Economia de combustível

Economia de combustível

Confira dicas úteis para economizar combustível no dia a dia

Comprar um veículo significa, também, comprometer-se a tomar uma série de cuidados para mantê-lo, o que nem sempre é barato. Entre os custos de se ter um carro, o abastecimento é o mais recorrente. Além dos reflexos financeiros,  economizar combustível traz vantagens para o meio ambiente. “Automóveis econômicos poluem menos, o que tem se tornado uma característica ainda mais relevante por causa da crescente consciência ecológica”, declara Marcelo Bekcivanyi, gerente de vendas da Stecar Automóveis.

Em 2008, foi criado o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBE Veicular) pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O programa conta com a participação voluntária das montadoras, que informam os valores de consumo de, no mínimo, 50% dos modelos previstos para comercialização.

Através de uma tabela divulgada no site no Inmetro, o consumidor pode consultar a classe de eficiência energética de veículos em sete categorias específicas: subcompactos, compactos, médios, grandes, carga derivado, comercial leve e fora de estrada. Cada veículo recebe uma etiqueta (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia) com uma nota que varia de “A” (menor consumo de combustível) a “E” (maior consumo).

Também são informados valores de referência da quilometragem por litro na cidade e na estrada, com diferentes combustíveis. “Com todos os modelos certificados pelo Inmetro, o cliente, dentro da sua necessidade e perfil, pode adquirir um produto com mais transparência. Mesmo entre os modelos com motores mais potentes é possível elencar os líderes da categoria nesta aferição”, declara Eliéser Fraga, diretor da Kia Matriz.

Segundo Marcelo, a preocupação em economizar combustível se estende para o público Premium como item considerável. “Conforto, segurança, economia e design são pontos importantes na decisão da compra”, revela. Já na linha dos populares, 80% dos consumidores considera a economia um item fundamental do carro na hora da compra. “Depois da economia, estão conforto e segurança”, afirma Rose Torres, supervisora de vendas da Itacuã.

Os modelos com motor 1.0, ou “mil”, são considerados os mais econômicos. Para satisfazer a um novo perfil de consumidores, existem opções que transpõem o estereótipo de simplicidade e de baixa eficiência. O novo Kia Picanto é um exemplo de modelo inserido na categoria dos carros econômicos, mas tem alto nível de sofisticação, com câmbio automático e motor 1.0 flex 80 HP, equivalente ao desempenho do motor 1.4 nacional. “Existe a crença de que carro econômico é carro popular, mas é possível ter baixo consumo com um modelo sofisticado, confortável e moderno”, diz o empresário Cristiano Rezende, que comprou há seis meses um Kia Soul motor 1.6 e câmbio automático. “É muito econômico, surpreendeu”, afirma.

Há, também, modelos Premium que aliam alta eficiência do motor com baixo consumo de combustível. “Há uma série de tecnologias que, juntas, caracterizam o veículo Premium como econômico, entre elas, a injeção direta de combustível, o comando de válvulas variável, o coeficiente de aerodinâmica, a utilização de materiais leves para redução de peso, entre outros itens que fazem com que estes veículos tenham menor consumo”, explica Guilherme Passalacqua, gerente de marketing da Eurobike. Ele aponta o Audi A1 como um dos veículos mais econômicos comercializados no grupo, com consumo combinado de 19 km/L. “Os veículos a diesel também têm grande volume de vendas, devido ao preço do combustível e seu consumo”, completa.

De acordo com Marcelo, os modelos Mercedes-Benz são projetados de forma que o motorista tenha o melhor desempenho possível, consumindo o mínimo necessário. “Frutos da alta tecnologia empregada em seu projeto, os modelos da Classe C agora têm motores com selo Blue Eficience, que ainda garante baixa emissão de CO2. Outro destaque vai para o motor V6 3.6L de 285cv, que equipa o novo Jeep Grand Cherokee 4x4. Um cliente me relatou que fez uma viagem de ida e volta a São Paulo com um tanque de combustível, andando na velocidade máxima permitida”, conta o gerente, desmitificando a fama de “beberrão” do carro.

Motorista econômico
A tecnologia avançada ajuda a poupar combustível, mas o motorista precisa colaborar. De acordo com o gerente de pós-venda da Santa Emília Automóveis, Dorival Luis Talhacolo, a dirigibilidade afeta diretamente o consumo. “Trocar marchas no momento certo, usar freio motor, dirigir com constância, evitar peso desnecessário e ligar o ar-condicionado apenas quando for preciso ajudam a economizar”, ensina o especialista.

Na hora de abastecer, carros flex têm a vantagem da escolha do combustível mais barato. “O álcool rende 30% a menos do que a gasolina. Para simplificar, multiplique o preço da gasolina por 0,7. Se o valor obtido for igual ao valor do álcool, o custo-benefício será equivalente. Se for menor, utilize o álcool. Se for maior, opte pela gasolina. Mesmo com uma pequena diferença, é possível pagar a revisão do automóvel com essa economia ao longo de um ano”, explica Dorival, lembrando que é permitido, sim, misturar álcool e gasolina no tanque flex. “Porém, após abastecer, o carro precisa rodar cerca de cinco quilômetros e queimar aquela mistura para interpretar totalmente os dois combustíveis”, afirma.

Mesmo sabendo dos riscos, muitos motoristas caem na armadilha do combustível adulterado, que causa diversos danos ao veículo. “Baixa autonomia, baixo rendimento, dificuldades de partida e mau funcionamento do motor são algumas consequências. Além desses problemas, o combustível adulterado contamina o óleo lubrificante, gerando ‘borras’ no motor. O consumo de óleo aumenta, pois os anéis e as válvulas do motor ficam entupidos”, revela Fábio Spedo, gerente de pós-venda da Lago-San Honda. Realizar a manutenção em dia também é fundamental para um consumo mais eficiente. “O motorista precisa fazer as revisões programadas e preventivas, além de calibrar os pneus, realizar o alinhamento e o balanceamento periódicos”, recomenda Fábio.

CONTEÚDO EXTRA_ REVIDE ONLINE
Saiba como economizar combustível através das dicas de manutenção e de condução de Dorival Luis Talhacolo, gerente de pós-venda da Santa Emília Veículos:

MANUTENÇÃO:

- Sistema de alimentação em dia: Válvulas injetoras limpas, filtro de ar e combustível com troca em dia. “O ideal é fazer a manutenção preventiva, feita junto com a revisão, para limpar cada um desses elementos, ou quando notar algum problema”;
- Sistema elétrico: Velas, cabos de velas, bateria e alternador em ordem. “Hoje em dia, combustíveis adulterados danificam bastante as velas”;
- Sistema mecânico: Óleo e filtro adequados, alinhamento, balanceamento e calibragem de pneus em dia. “Lubrificação é tudo. Se tiver um óleo inadequado, o motor fica pesado e o combustível tem que compensar sua potência, consumindo mais. Pneus descalibrados também aumentam o gasto de combustível”.

CONDUÇÃO:

-  Evitar acelerações e freadas bruscas;
- Usar freio motor nas descidas íngremes;
- Não utilizar o ar condicionado sem necessidade. “O ar condicionado tira cerca de 7% da potência do motor, o qual precisará de mais combustível. É um item que precisa dosar”;
- Não abrir as janelas completamente, sem necessidade. “Quando todas as janelas estão completamente abertas, entra em ação a aerodinâmica do carro. Quanto mais ar circulando dentro dele, mais ‘amarrado’ ele anda”;
- Fugir de caminhos com muitos obstáculos (lombadas, buracos, etc.). “Procure vias planas. Mesmo que sejam mais longas consome menos combustível que um caminho curto, porém cheio de obstáculos”;
- Trocar marchas na rotação adequada. “Fique atento ao conta-giros ou mesmo ao barulho do motor, que ‘pede’ a troca de marcha”;
- Escolher bem entre álcool e gasolina, baseado na relação de preço. “O álcool gasta 30% a mais que a gasolina. Para simplificar, multiplique o preço da gasolina por 0,7. Se o valor obtido for igual, tanto faz. Se der menor, utilize álcool. Se o valor for maior, opte pela gasolina. Mesmo com uma pequena diferença, é possível pagar uma revisão do automóvel com essa economia”;
- Evitar peso desnecessário. “50 quilos aumentam o consumo em 1 a 2%. Além disso, quem viaja deve evitar bagagem desnecessária, principalmente no bagageiro superior, que chega a aumentar em 25% o consumo de combustível”;
- Em cidades que tenham trânsito, fugir dos horários de pico. “Essa tática economiza combustível, adianta a chegada ao destino e poupa estresse”;
- Atenção à qualidade do combustível. “Muitos clientes chegam na concessionária com problemas no carro gerados por combustível adulterado. Por isso é importante escolher um posto tradicional e de confiança”.


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