No Brasil, apenas 33% das escolas têm bibliotecas

No Brasil, apenas 33% das escolas têm bibliotecas

Campanha “Eu Quero Minha Biblioteca” pede que lei que obriga escolas a ter bibliotecas seja respeitada

O Censo escolar de 2011, feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelou que, naquele ano, apenas 33,7% das escolas públicas e particulares do país possuíam bibliotecas. Para reverter esse quadro, surgiram campanhas como “Eu Quero Minha Biblioteca”, do instituto Ecofuturo. A campanha desde 2012 pede que a lei 12.244/2010 seja cumprida. A lei prevê que até 2020 todas as instituições de ensino brasileiras, públicas e privadas, deverão ter esses espaços.

Para a professora de língua portuguesa dos ensinos fundamental e médio da rede pública, Lucília Rodrigues faz uso das palavras do professor e bibliotecário da USP, Luís Milanesi para explicar que no ambiente escolar a biblioteca encontra recursos para ser mais bem desenvolvida. Tornando-se um lugar “essencial nas atividades de formação e incentivo a leitura”, cita a professora.

Pouca leitura
A pesquisa “Retratos do Brasil”, do Instituto Pró-livro, também de 2011, identifica que 30% dos brasileiros não gostam de ler. Lucília afirma que essa aversão acontece quando os alunos recebem tarefas e obrigações consideradas por eles maçantes e desinteressantes. As tarefas, na opinião da professora, desestimulam a leitura, muitas vezes até por ineficiência das bibliotecas: “Foram transformadas apenas em um ambiente de pesquisa e estudo, não mais de estimular a vida cultural”, diz.

Na opinião dela, esse estímulo também depende da família do aluno. “A leitura, por seus benefícios e fundamental participação no desenvolvimento do indivíduo, deve ser incentivada desde os primeiros anos de vida. E a família possui papel de grande importância neste processo”, analisa. Sobre o estímulo dos pais, a pesquisa diz que para os leitores brasileiros, ou seja, aqueles que iniciaram um livro nos últimos três meses, as mães representam 43% da influência para a atividade, e os pais, apenas 17%.

Bom exemplo

A pedagoga Clébia Molinari figura no grupo de mães que estimulam a leitura dos filhos e até utilizando o transporte público ela lê para o filho João Antônio. Ela enxerga nesta atitude uma oportunidade para ensinar valores ao menino. “Além de promover o enriquecimento cultural, esses conhecimentos vão servir para ele agir, conhecer o mundo e aprender a respeitar”, explica.

Porém, mesmo apontando o papel fundamental dos pais, a pedagoga volta a destacar que a biblioteca escolar é um grande instrumento de incentivo à prática da leitura. “Deve ser um espaço criado para promover o acesso à informação em seus vários aspectos e onde a criança também pode participar de atividades culturais, elevando seu nível de conhecimento”, finaliza.

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Leonardo Santos (Colaborador)
Foto: Divulgação

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