Em defesa do produtor rural

Em defesa do produtor rural

A Federação da Agricultura e pecuária da do Estado de São Paulo (FAESP) defende os produtores rurais paulistas, objetivando fortalecer os interesses da agropecuária estadual e brasileira

A década de 1930 foi palco das primeiras conversas e movimentos de pecuaristas e produtores rurais paulistas, em vários pontos do Estado, objetivando organizar um sistema representativo do setor. O resultado foi a concepção da primeira estrutura associativa rural paulista, a Federação das Associações Rurais do Estado de São Paulo (Faresp), precursora da atual Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo Faesp. 

A partir da liderança de Fábio Mirelles, o setor ganhou mais representatividade

Destacou-se nessa fase inicial o importante trabalho do deputado federal por São Paulo, Íris Meinberg, criador da entidade e grande defensor da agricultura no Brasil, como define o presidente do órgão, Fábio de Salles Meirelles. Em suas memórias, o presidente lembra que foi Íris quem teve a ideia de unir as associações rurais criando uma Federação no Estado. “Ele era um homem de alta competência e capacidade, um parceiro bastante consciente das suas funções, de seus deveres e de seus objetivos dentro do partido que, na época, era a União Democrática Nacional (UDN)”, observa Fábio Meirelles, ressaltando que foi o deputado quem também fundou o primeiro sindicato agropecuário da carne no Brasil, em 1934, em Barretos. 

Na Agrishow, Fábio Meirelles faz questão de recepcionar os produtores
Foto: Fabio Codato

De acordo com Meirelles, a Federação nasceu com bases solidificadas na agricultura já fortalecida e na influência das associações das regiões do Vale do Sapucaí (Franca), Vale do Rio Grande (Barretos) e Vale de Mogi Mirim. Assim foram sendo agregados os interesses de associações espalhadas por todo o território nacional, até possibilitar a criação da Confederação Rural Brasileira, sediada no Rio de Janeiro.  Mais tarde, a sede foi transferida para Brasília, porque, nessa altura, o deputado federal já trabalhava pela criação da Confederação Nacional da Agricultura.

Tudo isso começou, segundo o presidente da Faesp, em São Paulo e Minas Gerais, dois importantes estados agrícolas e pecuários. Naquele tempo, Íris se reunia com outros oito ou dez produtores na praça Dom José Gaspar, na capital paulista, para discutir os temas de interesse comum do setor agrário. Em seguida, o grupo ia até a pequena sala do escritório da Federação, localizada na rua Sete de Abril, onde o resultado do encontro era formalizado. Investindo nas prerrogativas associativistas da antiga Faresp e se adequando à nova lei sindical, promulgada em 1965, a Faesp incorporou os legítimos ideais da liderança rural, tendo como primeiro presidente Luiz Emanuel Bianchi. 



Com a finalidade de estudo, coordenação, proteção e representação legal da categoria econômica rural, em todo o Estado de São Paulo, perante os poderes públicos, a Federação colabora no estudo e na solução dos assuntos que possam fomentar a coesão e o fortalecimento do setor, bem como a expansão da economia nacional. Na década de 60, a entidade passou a ocupar um andar do atual edifício onde está sediada, na rua Barão de Itapetininga. Em 1975, a chapa liderada por Fábio Meirelles foi vitoriosa, iniciando uma nova era na história da representatividade da agropecuária paulista e brasileira. 

Desempenhando importante papel no desenvolvimento da agricultura paulista e brasileira, na década de 70, a Faesp foi pioneira ao iniciar as negociações entre os trabalhadores rurais e seus empregadores, resultando na primeira convenção rural do Brasil e da América Latina, que deu origem às Convenções Coletivas de Trabalho, atualmente setorizadas por culturas. Desde que o discurso em torno de uma Constituinte começou a tomar forma, a Faesp participou das discussões, procurando transmitir as dificuldades, as necessidades e as sugestões dos associados para o aprimoramento de uma política não só agrária, mas, sobretudo, agrícola no país.

Se adequando à realidade

Em sua incansável atuação, Fábio Meirelles investiu na representatividade da Faesp e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), defendendo uma agropecuária cada vez mais moderna e adequada à realidade. Teve êxito em diversos pontos quando a nova Constituição foi promulgada, em 1988, entre eles, a reativação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), extinto pelo governo federal, seu antigo mantenedor até então. 

A partir de 21 de maio de 1993, passou a abrigar também o Senar/SP, dando forma ao atual sistema Faesp/Senar/Sp/Sindicatos, que atende aos produtores e trabalhadores rurais e a seus familiares, quer na defesa do setor primário, abrangendo a produção, o trabalho e o abastecimento, quer na preparação da mão de obra especializada e capacitada para melhor acessar o mercado de trabalho, bem como promovendo socialmente o homem do campo.

Ocupando atualmente 99% de sua sede e presente em 558 dos 645 municípios paulistas, a Federação possui três centros técnicos — em São Roque, Mirante do Paranapanema e Ribeirão Preto — e mantém em sua malha 237 sindicatos patronais e 321 extensões de bases, atuando e contribuindo diretamente para o desenvolvimento dos cursos e das atividades do Senar.


A força do setor 

Assim como já aconteceu em anos anteriores, o Sistema Faesp-Senar/SP, que tem como presidente Fábio Meirelles — também presidente da Agrishow — levará as caravanas organizadas pelos  sindicatos rurais à 24ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação. Em 2017, a expectativa é levar entre 18 e 20 mil produtores. Segundo Meirelles, a prioridade tem sido propiciar  o acesso de pequenos  e médios produtores e trabalhadores rurais à Agrishow, para que tenham a oportunidade  de conhecer as novas tecnologias do mundo do agronegócio, assim  como as mais modernas máquinas e implementos agrícolas para incremento das atividades desenvolvidas  nas propriedades rurais.

Fotos: Fabio Codato

Organizadas em grupos, as missões empresariais rurais terão toda a estrutura de transporte e de recepção para conhecerem a pujança do setor agro e os avanços dos empreendimentos no campo. Eles poderão participar de todas as atividades, como demonstrações de campo e outros eventos, além de visitar os expositores, de acordo com suas áreas de interesse.

Fotos: Fabio Codato

Compartilhar: