Excesso de Brincadeira
Educação comprou R$ 1,5 milhão em itens para as crianças. Ao todo, 40 mil objetos foram adquiridos

Excesso de Brincadeira

Professores da rede municipal de ensino reclamam do excesso de brinquedos adquiridos pelo governo. Nas redes sociais, secretário da Educação admitiu o problema

Após quase dez anos com problemas para adquirir brinquedos para as escolas municipais de Ribeirão Preto, a Secretaria de Educação comprou R$ 1,5 milhão em itens para as crianças. O valor corresponde a cinco licitações abertas no mês de fevereiro de 2018. Ao todo, 40 mil objetos foram obtidos entre bonecos de super-heróis, bonecas, bambolês, jogos educativos, carrinhos, entre outros. O número é quase o dobro da quantidade de alunos da rede municipal de ensino. Segundo denúncia recebida pela reportagem, a quantidade adquirida, que começou a ser entregue em 2019, fez com que algumas escolas devolvessem os brinquedos, já que não teria uso devido ao excesso. A principal reclamação seria em relação ao número de triciclos comprados. 
Em postagem nas redes sociais, secretário da Educação admitiu que houve excesso nas licitações
A Secretaria da Educação afirmou que as informações não procedem. “Nenhum brinquedo recém-adquirido foi devolvido e os itens que se encontram no almoxarifado estão reservados para equipar as novas unidades escolares dos bairros Paulo Gomes Romeu e Heitor Rigon”, informou a nota. Porém, em uma postagem no Facebook, em agosto, o próprio secretário da Educação Felipe Elias Miguel admitiu que ocorreram “alguns equívocos” na aquisição e distribuição dos materiais. Segundo Miguel, em 2018, antes de assumir o cargo, uma comissão definiu a quantidade e as especificações dos itens a serem comprados. O secretário disse que o excedente foi recolhido e reservado para as novas escolas que serão inauguradas, assim como consta na nota do Executivo.

O comentário em questão foi publicado em um grupo de professores no Facebook. Na publicação, os educadores reclamavam do excesso de brinquedos, principalmente triciclos, e de um lote de bolas que foi direcionado para a faixa etária incorreta.  “E quem mais recebeu 80 triciclos? Tem mais triciclo do que criança! Nunca vi tanta falta de bom senso ao se comprar materiais para as escolas”, criticou uma professora. “As crianças estão na faixa etária de 4 meses a 3 anos. Nenhuma delas consegue chutar ou segurar as bolas. Ou seja, muitas não serão utilizadas e o dinheiro foi jogado fora”, criticou outra professora a respeito do lote de bolas. 

Compartilhar: