
Instituto Butantan
Butantan produz primeiro soro contra veneno de abelha
O Instituto Butantan, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), produziu em larga escala pela primeira vez no mundo um lote piloto do soro contra veneno de abelhas.
Após os testes clínicos, e assim que receber a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o produto poderá ser distribuído nos hospitais da rede pública. Os 80 litros de soro começaram a ser produzidos em 2008 e o produto recebeu a patente neste ano. Até junho de 2010, o Estado de São Paulo registrou 576 ocorrências por picadas de abelha. Em 2009 foram 1.557 ocorrências e dois óbitos.
O soro é recebido por via intravenosa. Cerca de 20 mililitros (ml) trazem ao corpo uma quantidade de anticorpos capaz de neutralizar 90% dos problemas causados pelas picadas de abelhas africanizadas, as mais comuns no Brasil. Quando um adulto é picado por mais de 200 insetos, o corpo recebe uma quantidade de veneno suficiente para causar lesões nos rins, fígado e coração, debilitando esses órgãos. A maioria das mortes acontece pela falência dos rins.
Com o lote pronto, a Anvisa vai conferir a validade dos testes feitos pelos pesquisadores, o que deve acontecer em até seis meses. Depois, o soro vai ficar disponível no Hospital Vital Brazil, do Instituto Butantan, para tratar pacientes que tenham sofrido envenenamento. Esses pacientes serão acompanhados pela Anvisa e, caso a agência considere os efeitos do soro satisfatórios, ele poderá ser distribuído pelo Ministério da Saúde para os hospitais públicos de todo o País nas áreas onde houver mais relatos de acidentes. Hospitais privados e governos de outros países poderão comprar o produto da Fundação Butantan.