Líderes e Negócios: Alamiro Velludo Salvador Netto

Líderes e Negócios: Alamiro Velludo Salvador Netto

Advogado criminalista e professor da Universidade de São Paulo se divide entre a docência e a atuação na advocacia

O advogado Alamiro Velludo Salvador Netto, de 43 anos, nunca teve qualquer dúvida a respeito de sua carreira profissional. Desde muito pequeno, já falava que gostaria de estudar Direito. Ele nutria a vontade de ser aluno da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), instituição quase bicentenária e responsável pela formação de inúmeros quadros relevantes da ciência jurídica brasileira. “A vocação pelo Direito veio certamente de meu pai, já que desde criança acompanhava seu trabalho e, ainda que sem muita compreensão, achava tudo fascinante. Já a área criminal foi objeto de paixão durante a graduação. Os estudos criminais são muito interessantes, pois representam a essência das ciências humanas por excelência. A realidade se confunde com a literatura e o advogado criminalista é, antes de qualquer coisa, um amante da liberdade”, argumenta. 

 


Foi exatamente por isso que ele começou a advogar há praticamente 20 anos, assim que recebeu a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em abril de 2003. Inicialmente em São Paulo, abriu escritório também em Ribeirão Preto em 2013 e, desde 2020, com sede própria em Brasília. Nascido e criado em Ribeirão, Alamiro ingressou na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, onde ainda realizou seu mestrado e doutorado. “Aos 29 anos, me tornei professor doutor da USP junto ao Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia, defendendo na sequência minha livre-docência em 2014 e a titularidade em 2017. Ao longo de todo esse longo período de dedicação acadêmica, tive a oportunidade de realizar vários períodos de investigação no exterior, na Universidade de Bolonha, Oxford, Lisboa e Pompeu Fabra de Barcelona”, detalha.

 

Alamiro afirma que administrar uma agenda tão movimentada demanda dois requisitos: o primeiro consiste na disciplina, ou seja, não é possível deixar de fazer as obrigações assim que possível. “Adiar tarefas e compromissos é o primeiro passo para inviabilizar a carreira. O outro requisito é o amor pelo que se faz. Afinal, todos nós somos capazes de realizar tarefas desagradáveis algumas vezes. Entretanto, só a satisfação pelo que se faz torna possível manter as obrigações por longos períodos”, defende. Além disso, o advogado e professor universitário confessa que sua vida pessoal se confunde um pouco com a profissional. “Não sou uma pessoa de gostos muito exóticos ou diferentes. Assim, pego-me falando de Direito com os amigos nos momentos mais descontraídos, ou mesmo lendo um livro jurídico nas férias ou em horários de descanso. Não acho que descansar implique necessariamente em se afastar dos temas e dos assuntos profissionais ou acadêmicos. Afinal, um debate intelectual pode também ser uma maneira divertida de passar o tempo”, explica.

 


Para ser um líder, Alamiro acredita que a advocacia é uma profissão que deve reunir teoria e prática na dose correta, ou seja, se a prática sem teoria é cega, a teoria sem prática torna-se meramente diletante. “O advogado, portanto, precisa conciliar essa dupla dimensão, ser um erudito e, ao mesmo tempo, saber que a liberdade ou o patrimônio de seu cliente depende  concretamente da sua capacidade, da sua atuação profissional. Isso não significa que não existam brilhantes advogados que não são acadêmicos, bem como geniais professores que não atuam no cotidiano forense. O que quero dizer é que, no cômputo geral, um não existe sem o outro”, justifica. Com uma carreira consolidada, ele conta que tem muitos sonhos para realizar em sua profissão. Ele pensa que é sempre papel dos advogados, principalmente os criminalistas, ajudar os mais necessitados. “Infelizmente, a desigualdade econômica no Brasil também acarreta desigualdades defensivas, sendo os mais humildes muitas vezes prejudicados pela falta de uma adequada defesa. A Defensoria Pública, que realiza um trabalho muito elogiável, ainda não consegue atender toda a demanda. Isso fica muito claro, por exemplo, no campo da execução penal. Um desafio para o nosso escritório, assim como para todos os demais, é buscar auxiliar nessa tarefa”, completa Alamiro. 

 

Realizações profissionais


- Em 2003 recebeu a carteira da OAB e começou a advogar;

- Aos 29 anos tornou-se professor doutor da USP junto ao Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia, defendendo na sequência sua livre-docência em 2014 e a titularidade em 2017;

- Mantém o escritório de advocacia Alamiro Velludo Salvador Netto Advogados Associados em São Paulo, Ribeirão Preto e Brasília.


Foto: Lidia Muradás

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