
Nova alta de inflação em RP
Resultado de 0,76% do Índice de Preços ao Consumidor no mês de setembro em Ribeirão Preto reforça continuidade da inflação
A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), apresentou o resultado do IPC – Índice de Preços ao Consumidor referente ao mês de setembro/2011 e, no último mês, o IPC ACIRP-FIPE foi de 0,76% para a cidade de Ribeirão Preto, registrando inflação e alta no custo de vida em relação ao mês de agosto/2011.
O objetivo da pesquisa é auferir o índice de inflação para a cidade para servir de parâmetro para empresários e consumidores traçarem suas estratégias de atuação no mercado.
Este foi o terceiro resultado positivo de inflação seguido e com ele o acumulado do ano de janeiro a setembro alcançou 3,75%, com a inflação em 12 meses atingindo 5,88%. Na média, a inflação no ano atingiu 0,41%, com indicador similar em 12 meses posicionando-se em 0,48%.
O índice mensal, calculado através da variação dos preços dos principais setores da economia, de acordo com pesos específicos para cada item da cesta de bens, demonstrou que Alimentação, Transporte e Habitação registraram altas significativas, com variações de 0,997%, 1,487% e 0,518% e contribuições respectivas de 0,324pp, 0,276pp e 0,127pp. Despesas pessoais, Saúde e Vestuário tiveram contribuições modestas nos preços ao apresentar variação positiva de 0,269%, 0,154% e 0,174%, todos com contribuições no índice final de 0,010pp. Outros grupos tiveram resultados modestos no índice final com contribuições próximas de zero.
No grupo Alimentação, leite e frutas foram os que tiveram as altas mais significativas. O leite foi a maior alta no mês, alcançando variação de 3,197% e contribuição de 0,107pp. Entre as frutas, maçã foi sétima maior alta no mês, com variação de 11,487%, laranja a oitava, com variação de 9,338% e maracujá a nona, com variação de 32,029%. No total, o grupo Frutas obteve variação de 8,221% e contribuição no índice final de 0,172pp.
O Leite hoje é o produto do setor de alimentos que mais contribui com a inflação e apresenta panorama favorável a elevação dos preços, em função da menor oferta (entressafra), do clima seco, do aumento dos custos de produção e da recente volatilidade do câmbio, visto que, parte do que é consumido no mercado interno vem do exterior, isso sem falar na especulação.
Entre as quedas, destaque para o Alho, segunda maior queda no mês com variação de -19,003% e tomate, terceira maior queda no mês, com variação de -6,987%. O Pão Francês teve a sexta maior queda no mês, com variação de -0,557% e contribuição no índice final de -0,017pp. Para o segundo semestre, a previsão é que o pão Francês sofra impacto nos preços, devido ao período de entressafra na Argentina (principal fornecedor de Trigo ao mercado brasileiro). A produção brasileira deverá atender a demanda interna, porém, condicionada a necessidade de garantir qualidade ao produto, o que sugere dois cenários: produção em níveis satisfatórios com boa qualidade garantindo preços mais estabilizados ou produção em níveis satisfatórios com má qualidade e escassez do produto no mercado interno, o que poderá causar impactos nos preços.
Em Carne Bovina, Acém foi a maior queda no mês, registrando variação de -3,918% e contribuição no índice final de -0,048pp. Já a Alcatra foi a sexta maior alta no mês, obtendo variação de 5,506% e contribuição no índice final de 0,053pp. No caso das Carnes, os problemas enfrentados pelas empresas brasileiras na exportação dos produtos sugerem que, em parte, o mercado interno estará quantitativamente mais abastecido, com oferta elástica o suficiente para determinar pelos menos a manutenção dos preços que vigoram atualmente. Em relação ao Arroz e ao Feijão, a política adotada pelo governo de subsídio aos produtores visa garantir rentabilidade as atividades econômicas, em função da defasagem dos preços, o que pode acarretar valorização dos produtos no mercado interno.
Em transporte, os destaques foram o Álcool, segunda maior alta no mês, com variação de 7,158% e contribuição no índice final de 0,100pp; a Gasolina, quinta maior alta no mês, com variação de 1,590% e contribuição no índice final de 0,056pp; e o Ônibus intermunicipal, terceira maior alta no mês, com variação de 7,542% e contribuição no índice final de 0,091pp.
Em Habitação, Aluguel teve a quarta maior alta no mês, obtendo variação de 0,839% e contribuição no índice final de 0,081pp.
A inflação no ano de 2011 apresenta-se com menor vigor no setor alimentício, e com maior ênfase no setor de serviços e preços administrados. Em relação ao ano passado, deve se observar menos influência nos preços de itens como Carne Bovina, Carne Suína e Frango, porém, itens como Leite, Arroz e Feijão, devem pesar um pouco mais no bolso do consumidor, devido a questões conjunturais.
Previsões outubro
De acordo com dados divulgados pela ACIRP –RP, os preços dos alimentos na primeira semana de outubro/2011 apontam para uma alta moderada, com contribuição na inflação em torno de 0,15 pp e devem seguir trajetória de estabilidade, com contribuição perto de zero.
Já os combustíveis apontam para queda no início do mês, mas, não existe garantia que permaneçam nesse patamar. Dado a proximidade do fim do período da safra de cana-de-açúcar, podem ocorrer novas altas a partir da segunda quinzena de outubro/2011.
“A considerar a alta da taxa de água esgoto, com a menor volatilidade nos preços dos alimentos, e até admitindo uma alta moderada nos combustíveis, a expectativa para o IPC de Outubro/2011 é de estabilidade, em torno de 0,1% a 0,3%, com leve possibilidade de o índice tomar trajetória negativa”, informa o economista responsável pela divulgação dos dados do IPC ACIRP-FIPE, Fred Guimarães.
Revide Online - com informações ACI-RP