Festa junina na pandemia
Com as devidas adaptações, é possível manter a tradição e curtir o clima típico dessa celebração em casa
Texto: Paula Zuliani
Bandeirinhas coloridas, balões, fogueira, música, brincadeiras, fantasias e muitas guloseimas. Esses são alguns dos elementos que caracterizam uma boa festa junina. As celebrações em torno de Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro e São Paulo (29 de junho) fazem parte da cultura nacional e são aguardadíssimas pela população, mas, pelo segundo ano consecutivo, a pandemia de Covid-19 impede a realização de grandes eventos. Com a vacinação avançando a passos lentos, as aglomerações continuam proibidas por aqui. Para quem não abre mão de comemorar a data — e se deliciar com as comidas típicas —, existem alternativas que permitem manter a tradição sem desrespeitar as regras sanitárias vigentes. “Estamos passando por uma fase realmente complicada. A pandemia veio para nos lembrar o quanto a vida é frágil e valiosa. Por isso, temos que aproveitar cada instante ao lado de quem amamos, criando ricas memórias em família. O setor de festas tem se adaptado para possibilitar que esses momentos de alegria aconteçam, de forma íntima e cautelosa”, explica Felipe Di Lello, gerente comercial da Olianchi Ribeirão.
A empresa trabalha com alimentos, acessórios e itens de decoração temáticos para todos os tipos de festa. “Essa é a segunda data mais importante do nosso calendário em volume de vendas, ficando atrás apenas da Páscoa”, revela o gerente. Para este ano, a loja buscou fornecedores que disponibilizam os produtos em quantidades menores. “Algumas pessoas tinham dificuldade em comprar, porque as embalagens eram muito grandes. Trabalhávamos com quilos e não gramas. Hoje, por exemplo, temos pacotes com duas cocadas, com dez paçocas. Isso faz toda a diferença. Mais pessoas podem ter acesso aos produtos, sem desperdício”, comenta Felipe. O público respondeu bem à iniciativa. Prova disso é que as vendas, até agora, já apresentam um aumento de 10% em relação a 2020.
Um mini “arraiá”
A influenciadora digital Thaciana Mesquita não queria deixar a comemoração dos 30 anos passar em branco. “Como nasci no dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, meus pais sempre fizeram a minha festa com o tema junino. Tenho ótimas lembranças dessa época. Tinha fogueira, barraquinhas de pesca e de argola, além, é claro, das guloseimas. Meus convidados entravam no clima e se vestiam a caráter. Era muito divertido. Eu realmente amo uma festa junina. Acho que não tem quem não goste, né? Por isso, para marcar os meus 30 anos, essa data tão especial, decidi fazer um “miniarraiá”, com decoração típica e muitas delícias. Foi algo bem íntimo mesmo: só com o meu marido, meus filhos, minha irmã e meu pai. Nesse momento de pandemia, todos entendem que não dá para fazer grandes comemorações. Fiquei feliz por poder celebrar e proporcionar um pouco distração e alegria para eles, com todos os cuidados. No contexto em que vivemos, ser responsável é de extrema necessidade”, enfatiza.
A quermesse em novo formato
A pandemia também comprometeu a realização das famosas quermesses. No ano passado, a Paróquia Jesus Misericordioso e Santa Edwiges, por exemplo, teve que cancelar a festa. “Nos anos anteriores, montávamos uma grande estrutura para esse evento. Contávamos com a participação massiva da nossa comunidade. Em 2020, o cenário estava muito incerto. Preferimos nos resguardar e entender melhor o que estava acontecendo”, recorda Padre Kleber Tostes Pedro. Neste ano, para matar a saudade, a paróquia se organizou em um novo formato. Foram montadas algumas barracas na frente da igreja. O público pode adquirir os produtos no sistema delivery, ou seja, sem sair do carro, ou no take out, para retirar e consumir em casa. “Várias paróquias estão trabalhando dessa maneira, só que com kits prontos. Decidimos fazer diferente, deixando o público escolher o que quer, vivenciando, pelo menos um pouco, da experiência da quermesse”, descreve.
A variedade teve que ser reduzida, para agilizar o tempo de preparos e de atendimento, mas, o sabor típico está garantido com pastel, lanche de pernil, caldos (incluindo uma opção vegetariana), quentão, vinho quente, pipoca, canjica e doces, entre outros. O evento aconteceu pela primeira vez no final de semana do dia 19 e foi um sucesso. “As equipes cumpriram todos os protocolos de segurança, evitamos filas e aglomerações, e o retorno da comunidade foi fantástico. Agora, vamos para o segundo final de semana ainda mais motivados”, afirma Padre Kleber. As barraquinhas vão funcionar das 18h às 20h30, no sábado, e das 18h30 às 21h no domingo. A Paróquia Jesus Misericordioso e Santa Edwiges fica na rua José Roberto Jaime Delibo, 181, no Jardim Nova Aliança.
Sem peso na consciência
É quase uma unanimidade: os quitutes são o ponto alto da festa. A professora do curso de Nutrição da Estácio, Marcella Tamiozzo, explica que é possível se deliciar com as comidas típicas sem cometer exageros. “Na hora da escolha, prefira aqueles pratos assados, com menos gordura, como o milho verde, que é uma opção menos calórica e é uma delícia. Doces à base de fruta também são boas opções, como a bananada e a goiabada”, indica. Para quem vai preparar a receita em casa, fica ainda mais fácil manter o equilíbrio. “Basta substituir alguns ingredientes para deixar a preparação mais leve, sem comprometer o sabor”, orienta.
Sugestões de quitutes leves
Bolo de milho light
Ingredientes:
6 unidades de espiga de milho limpa
10 colheres de sopa de açúcar
1 xícara de chá de farinha de trigo peneirada
4 unidades de clara de ovo
1 xícara de chá de leite em pó desnatado
1/3 copo americano de leite de vaca desnatado
½ colher de chá de fermento
Modo de Preparo:
Ralar as espigas de milho e peneirar. Misturar o conteúdo que passou pela peneira com o açúcar, o leite em pó desnatado e o leite de vaca desnatado, gradativamente. Acrescentar a farinha de trigo, misturada ao fermento em pó, e reservar. Bater as claras em neve e juntar a massa às claras. Colocar em forma de 25 cm de diâmetro, untada e polvilhada. Assar em forno médio (180 ºC) por 60 minutos.
Arroz doce integral light:
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de arroz integral
1 litro de leite (desnatado)
1 unidade de leite de coco light
2 colheres (sopa) de coco ralado
4 colheres (sopa) de adoçante culinário em pó
3 pedaços de canela em pau
5 unidades de cravo-da-índia (ou cravinho)
Canela a gosto
Modo de preparo:
Deixe o arroz de molho na água quente por uma hora. Escorra. Adicione água novamente no arroz, até cobrir, e cozinhe em fogo baixo. Acrescente o leite, o leite de coco, o coco ralado, o adoçante, a canela em pau e o cravo. Cozinhe em fogo baixo, mexendo de vez em quando, até engrossar. Tire do fogo e polvilhe a canela em pó. Sirva morno ou gelado.
