Negócios de pai para filho
De geração em geração, famílias seguem no comando de gandes empresas
Gestão e administração são um dos fatores mais importantes no sucesso de uma empresa. Mas e quando essa empresa envolve, além disso, o aspecto familiar? Aí é o que se chama de negócio em família, ou seja, aquela história no âmbito profissional passada de geração em geração.
Um levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontou que de cada 100 empresas familiares, apenas 30% chegam à segunda geração e, dessas, apenas 5% sobreviverão à terceira geração.
Este é o cenário de alguns nomes de Ribeirão Preto no ramo empresarial. O Grupo Santa Emília, que completa 110 anos em outubro, é um desses exemplos onde os negócios foram passados de pai para filho. Mas no caso dessa empresa, tudo começou bem antes.
Aos 71 anos, Rui Flávio Chúfalo Guião, diretor presidente do Grupo, conta que a empresa surgiu pelas mãos de Antônio Diederichsen. Posteriormente, ele a vendeu para Manoel Penna, que se tornou diretor só em 1945. “Ele [Penna] era avô da minha esposa e acabou me chamando para trabalhar no Grupo”, relembra.
Há 45 anos a frente do Grupo Santa Emília, Guião tem o apoio da esposa Cecília, diretora de Recursos Humanos, e de mais três filhos: Luís Eduardo, Rui Flávio e Rodrigo. “Temos uma tradição de empresa familiar, meus filhos são a quarta geração”.
Porém, ele acrescenta que, em se tratando de negócios em família, é preciso ter o sucessor capacitado e ao mesmo tempo conviver com executivos profissionais. “É o que eu chamo de governança corporativa, pois é sempre bom ter gente de fora trabalhando conosco”. Quanto a esse processo, o diretor presidente do Grupo Santa Emília afirma que está passando tudo sobre a empresa para os três filhos e também para os netos.
Já a Piramid Imóveis, há 18 anos no mercado imobiliário de Ribeirão Preto, tem à sua frente o fundador Adair Porfírio. Ele e a esposa Sônia dirigem a empresa ao lado das filhas Adania e Aline. “Desde pequenas elas ficavam aqui na empresa, acompanhadas pela mãe. Até que elas criaram identificação, pegaram gosto e as coisas aconteceram”, explicou Porfírio, 61 anos.
Há cinco anos atuando como profissionais na Piramid, as duas filhas do empresário são responsáveis pelo Departamento de projetos da imobiliária e setor administrativo. Porfírio revela que ter a família como equipe de trabalho é algo de grande importância, considerando a confiança como principal aspecto. “A expectativa é que aquilo que foi construído tenha segmento pelos filhos, netos, e para isso é importante que essa geração tenha identificação com o trabalho”, finaliza.
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Texto: Fernando Belezine (Colaborador)
Fotos: Divulgação