Novo AME começa a atender em novembro

Novo AME começa a atender em novembro

Diretora do Departamento Regional de Saúde XIII, Adriana Ruzene dá detalhes sobre a unidade e de que forma contribuirá para aliviar os ‘gargalos’ no atendimento de saúde regional

Com entrega prometida para abril de 2023 e adiada para este mês de outubro, o novo Ambulatório Médico de Especialidades (AME), em construção na Zona Oeste de Ribeirão Preto, deve iniciar operações só em novembro, de forma parcial. De acordo com Adriana Ruzene, diretora no Departamento Regional de Saúde (DRS) XIII, em um primeiro momento terão início as consultas nas 26 especialidades a serem atendidas no ambulatório, além de realização de exames. Nos próximos meses, a unidade passará a realizar também cirurgias de pequena e média complexidades.


Sua gestão será realizada pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Organização Social de Saúde (OSS) Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca. “A atuação da OSS desburocratiza os processos de contratações e compras, o que também reflete na agilidade do serviço”, justifica Adriana, titular na Diretoria Técnica do DRS desde setembro de 2022.


Graduada em Administração e Ciências Contábeis, com especialização em Saúde Pública, em Gestão Pública e em Gestão em Saúde, Adriana é funcionária pública do Estado de São Paulo desde 1989, tendo assumido diferentes cargos técnicos de grande responsabilidade nas regiões do DR VII (Franca) e XVIII (Ribeirão). Sob o guarda-chuva de seu Departamento está a coordenação, articulação, organização e gerenciamento do sistema SUS em 26 municípios da região, que somam 1,5 milhão de habitantes.


Cerca de 60% dessa população são atendidos exclusivamente pelo SUS, por meio de 515 estabelecimentos de saúde, sendo 223 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 96 centros de especialidades, 52 unidades de apoio diagnose, 49 unidades móveis, 29 policlínicas, 26 hospitais gerais, 15 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), três hospitais especializados e uma unidade mista.


Confira a seguir o que Adriana Ruzene tem a dizer sobre esse gerenciamento:
 

Quais são, atualmente, os principais ‘gargalos’ do sistema de saúde na região de Ribeirão Preto?

Na área do DRS de Ribeirão Preto estão nas consultas especializadas e exames diagnósticos, o que esperamos resolver com o Programa de Regionalização da Saúde do Estado de São Paulo, que já teve início e visa a diminuir as desigualdades entre as regiões para aumentar a eficiência do gasto público, ampliar a oferta de serviços, fazer as filas andarem e reduzir a distância que as pessoas precisam percorrer para conseguir atendimento.

 
Quais especialidades têm o tempo de espera para marcação de consultas mais longos na região?

As maiores demandas entre as especialidades ambulatoriais na região do DRS de Ribeirão Preto estão na ortopedia, oftalmologia e urologia. A fila de espera para consultas, cirurgias, exames e procedimentos é descentralizada, mas a atual gestão trabalha para identificá-las e unificá-las, com o objetivo de ampliar os atendimentos e reduzir a demanda de espera, sempre respeitando os critérios de urgência e emergência.


Explique de que forma o novo AME contribuirá para a vazão dessas demandas.

Os AMEs são unidades de alta resolutividade, com equipamentos modernos e que têm como objetivo promover o diagnóstico precoce e ampliar a oferta de serviços ambulatoriais especializados, atendendo à necessidade regional relacionada a problemas de saúde que não podem ser plenamente diagnosticados ou orientados na rede básica, pela sua complexidade, mas que não precisam de internação hospitalar ou atendimento urgente. O AME de Ribeirão Preto atenderá à demanda referenciada da região, o que irá contribuir para minimizar o tempo de espera.

 
Ele será mesmo entregue neste mês de outubro?

E por que a entrega em abril teve que ser adiada? As obras estão em fase de acabamento e sofreram um atraso devido às chuvas registradas no início do ano. Em paralelo, a Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca, que irá gerenciar a unidade, já iniciou os processos seletivos para contratação de profissionais, bem como a aquisição de mobiliários e equipamentos. A previsão é de que em novembro a unidade esteja equipada e apta a receber os pacientes.

 

Como e por que foi escolhida a localização do novo AME? Teve a ver com demandas locais de saúde ou mais com questões logísticas?

 

 

Foi uma decisão em conjunto com a Fazenda Pública do Estado e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, através do Decreto Estadual nº 63.341, de 6 de abril de 2018, que autoriza a permissão de uso a título gratuito pelo prazo de 20 anos em favor do município de Ribeirão Preto da área que destinou-se a construção e instalação do AME no município.O AME de Ribeirão Preto está localizado em um ponto de fácil acesso e abrangência regional. A extensão do imóvel também foi levada em consideração, já que a área de construção passa de sete mil metros quadrados.

 
O novo AME começará funcionando com 100% de sua capacidade?

Por se tratar de unidade e equipes novas, será ampliado de forma gradativa. Neste primeiro momento, terão início as consultas nos ambulatórios de especialidades e exames. Nos próximos meses a unidade também passará a realizar cirurgias de pequena e média complexidades.


Os R$45.312.605,61 de investimentos divulgados referem-se só à construção e aparelhamento ou incluem contratações de pessoal?

Se não, quanto ainda será investido nisso e de que instância governamental sairão esses recursos? Os investimentos iniciais, bem como o custeio para funcionamento da unidade, serão realizados pelo Governo do Estado por meio de repasse à Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca, vencedora do processo licitatório. Somente neste ano o Estado irá investir mais de R$10 milhões para que a unidade inicie os atendimentos à população. As obras foram custeadas pela Prefeitura de Ribeirão Preto.

 
Tem o número de quantas contratações o novo AME demandará, entre pessoal de níveis superior, médio e técnico?

A estimativa é de que sejam contratados mais de 200 profissionais, entre médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas e fonoaudiólogos, além dos profissionais administrativos.

 
Há novas perspectivas de investimentos em ampliação do aparelhamento público de saúde na região a curto e longo prazos?

Recentemente o Governo do Estado lançou a Tabela SUS Paulista, com o objetivo de aumentar o acesso da população aos serviços hospitalares. Com ela, alguns procedimentos terão seus valores reajustados em até cinco vezes, corrigindo distorções históricas, que impactam a viabilidade das instituições e os serviços prestados à população. Os reajustes abrangem cerca de 5 mil procedimentos hospitalares. Entre eles, as cirurgias de apêndice, por exemplo, deverão passar de R$ 414,62 para R$ 1.865,79, e as de vesícula (colecistectomia), irão de R$ 996,34 para R$ 4.483,53. Para incentivar a ampliação de partos normais no SUS, o valor pago vai aumentar de R$ 443,40 para R$ 2.217 por procedimento. O valor será superior ao das cesáreas, que também serão reajustadas, de R$ 545,73 para R$ 2.182,92. Já as internações de UTI terão o valor duplicado. Na região de Ribeirão Preto, 20 Santas Casas e hospitais serão beneficiados com o aumento previsto na remuneração por procedimentos realizados. A tabela entra em vigor a partir do dia 1º de janeiro de 2024.
 

Por que a decisão de entregar a gestão a uma OSS? E em que bases funcionará este contrato?

A contratação da Organização Social de Saúde Santa Casa de Franca foi precedida por um processo licitatório e é uma forma qualificada para regulamentar o desenvolvimento das ações de serviços de saúde, através de contrato de gestão. No caso do AME de Ribeirão Preto, o contrato foi firmado entre o Governo do Estado e a OSS, e prevê metas de ações e fiscalização periódica por parte do Governo do Estado, que custeará a unidade. Além disso, a atuação da OSS desburocratiza os processos de contratações e compras, o que também reflete na agilidade do serviço.  

 

NOVO AME EM NÚMEROS 

• 17 mil m² de terreno e 7,9 mil m² de área construída;
• Investimento na obra foi de R$ 45.312.605,61, custeados pela Prefeitura de Ribeirão Preto;
• Capacidade para atender 26 especialidades médicas, mais de 7 mil consultas médicas e não médicas/mês, cerca de 37 mil exames/mês e 6,8 mil cirurgias em nove especialidades (cirurgia geral, dermatologia, cirurgia vascular, ortopedia, oftalmologia, mastologia e urologia ) ao ano;
• Estrutura com 24 consultórios, 22 salas de exames, 4 centros cirúrgicos, 23 salas de apoio, 25 banheiros, dois lavabos cirúrgicos, dois refeitórios, três copas, seis vestiários, além de guarda macas, fraldário, enfermagem, serviço social e psicológico, fisioterapia, nutrição, fonoaudiologia, terapia ocupacional e estacionamento para pacientes, familiares e funcionários;
• Parte administrativa com 17 salas para diretoria, centro de recursos humanos, informática, finanças, compras, supervisão de atendimento, farmácia, SAC, Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) e almoxarifado.

Especialidades médicas oferecidas: alergia/imunologia, anestesiologia, cardiologia adulto, cardiologia infantil, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia geral, cirurgia pediátrica, cirurgia plástica, cirurgia vascular, dermatologia, endocrinologia adulto, endócrino GO, gastroenterologia, ginecologia, infectologia, nefrologia, neurologia, neurologia infantil, obstetrícia – médio risco, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, pneumologia, proctologia, reumatologia e urologia.

Especialidades não médicas: enfermagem, odontologia, serviço social, psicologia, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional


Foto: Divulgação Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo

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