é vacinar todo mundo, pois enquanto tivermos a circulação do vírus é possível que variantes aconteçam. Precisamos garantir que os grupos que já foram liberados tomem a vacina”, explica a médica.
“Pelo menos uma dose de reforço as pessoas deveriam ter. Nós entendemos que duas doses e um reforço são o mínimo. É como no caso da vacina contra a Hepatite B, por exemplo, que são três doses. Existem pessoas que ficam completamente imunizados com uma dose, mas não é todo mundo e é por isso que se fazem três doses”, completa Silvia Fonseca.
Foto: Ravena Rosa/Agência Brasil
