Febre das figurinhas

Febre das figurinhas

Às vésperas do início da Copa do Mundo, o álbum oficial da FIFA faz a cabeça dos adolescentes

Colecionados por várias gerações, os álbuns de figurinha da Copa já têm 60 anos de tradição, fazendo parte da rotina de torcedores fanáticos desde a Copa do Mundo de 1950. Este ano não poderia ser diferente e o clima do campeonato mundial de futebol já tomou conta das ruas, das escolas, dos shoppings e, claro, das bancas.

O álbum, que traz as 32 seleções classificadas, virou o assunto principal dos intervalos escolares, das conversas e dos encontros entre os alunos para trocarem figurinhas. O adolescente Giovanni Azenha Tango, de 15 anos, já está montando o seu terceiro álbum de Copas. “Coleciono as figurinhas desde 2002, quanto eu tinha sete anos. Foi meu pai quem me apresentou o álbum e nunca mais parei de colecinar”, declara o torcedor, que conta com o incentivo dos pais para comprar os pacotinhos de figurinhas. As repetidas vão para a escola com ele, para serem trocadas entre os amigos.

Lionel Messi, astro da seleção argentina e do time espanhol Barcelona, é o mais disputado do álbum “Fifa World Cup 2010”, à venda desde abril. O livro ilustrado, vendido nas bancas por R$ 3,90, tornou-se febre entre torcedores das mais variadas idades, inclusive entre as meninas. “Muitos meninos acham que não é coisa para mulher colecionar figurinhas dos jogadores, mas acredito que a Copa é um acontecimento que não exclui gênero ou faixa etária. Todos os brasileiros vibram com os jogos do mundial”, assume a colecionadora Luisa Biagini Serra, de 11 anos.

Vendidos por R$ 0,75, os envelopes de figurinhas trazem informações sobre os jogadores e ajuda, a resgatar uma brincadeira dos tempos da vovó, o “bafo”. O adolescente Fabrício Aloi, de 11 anos, prefere bater bafo a apenas trocar os cromos repetidos. “O jogo possibilita ganhar mais figurinhas e é uma diversão entre os amigos”, explica o colecionador, que descobriu através do caderno ilustrado o nome de vários jogadores, informações sobre os grupos e os estádios onde acontecerão os jogos na África do Sul.

Para Rafaella e Frederico Magnani Zorzo, de 15 e nove anos, respectivamente, o álbum virou uma diversão em família. “Os nossos pais sempre curtiram colecionar cromos. Este ano, não foi diferente e o caderno virou uma atração em comum”, conta Frederico. A irmã revela que os pais ajudam com dinheiro para comprar novos pacotinhos. Na casa de Giovanni acontece a mesma situação. Conforme o estudante explica, o pai incentivou uma brincadeira de sua época e o filho gostou. “Além disso, acho uma iniciativa interessante, pois é um meio de incentivar as relações interpessoais. Vivemos na era da tecnologia, em que a comunicação acontece via celular e computador. O álbum resgata o olho no olho”, conclui o colecionador.

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