Em franca expansão
O número de projetos liberados em 2010 supera
Quem percorre a cidade tem a nítida impressão de que Ribeirão Preto se transformou em um verdadeiro canteiro de obras e está em franca expansão imobiliária. A construção de novos empreendimentos, comerciais e residenciais, erguidos em vários pontos, gera renda e novos postos de trabalho, atrai investidores e cria oportunidades de negócios para o grande e também para o pequeno investidor.
Dados da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública indicam que até outubro deste ano o volume de projetos aprovados já é superior a 20% se comparado ao número de liberações de 2009. Até outubro foram 3.771 empreendimentos aprovados, contra 3.072 durante todo o ano passado. O total de área construída também aumentou. Enquanto em 2009 as obras ocuparam 1.754.195,46 m² de área, até outubro o número beira a casa dos dois milhões de metros quadrados (1.916.619,36).
A efervescência do setor impulsiona toda cadeia produtiva da construção civil, principalmente o comércio de insumos com Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzidos. De acordo com dados da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), a venda desses produtos aumentou em 20% até maio. Itens como cimento, argamassa, chuveiro elétrico e tintas acrílicas lideram a lista dos produtos mais vendidos nas lojas especializadas.
Segundo informações do diretor regional do Sindicato da Construção Civil de Ribeirão Preto (Sinduscon-RP), José Batista Ferreira, as facilidades de crédito, criadas em 2010, contribuíram sensivelmente para o clima positivo do mercado. “A projeção do PIB da construção civil deve fechar o ano em 10%”, frisa Batista. Outro reflexo desse otimismo, segundo o presidente, é a chegada de empresas de fora da cidade, que identificam em Ribeirão Preto um excelente mercado consumidor.
O diretor aponta ainda que os números de contratações no setor, em Ribeirão Preto, continuam positivos. Ao contrário de cidades como Campinas (-0,03), São José dos Campos (-0,73) e Presidente Prudente (-2,48), que desaceleraram a geração de vagas, em setembro, Ribeirão Preto abriu 311 novas vagas (+0,72). Os dados são da pesquisa realizada pelo SindusCon-SP em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
No entanto, essa agitação no setor da construção civil pode inflacionar o preço do metro quadrado. Enquanto em São Paulo, o custo médio do metro quadrado de um apartamento de três dormitórios vale R$ 1,3 mil, em Ribeirão Preto, o metro quadrado do imóvel usado em bairros nobres chega a R$ 1,3 mil para apartamentos e alcança R$ 2,4 mil para casas. Os dados são resultado de pesquisa realizada, em julho, pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), junto a 1.679 imobiliárias do Estado.
Balanço positivo
Para Rodrigo Colares, diretor comercial da MRV Engenharia na regional Ribeirão Preto, este foi um ano de mercado bastante aquecido na cidade com a venda de 1.620 unidades até a primeira quinzena de novembro.
Sua expectativa é chegar ao final de ezembro com duas mil unidades vendidas. Para o diretor, o sucesso do mercado da construção em Ribeirão Preto decorre, principalmente, da estabilidade econômica e do programa habitacional do governo federal, “Minha Casa, Minha Vida”.
O diretor reforça que o programa foi fundamental para que a empresa atingisse o número de unidades comercializadas este ano, com um percentual de 80% das vendas efetivadas para pessoas que se enquadram no plano. “Antes do programa, para financiar uma unidade de R$ 70 mil, havia necessidade de uma renda mensal de R$ 2.700,00 para pagar uma prestação de R$ 900,00. Hoje, para financiar os mesmos R$ 70 mil a renda pode ser de
R$ 1.500,00 e a prestação é de R$ 500,00”, explica Rodrigo.
O público-alvo da MRV é composto por famílias que tenham renda entre três e seis salários mínimos, o que significa classes C ou D. Das 2.196 unidades lançadas em Ribeirão Preto este ano, apenas as 720 casas do Evidence Condomínio Resort, na Zona Sul, destinam-se a um público de poder aquisitivo da classe B. Os 1.476 restantes são apartamentos que se enquadram no “Minha Casa, Minha Vida”. “Para o ano que vem, a previsão é de lançarmos outros cinco empreendimentos”, antecipa o diretor.
Entre os lançamentos da MRV está o Recanto Lagoinha, no bairro Lagoinha, que terá 656 apartamentos e entrega prevista para dezembro de 2012; o Parque Rochester, no Monte Alegre, com 312 apartamentos; o Spazio Rigobello, no Jardim Nova Alian ça, com 100 apartamentos e o Parque Rarus, no Parque Ribeirão Preto, que terá 408 apartamentos. Todos os empreendimentos terão ampla área de lazer. “Acreditamos que o aquecimento do mercado de construção se manterá em 2011 em Ribeirão Preto e em todo o Brasil. As condições que levaram a este aquecimento permanecem e o país ainda apresenta um déficit habitacional alto, de cerca de sete milhões de moradias”, conclui Rodrigo.
Criada em outubro de 1979 em Belo Horizonte, entre janeiro e setembro de 2010, a MRV lançou 28.632 unidades no Brasil, o que representa um aumento de 95,4% em relação ao mesmo período de 2009. Foram vendidas 24.965 unidades, número 20,4% maior que o registrado no mesmo período ano passado.
Instalada em Ribeirão Preto há três anos, a Trisul Incorporadora e Construtora lançou nesse período, seis empreendimentos na cidade, com um Valor Geral de Vendas (VGV) em torno de R$ 500 milhões. Cinco deles já estão em construção, empregando diretamente cerca de 1.200 profissionais. Ao todo, são 2.152 apartamentos ofertados no mercado, dos quais 1.700 já foram vendidos, sendo quatro deles lançados em parceria com a construtora Sinco, responsável pelas obras desses projetos, como informou Ricardo Stella, diretor comercial da Trisul.
A empresa fecha o ano com saldo positivo, se comparado aos dois primeiros anos na cidade, quando vendeu cerca de 800 apartamentos. Em 2010, deve fechar o ano com aproximadamente 1.800 apartamentos vendidos. No primeiro semestre, a empresa comercializou o Reserva do Golfe que teve todas as 420 unidades em três meses.
O Viva Bem Ribeirão foi lançado no segundo semestre e, de acordo com Ricardo, já está com cerca de 70% de suas 292 unidades vendidas. “Ribeirão Preto se transformou no principal mercado da Trisul no interior de São Paulo, tanto que estamos inaugurando um escritório na cidade no final do ano”, antecipa o diretor, que espera manter o mesmo ritmo em 2011. “Já temos um lançamento previsto para o primeiro semestre e será um empreendimento misto residencial e comercial”, prevê Ricardo.
Na cidade, a incorporadora lançou ainda o Madison Square Garden, com 200 apartamentos distribuídos em duas torres, o Riverside Park, com 100 apartamentos, o Praças do Golfe com 420 apartamentos em quatro e o Vida Plena Ribeirão, um empreendimento com 720 apartamentos distribuídos em seis torres.
Com mais de 30 anos de atuação na construção civil, a Trisul contabiliza mais de 27 mil unidades distribuídas por 180 empreendimentos lançados. Sediada em São Paulo, atua no Estado de São Paulo e no Distrito Federal. Presente na região metropolitana de São Paulo, onde ocupa a 6ª posição como maior construtora e a 8ª posição como maior incorporadora, expandiu as atividades para o interior de São Paulo, com lançamentos em Ribeirão Preto, Araraquara, São Carlos, Marília, Araçatuba, São José do Rio Preto, Limeira, Sorocaba, São José dos Campos, entre outras. No total são mais de 20 cidades em São Paulo e duas no Distrito Federal.