Em pratos não tão limpos
Aos vereadores, dono do imóvel garantiu que ainda não existe nenhum contrato ou pagamento

Em pratos não tão limpos

Dono de imóvel onde será instalada a segunda unidade do Bom Prato em Ribeirão Preto revelou que, apesar de anúncio da prefeitura, ainda não há contrato assinado com a administração municipal

O proprietário do imóvel destinado à instalação da nova unidade do Bom Prato em Ribeirão Preto revelou que ainda não há um contrato assinado entre ele e a prefeitura. A informação foi confirmada durante oitiva da Comissão Especial de Estudos (CEE) do Bom Prato, na Câmara dos Vereadores, no dia 28 de fevereiro.

A administração municipal anunciou o local, próximo ao Hospital das Clínicas (HC-USP), como sendo o ideal para receber o restaurante popular. Além disso, o Instituto Protagonista foi escolhido, por meio de uma licitação, como o responsável pela gestão do restaurante. O valor do contrato é de R$ 3,4 milhões. Do total, R$ 2,3 milhões são correspondentes aos repasses feitos pelo Estado, além de R$ 715 mil da Prefeitura de Ribeirão Preto e R$ 336 mil oriundos de pagamentos realizados pelos usuários do programa.

Por isso, durante a CEE, os vereadores Igor Oliveira (MDB) e Adauto Marmita (PR) foram surpreendidos pelas respostas do empresário Jesus Antônio de Carvalho, proprietário do imóvel. “O que eu posso garantir é que não existe nenhum contrato ou pagamento. Há somente o interesse das partes”, respondeu o empresário.

Questionado se alugaria o imóvel para outra pessoa, caso surgisse uma proposta, Jesus foi claro. “O imóvel está à disposição. Eu não tenho compromisso com ninguém”, disse. “Então, é uma mentira o que estamos ouvindo até agora da Prefeitura de Ribeirão Preto dizendo que lá é o local do Bom Prato”, afirmou o vereador Igor.

À Revide, Jesus confirmou que, mesmo após a reunião na Câmara, ninguém da administração municipal entrou em contato para discutir a situação do imóvel. “Não houve comunicação de nenhuma parte. Continuo aguardando”, respondeu.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura para saber o motivo de ainda não haver um contrato, mesmo com a obra já anunciada à população, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria — quando, também, o imbróglio ainda permanecia sem solução.

Texto: Paulo Apolinário | Foto: Allan Ribeiro.

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