Município Verde Azul
De 2010 para 2011, Ribeirão Preto caiu 66 posições no ranking do projeto
Na lista divulgada no ano passado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Ribeirão Preto, ocupava a 56ª posição no ranking do programa “Município Verde Azul”. Este ano, o município perdeu posições, aparecendo em 122ª na lista divulgada no último dia dois de abril.
Embora o município tenha sofrido uma queda na pontuação de 2010 para 2011 (de 85,99 para 81,90), Mauro Haddad, coordenador do Programa Município Verde Azul, aponta que Ribeirão Preto ainda faz parte dos 158 municípios que fecharam o ano com pontuação acima da média (80). “Estivemos duas ou três vezes em Ribeirão Preto, que nos recebeu muito bem e que demonstrou, durante todo o ano, uma preocupação com as ações. Esse ano a cidade fez 81,90 pontos, contra 85,99 no ano passado. Veja que continua certificada, bem a frente da maioria das cidades do Estado”, aponta Haddad.
Para receber a certificação como “Município Verde Azul” e garantir a prioridade na captação de recursos junto à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, por meio do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição (FECOP), o município participante deve ter uma pontuação acima de 80.
Dentro de 10 diretivas (tratamento de esgoto, resíduos sólidos, mata ciliar, arborização urbana, educação ambiental, cidade sustentável, uso da água, qualidade do ar, estrutura ambiental e conselho ambiental) o município pontua de 0 a 100 pelas ações realizadas.
Paulo Finotti, ambientalista e presidente da Sociedade de Defesa Regional do Meio Ambiente (Soderma), diz que falta planejamento para Ribeirão Preto. “Governar não é só vivenciar o momento presente, mas também planejar o futuro e nós não temos planejamento, estamos apenas tapando buracos do passado. Estamos colocando pedras nesses buracos, sem saber o que os ocasionou. E isso acontece, em termos ambientais, por falta de conhecimento da população, de como cuidar dos seus resíduos, por que ninguém nunca se preocupou com isso”, ressalta Finotti.
Para o ambientalista, o que existe hoje, em âmbito nacional, são ações isoladas, e em dias específicos do ano. “Será que existe um sistema que exija que a população separe o lixo orgânico dos outros lixos?”, questiona. Não existe esse tipo de educação, afirma. “Na semana do meio ambiente colocam todo mundo para construir e plantar árvores. Uma semana depois aquelas mudas plantadas estão sendo destruídas por que não são cuidadas. É isso o que acontece particularmente em Ribeirão Preto onde lixos são jogados às turras sem haver responsabilidade de quem os joga. Temos situação de degradação de solo, temos uma briga envolvendo a zona leste que vai e volta sem que o poder público e a câmara resolvam a situação. Não existe conversa entre os poderes, e alguns estão até falidos”, afirma Finotti.
Assistência
Visando ajudar os municípios com menor número de pontos no ranking do projeto Município Verde Azul, em 2011 a coordenação organizou duas rodadas de reuniões regionais, consultivas e de capacitação. Mauro Haddad explica que durante a segunda rodada foram capacitados cerca de mil técnicos de prefeituras e que mais de 1400 ligações de interlocutores para tirar dúvidas sobre as diretivas foram atendidas.
“Atendemos pessoalmente aqui na Secretaria do Meio Ambiente (SMA) os municípios que nos procuraram para o que chamamos de ‘aulas particulares’, onde os técnicos municipais receberam instruções sobre o caso concreto do município, tirando dúvidas sobre quais ações não pontuaram e como poderão pontuar. O importante é que estamos sempre abertos para ajudar os municípios e eles podem contar com a nossa equipe na busca pela excelência da gestão ambiental”, finaliza Haddad.
Para 2012
As ações que deverão ser desenvolvidas pelos municípios no ano de 2012 já estão definidas e serão basicamente as mesmas de 2011. E, embora o coordenador do projeto Município Verde Azul considere esse ano atípico, por ser ano de eleições municipais, Haddad afirma que algumas mudanças qualitativas na distribuição dos pontos devem ser realizadas. “Assim será valorizado o resultado final da ação”, conclui.
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Texto: Bruno Silva
Fotos: Divulgação
