Empreendedorismo feminino

Empreendedorismo feminino

A mulher conquista cada vez mais espaço, respeito e admiração no mercado de trabalho

Maria Cláudia de Seixas e Ana Carolina Soares de Carvalho são apenas duas, entre centenas de empreendedoras, em áreas até pouco tempo tradicionalmente masculinas. Derrubando barreiras e avançando em setores como o de agronegócio, advocacia, alimentício e de construção civil as mulheres estão com tudo e não estão prá prosa.

Segundo estudos realizados pelo Centro para a Liderança Feminina do Babson College, com sede em Boston, nos Estados Unidos, 30% dos novos empresários no mundo são mulheres, e no Brasil elas representam 40% desse universo. Hoje, de cada 100 brasileiras, 13 estão à frente da própria empresa. Pela primeira vez na hisória são as mulheres que abrem mais empresas no país (52,4% dos empreendimentos com até 42 meses de criação).

Os números colocam o país na sétima posição do ranking mundial de mulheres empreendedoras, com cerca de 8 milhões de donas do próprio negócio, de acordo com a pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), levantamento internacional coordenado pela London Business School e pelo Babson College.

Para a gerente da Café Utam, Ana Carolina Soares de Carvalho, a dedicação é a característica principal das mulheres empreendedoras e o que as diferencia na hora de empreender é a visão peculiar dos negócios. “Mulheres são muito exigentes, dedicadas e não se satisfazem com pouco. Também não costumam desistir facilmente. São muito perfeccionistas, brigam com seus próprios erros e crescem com eles. Outra característica importante está na sensibilidade que as tornam mais capazes de gerir os recursos humanos da empresa”, enfatiza.

À frente do escritório Cláudia Seixas Sociedade de Advogados, a advogada e professora Maria Cláudia de Seixas reforça que a mulher geralmente administra com razão e paixão. “A mulher é arrojada por excelência, por isso, administra com razão e paixão. Além disso, na hora de empreender ela desconhece o medo e lembra que o amor deve estar presente em todos os momentos, em todas as decisões”, argumenta.

Para ambas há vantagens e desvantagens de se estar à frente de um negócio assim como em outras profissões. “A mulher possui algumas características que contribuem para o sucesso do negócio e no meu caso não foi diferente”, conta Ana Carolina. ADra. Cláudia, por outro lado, enfrentou obstáculos. “No início tive algumas dificuldades, mas depois tudo entrou nos eixos. Aliás, os espaços estão ai para serem conquistados, seja pela mulher ou pelo homem. O importante é você querer ser o melhor no que faz e fazê-lo com ética”, afirma.

Para a advogada, na atualidade, os obstáculos enfrentados pelo empreendedor — seja homem ou mulher — são os mesmos. “Cada vez mais a mulher tem conquistado espaço, respeito e admiração no mercado empreendedor. Hoje, apenas para se ter uma ideia, o Sebrae possui um prêmio exclusivo para mulheres empreendedoras e elas já representam cerca de 50% dos empreendedores do país. Desta forma, acredito que os obstáculos para homens e mulheres sejam os mesmos”, argumenta.

Especialistas avaliam que a nova economia requer atributos femininos na gestão dos negócios, que vão desde uma maior capacidade de relacionamento e aprendizado até o respeito à intuição.

A presidente da Café Utam recomenda um bom planejamento pessoal e profissional na hora de abrir um negócio. “É importante saber que qualquer novo negócio exige grande dedicação e tempo. Então é necessário ter o apoio da família e se planejar para este período inicial. Além disto, para entrar em qualquer negócio, é primordial um estudo deste mercado e um bom plano de negócios. Este trabalho minimiza surpresas desagradáveis”, conclui.

Revide On-line
Texto: Pâmela Silva
Fotos: Arquivo Revide

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