Ferp volta a contestar estação na catedral

Ferp volta a contestar estação na catedral

Representante do Fórum sugeriu que estação seja construída ao lado da Praça Carlos Gomes, abraço de protesto na catedral será no dia 20, terça-feira

O Fórum das Entidades de Ribeirão Preto (FERP) que reúne 14 entidades representativas da cidade voltou a contestar, nesta sexta-feira, dia 16, a construção de estações de embarque nas proximidades da Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto.

O secretário-geral do Ferp, engenheiro Cantídio Maganini, concedeu entrevista coletiva ao lado dos vereadores Cícero Gomes da Silva (PMDB), Marcos Papa (sem partido) e Ricardo Silva (PDT), para falar do assunto, após uma reunião ocorrida na Transerp, na quinta-feira.

Com base em laudo relatório do Centro Tecnológico de Controle de Qualidade Falcão Bauer, o Ferp aponta que as rachaduras que já existem no templo tendem a aumentar caso se amplie o fluxo ônibus no local.

A intenção do Fórum, assim como da Câmara Municipal e padre Francisco Moussa é impedir que duas das cinco estações sejam construídas no local.

As duas estão planejadas para a Rua Florêncio de Abreu, em frente à igreja. Outras duas estão previstas para a Rua Américo Brasiliense, a 100 metros da Catedral, e a quinta na Rua Visconde de Inhaúma.

Uma Comissão Especial de Estudos (CEE) da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Rodrigo Simões (PP), também concluiu que o local é inapropriado para receber as estações.

Pela sugestão do Ferp, apresentada nesta sexta-feira, os ônibus deixariam de passar em frente à igreja, circulando pela Rua Prudente de Morais quando necessário. De acordo com Cantídio Maganini, passam pelo local 38 linhas, com tráfego de 109 ônibus por hora.

“A solução ainda não é a ideal. Seria necessário fazer no local um calçadão para a retirada dos veículos, mas emergencialmente retirar os ônibus já é uma medida”, disse Cantídio. Ele argumenta do local onde está planejado para o sugerido a distância é de cerca de 200 metros.

Laudo conclusivo

Em nota, a Prefeitura informou que a a proposta de construção das estações foi submetida ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) “que decidiu aprová-lo por unanimidade, condicionando a implantação do mobiliário e do sistema de circulação dos ônibus na Rua Florêncio de Abreu à apresentação de um laudo técnico que comprove que o tráfego de veículos pesados (ônibus) não é foco de vibração excessiva e danosa à estrutura da Catedral de São Sebastião, ou, do contrário, que se implante, no leito viário, todas as medidas cabíveis para a preservação da integridade estrutural da basílica”.

O templo é tombado pelo Conselho. “Diante dessa condicionante, a Transerp já vem pesquisando sobre instituições tecnologicamente capacitadas para realizar ensaios, obter resultados, efetuar análises e, por fim, emitir um laudo técnico conclusivo sobre a questão, recomendando, ainda, se necessário, ações mitigadoras sobre os efeitos do tráfego veicular na estabilidade do prédio”.

Abraço simbólico

O Ferp, juntamente com o padre Francisco Moussa, marcou para a próxima terça-feira, 20, dia do padroeiro São Sebastião, a partir das 10h da manhã, um abraço simbólico na catedral, em protesto contra a construção das estações. O abraço ocorrerá logo após a missa das 9h.

“Toda a sociedade está protestando contra. A Prefeitura precisa nos ouvir. E não somos contra o desenvolvimento ou a construção dos terminais. Somos contrários naquele local”, disse Cantídio.

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Guto Silveira
Fotos: Divulgação

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