Memória em quadrinhos
O sucesso da RPHQ deu origem ao curta metragem “A história real do trágico incêndio do Theatro Pedro II”
Um jeito divertido de contar a história de Ribeirão Preto. Esse é o trabalho que envolve mais de trinta artistas dentre redatores, designers, ilustradores, quadrinistas e roteiristas que criaram a revista Ribeirão Preto em Quadrinhos (RPHQ).
Com duas edições lançadas, o projeto traz ilustrações inéditas e retrata de forma divertida fatos e personagens da cidade, como a sorveteria do Geraldo, o bloco Os Alegrões e até os tempos do circo do Biriba.
O sucesso das coletâneas foi tão grande que o projeto está entre as aete pré indicações da categoria “Melhor Publicação Independente de Grupo” do 25º Troféu HQ MIX, o maior prêmio nacional do gênero.
Confira a entrevista com o coordenador do projeto, Cordeiro de Sá, que fala sobre a origem da coletânea e os planos para a terceira edição do RPHQ.
- Por que uma coletânea em quadrinhos e não uma revista ou um livro?
Sá: Primeiro porque amamos quadrinhos e os reconhecemos como uma forma interessante de arte, capaz de introduzir a juventude à literatura, ao cinema e às artes visuais. No entanto, o projeto RPHQ também virou curta metragem. “A história real do trágico incêndio do Theatro Pedro II”, que pode ser assistida no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=dfnZOlCgWU4
- Qual o objetivo da RPHQ?
Sá: A coletânea RPHQ — formada por quadrinhos e ilustrações — objetiva valorizar o patrimônio cultural e turístico de Ribeirão Preto, valorizar seus lugares, suas histórias e seus talentos artísticos, ao mesmo tempo em que incentiva e fomenta a produção de iniciantes e interessados por esta arte - em todos os volumes, uma página é realizada por crianças de ONGs culturais ou educacionais.
- Como foi a produção das duas edições da RPHQ?
Sá: Fiz a seleção de roteiristas, quadrinistas e ilustradores, tentando misturar gente experiente com iniciantes de talento. Depois, escolhemos situações, temas e personagens e sorteamos entre os roteiristas que elaboraram suas obras e passaram para os artistas finalizarem. Enquanto isso, procuramos as ONGs e fizemos oficinas com a meninada. Já participaram o Centro cultural Isègun (RPHQ1) e Projeto Kabuki (RPHQ2). A RPHQ 3 trará duas ONGs diferentes, ampliando a ação social do projeto.
- Cerca de quantas pessoas ajudaram nessa criação?
Sá: Até o momento, são mais de 50 pessoas envolvidas. A Fanpage do projeto traz um álbum com os perfis dos artistas.
- A coletânea criou oportunidade para novos artistas, qual a importância desse espaço?
Sá: Para o artista iniciante, publicar seus trabalhos em meio impresso ainda é um grande desafio. Isso, por si só, já era um incentivo enorme, mas o peso que as 2 publicações alcançaram surpreendeu a todos de forma muito positiva.
- A RPHQ também foi lançada em São Paulo, você pretende divulgar esse projeto em outras cidades?
Sá: Na verdade não temos fôlego para fazer divulgações presenciais em outras cidades, mas o Facebook tem nos ajudado muito. São mais de 1.700 fãs no Brasil e em outros países. Os downloads gratuitos das publicações completas já tiveram cerca de 4 mil acessos até o momento https://www.facebook.com/ribeiraopretoemquadrinhos
- O primeiro projeto contou com a verba do PIC, já a segunda teve o apoio de entidades, qual a maior dificuldade quando o assunto é a verba para projetos culturais?
Sá: A RPHQ1 foi patrocinada pelo PIC e pelo SENAC. A RPHQ2 foi patrocinada pelo SENAC. Nos dois números tivemos apoio da Atômica Filmes, Thomate Cartuns, Fnac, Ideatore Comunicação, Rumba Bar e Instituto do Livro. A maior dificuldade para angariar verba é montar um bom projeto, que se mantenha fiel a seus objetivos e ainda seja capaz de atrair patrocinadores dos setores público e privado. Hoje, feliz ou infelizmente, quem faz cultura tem que se profissionalizar como captador de recursos.
- Como você vê a aceitação dos leitores?
Sá: Olha, o carinho do público é constante. Muitos artistas têm nos procurado para participar das novas publicações e o número de downloads e fãs no facebook demonstra esse envolvimento.
- Vocês já têm planos para a terceira edição, pode adiantar alguma novidade?
Sá: A RPHQ3 deve ser lançada ainda este ano, trará mais artistas e mais arte da meninada. Além disso, duas ONGs diferentes irão contribuir com o nosso trabalho ampliando a ação social do projeto.
- Onde os interessados podem encontrar as edições anteriores?
Sá: Hoje, só via download dos PDF. Os endereços estão disponíveis na fanpage do projeto https://www.facebook.com/ribeiraopretoemquadrinhos
Conheça os colaboradores dos volumes 1 e 2
Adilson Terrível, Alan Barbosa, Ana Marcia Zago, Angelo Davanço, Arnaldo Junior, Beto Candia, Carlos Reno, Cako Facioli, Cleido Vasconcelos, Cordeiro de Sá, Chris Lee, Dan Medeiros, Daré, Dino Bernardi, Dud, Ferreira Júnior, Francisco Gimenes, Fred Nuti, Fulvio Setti, Gandolpho, Geraldo Lara, Gustavo Russo, Gustavo Santiago, Graziela Protti, Graziela Adorno, GTO, Jair Correia, Jefferson Barcellos, Leandro Ricardo, Lubasa, Macalé, Marcela Calura, Marcelo Almeida, Marcelo Dias, Paulo Fritoli, Pelicano, Quico Soares, Ricardo Barbieri, Renato Andrade, Rogério Shareid, Rodrigo Souza, Ruy Marx, Saulo Michelin, Sineval Almeida, Thomate, Ubirajara Jr, Valnei Andrade, Vicente Lima, Vinícius Souza, Willy Peres e Yuri Chamoun.
Conquistando medalhas
As duas coletâneas da Ribeirão Preto em Quadrinhos estão entre os sete indicados da categoria “Melhor Publicação Independente de Grupo”, do 25º Troféu HQ MIX. A lista foi divulgada na semana passada no blog do evento.
Criado em 1988 pelos cartunistas Jal e Gual, o concurso tem como objetivo divulgar a produção de histórias em quadrinhos, cartuns, charges e as artes gráficas no país. E prêmio é conhecido internacionalmente, o que dá credibilidade aos trabalhos indicados e incentiva a continuidade do trabalho.
Revide On-line
Texto: Pâmela Silva
Fotos: Carolina Alves