Gestão consciente
João Gandini resgata os projetos da última gestão e propõe mudanças e melhorias nas diversas áreas
Quais são os principais problemas que Ribeirão Preto ainda tem a enfrentar?
Saúde, educação, saneamento, habitação, segurança, trânsito e transporte público.
Como tornar a verba destinada à saúde pública mais eficiente?
A cidade vem gastando muito com hospitais e laboratórios e investindo pouco em atenção básica. Deveria investir na Saúde da Família, no Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) e em UBSs.
A gestão desta pasta pode ser melhorada? Como?
Sim, com uma inversão de prioridades. Deve-se investir muito mais na atenção básica. A licitação do transporte coletivo já foi concluída com a definição das empresas ganhadoras.
Como pretende melhorar a qualidade da prestação desse serviço?
A licitação baseou-se nos estudos de origem e destino e de mobilidade urbana. Houve determinação judicial — eu, como juiz, presidi o processo — para eles serem realizados, mas a Prefeitura não fez uma discussão ampla, por isso, não se sabe quais foram as conclusões dos mesmos, o que dificulta saber se esse contrato irá corresponder ao que a população espera. Como prefeito, vou tomar as providências necessárias para que esse setor flua melhor. Serão criados corredores exclusivos para ônibus. Isso aumentará a velocidade dos veículos e diminuirá o tempo das viagens, entre outras ações.
De que forma planeja solucionar o problema de déficit de vagas nas creches municipais?
Não há um número confiável de vagas. Há um déficit total estimado em 15 mil. Nesse número, cerca de quatro mil delas para crianças de zero a três anos. A solução, evidentemente, será a construção de mais creches. Porém, até que sejam construídas, o déficit pode ser menor com a compra de vagas na rede particular e no 3º setor (ONGs), mas com controle público da qualidade. Será criado o programa “Base Criança”. A sigla Base significa: Base de Apoio à Saúde e à Educação da Criança, reunindo também assistência médica, odontológica e social, esporte e lazer, num só local, aproveitando a rede atual, que também será ampliada.
No seu governo, a Educação Infantil será um foco de atenção prioritário?
A primeira infância deve ser sempre uma prioridade. É nessa idade que o ser humano está em franco desenvolvimento físico, mental, psicológico e social e qualquer distorção na formação pode levar a problemas sérios no futuro.
A infraestrutura das escolas municipais é precária. Como modificar esse cenário?
Com o valor investido na educação é inaceitável que as escolas não tenham infraestrutura adequada. Os contratos de manutenção serão reanalisados e readequados visando a melhoria do ambiente escolar.
Que projetos visam a melhoria da qualidade do Ensino Fundamental?
A educação tem que ser vista em conjunto com a cultura, o esporte e o lazer. Os professores serão treinados e retreinados e a infraestrutura melhorada. As escolas devem abrir à noite e aos finais de semana, e as famílias devem fazer parte do projeto educacional. Os cargos de direção serão preenchidos pelo critério do mérito.
Em relação à habitação, quais são os problemas mais emergenciais?
Milhares de pessoas inscritas aguardam para serem sorteadas para obtenção de casa ou apartamento, algumas há mais de 20 anos. O Município tem produzido poucas unidades habitacionais nas últimas gestões. O “Minha Casa Minha Vida” precisa ser mais acessado, de forma a permitir a construção de habitações em curto prazo. Vou atuar com muita determinação para eliminar as favelas existentes e para evitar que outras se formem. Quanto às existentes, a prioridade será a urbanização, havendo reassentamento apenas em casos excepcionais, para que as famílias sejam mantidas próximas de suas raízes. A prefeitura deverá fomentar loteamentos de baixa renda e a ocupação de vazios urbanos.
Quais as suas propostas para ocupar os vazios urbanos de forma ordenada e sustentável?
Haverá revisão do Plano Diretor e das leis que o completam, aplicando-se os mecanismos previstos no Estatuto da Cidade e na Constituição Federal para ordenar a ocupação dos vazios urbanos, de forma eficiente e sustentável.
Como alinhar as necessidades habitacionais à infraestrutura?
A resposta está embutida na questão anterior.
Quais as suas propostas para ampliar as áreas verdes da cidade?
Vou manter e cuidar dos parques existentes, além de construir outros, como o Rubem Cione, o da Cidade da Criança e o da Pedreira da USP. Recuperarei o Parque Tom Jobim que está depredado. Envidarei esforços para estudo, financiamento e construção de um parque na Zona Leste, preferencialmente, na área de recarga do Aquífero Guarani. As praças serão recuperadas e efetuarei projetos para incorporação das áreas destinadas ao patrimônio verde da cidade. As matas ciliares e das margens dos rios e córregos serão recuperadas, melhorando o aspecto relacionado com o meio ambiente e dificultando o nascimento de favelas.
Dos atuais projetos em andamento, o que merece ser continuado?
Com certeza, haverá necessidade de continuação dos investimentos, de todos os níveis de governo, nas obras antienchentes, que vem de governos anteriores. Também terá continuidade e ampliação o projeto de revitalização do Centro, que será expandido também para os bairros mais tradicionais e de comércio mais forte. Também haverá preocupação com a implantação de ciclovias, num contexto mais amplo de mobilidade urbana e não de marketing político.
Nos últimos três anos, as despesas da Prefeitura foram maiores que a arrecadação. Como pretende equilibrar o orçamento e ainda conseguir recursos para novos investimentos?
A questão da responsabilidade fiscal é central num governo eficiente. Nunca se deve gastar mais do que se arrecada. Existirá um conjunto de ações visando ao aumento da arrecadação — sem elevação de impostos — o que será feito melhorando o sistema tributário, de forma a perseguir os objetivos da progressividade e da justiça fiscal, além de ações visando a recuperação de créditos tributários. Não se lançará mão de anistias fiscais, salvo em questões pontuais. Os cargos de confiança serão adequados às efetivas necessidades da administração. Haverá, ainda, uma ação forte contra o desperdício de recursos públicos e implantação de programas de modernização da máquina administrativa, com captação de recursos, principalmente do governo federal, em programas já existentes e que venham a ser criados. Haverá a construção de um centro administrativo. Os processos e procedimentos burocráticos serão revistos em um projeto de informatização total. Os gastos da prefeitura serão publicados permanentemente, de modo a propiciar maior fiscalização por parte da população.
Na sua avaliação, qual a área social do município que está em pior situação e o que fará para reverter esse quadro?
Saúde. Farei uma inversão imediata de prioridades, privilegiando a prevenção e a atenção básica, melhorando as condições de atendimento nas periferias, especialmente com ampliação das unidades e dos núcleos de Saúde da Família. Vou ampliar e fomentar o trabalho do SAD, dos agentes comunitários de saúde, de controle de vetores e de zoonoses. Haverá uma política pública de limpeza urbana para evitar o surgimento de doenças como a dengue. Também relacionado à saúde, haverá uma política pública de mobilidade urbana, com intuito de diminuir os acidentes de trânsito que impactam todo o sistema.
Agora assista o vídeo do candidato João Gandini, comentando a questão da Habitação em Ribeirão Preto.
