
Nove em cada dez consumidores consultam internet antes de comprar
Por outro lado, 63% dos consumidores afirmam ter o costume de visitar lojas físicas antes de realizar compras
De acordo com um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira 'Meu Bolso Feliz', nove em cada dez consumidores brasileiros com acesso à internet fazem pesquisas online dos produtos antes de realizar compras em lojas físicas.
Por outro lado, o estudo apontou que o inverso também acontece. Seis em cada dez consumidores virtuais afirmam que visitam lojas físicas antes de realizar compras virtuais e as categorias de produtos que figuram na lista de orçamentos são os equipamentos eletrônicos (63%), eletrodomésticos (53%), calçados (37%) e peças do vestuário (30%).
O estudante do curso de Publicidade e Propaganda Caio Moraes Ribeiro está entre os brasileiros que, com a intensão de comprar, usa a internet como ferramenta de pesquisa de produtos antes de investir. Contudo, ele também costuma comprar pela internet, mas, segundo ele, com algumas exceções.
“Compro jogos pela internet e recentemente eu comprei camisetas e moletom. Existem lojas virtuais confiáveis. Então, quando eu compro, é através destes sites”, ressalta.
O universitário conta ainda que não confia inteiramente na internet no momento da compra. Ele assume que não compraria produtos frágeis, como equipamentos eletrônicos, em lojas virtuais, pelo fato de sentir receio de o equipamento ser danificado durante o transporte.
Insegurança
Caio Moraes Ribeiro afirma que nunca teve problema com as compras realizadas pela internet, a não ser, em alguns casos, pelo atraso no prazo da entrega estipulado por algumas lojas. Assim como o estudante, 61% dos consumidores ouvidos na pesquisa do SPC Brasil revelaram sentir insegurança em comprar virtualmente simplesmente por não contarem com o produto em mãos no ato da compra.Outro ponto negativo levantado pela pesquisa é a dificuldade para trocar o produto adquirido que, eventualmente, apresente defeito. Estes consumidores (36%) justificam que as compras presenciais evitam decepções no futuro. "Os sites de comércio eletrônico demonstram grande competitividade nos aspectos práticos envolvidos numa compra, mas o contato sensorial com o produto ainda gera uma segurança maior para o consumidor no momento da compra", afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Sites mais pesquisados
De acordo com o levantamento, os produtos que mais geram pesquisa na internet são: os eletrônicos, com 75%; em seguida aparecem os eletrodomésticos com 58%; calçados, com 32%; seguidos por vestuário, livros, cosméticos e perfumes, com 29%, 26% e 24%, respectivamente.
A pesquisa revelou que a internet facilita na hora de realizar orçamentos. 62% dos entrevistados assumiram acessar sites que oferecem ferramentas de comparação de preços e de características dos produtos.
Revelou-se ainda uma preocupação com a qualidade do serviço prestado pelas lojas virtuais. Depois dos sites de comparação de preços, os sites mais acessados pelos internautas – 54% revelou acessar –, são aqueles que mensuram o índice de reclamação de determinada marca ou produto, como o Reclame Aqui.
O estudo indica que os consumidores virtuais também valorizam a troca de experiências e estão atentos à opinião técnica de especialistas: sites de e-commerce (47%), redes sociais (39%) e blogs especializados (36%) completam a lista dos mais consultados.
“A internet é um importante instrumento que dá maior poder de escolha ao consumidor”, explica a economista Marcela Kawauti.
Online e offline
Para a economista-chefe do SPC Brasil, o hábito da pesquisa cria uma oportunidade para o varejo aumentar o fluxo de clientes, demonstrando e oferecendo novos produtos e vantagens aos consumidores. "A convergência do processo de compras entre lojas físicas e virtuais potencializam a geração de novos negócios para os varejistas. Mesmo quando uma compra é feita em um canal, o outro geralmente é consultado e possivelmente tem uma influência significativa na decisão de compra. Desta forma, mesmo que a compra não seja feita na primeira loja visitada, representa ainda assim uma oportunidade para o consumidor conhecer outros produtos e serviços disponíveis", conclui a economista.
Metodologia
O estudo buscou compreender os padrões de comportamento nas compras online e as preferências dos consumidores virtuais tanto em lojas físicas quanto em sites. Foram ouvidos 678 consumidores acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais. A margem de erro, segundo seus realizadores, é de 3,7 pontos percentuais com margem de confiança de 95%.
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Foto: Divulgação