Novos hábitos para 2018

Novos hábitos para 2018

Compreender algumas particularidades antes de degustar um bom vinho pode transformar qualquer experiência com a bebida

No primeiro mês do ano, os planos para o novo ciclo passam pelas mais diversas áreas. Certamente, os enófilos de plantão dedicam alguns itens da lista aos vinhos. Para essas pessoas, enriquecer a adega é sempre uma prioridade. Independentemente das experiências já vivenciadas, é sempre possível encontrar novos rótulos capazes de surpreender. 
“Opções para experimentar não faltam, por isso, é importante salientar que o gosto pessoal é um critério determinante para  a seleção”, frisa Tatiana
Em meio a tantas variedades disponíveis, fica impossível não descobrir novas paixões dentro desse universo. Cada garrafa possui uma história, uma característica particular que ajuda a definir seu aroma, seu sabor e sua textura. Aliás, segundo a coordenadora da Grand Cru, Tatiana Arruda, ao saborear um vinho, é importante estar atento às peculiaridades da bebida. “Após a análise visual e olfativa, inicia-se a degustação. Todavia, a prova que permitirá uma análise profunda do vinho em questão, inclui, ainda, intensidade, qualidade, equilíbrio e persistência, além de observar secura/doçura, acidez, tanino, carvalho e fruto”, ensina a coordenadora. 

Leves ou mais encorpada, a bebida já conquistou um lugar de destaque na mesa e no paladar dos brasileiros. Para quem está em busca de novas indicações, Tatiana selecionou alguns dos vinhos que se destacaram em 2017 e que não podem faltar nos jantares do novo ano. 

Ponto de partida

Tatiana explica que, para apreciar o vinho, é importante atentar-se a algumas características

1º Secura/doçura: o vinho contém determinada quantidade de açúcar natural perceptível na hora da degustação. Se a bebida tem menos de 2g/l de açúcar, será difícil perceber essa doçura. Nesse caso, se estará, provavelmente, diante de um vinho seco, que deixará essa sensação na boca. Vinhos com elevados níveis de álcool, a tendência é “secar” com a passagem dos anos. Em contrapartida, os vinhos doces são claramente açucarados e de fácil detecção, principalmente, se a concentração for acima de 25 g/l.

2º Acidez: uma das principais características de um bom vinho é a harmonia entre os diferentes ácidos presentes nas uvas — cítrico, tartárico, málico, lático e succínico. A acidez é responsável pelo sabor e pela frescura, contribuindo também para a conservação e o envelhecimento dos vinhos superiores. Acidez em excesso pode estragar um vinho, tornando seu paladar amargo ou avinagrado. O ideal é que o vinho tenha um equilíbrio agradável entre o nível de acidez e o teor alcoólico. 

3º Tanino: São compostos fenólicos presentes no vinho. Responsáveis pelo nível de cor, aroma e estrutura do vinho, quase sempre de sabor áspero, seco e adstringente. 

4º Carvalho: muitos vinhos amadurecem em barris de carvalho, sendo que parte deles passam pelo processo de fermentação nesse mesmo ambiente. No caso do vinho branco, o contato aromático com o carvalho influencia o paladar final com notas de baunilha, noz-moscada e canela. Se o vinho em questão é um tinto mais consistente, o contato com a madeira confere um paladar, às vezes, torrado e amadeirado, com toque cremoso, perfeitamente perceptível na degustação. 

5º Fruto: o vinho tem como base fatores bioquímicos muito fortes que, aliados às características das castas originais, faz com que apresentem aromas e paladares frutados, podendo sugerir a presença de frutos secos e frutos vermelhos. 

• Casanova di Neri Brunello di Montalcino Cerretalto
Tipo de vinho: Tinto
Uva: Sangiovese Grosso
País: Itália
Produtor: Casanova di Neri
Combina com: Ossobuco, Polenta com ragu de cogumelo ou tagliarini 

Passa seis anos na adega — entre envelhecimento em barril de carvalho e garrafa — antes de sair da vinícola. Mostra riqueza aromática, com notas de cereja madura e toque de especiarias e ervas secas.

• Espumante Victoria Geisse Extra Brut Vintage Reserva
Tipo de vinho: Espumante
Uva: Corte
País: Brasil
Produtor: Cave Geisse
Combina com: saladas, frutos do mar, canapés, tábuas de frios e massas

Mesmo após 36 meses em contato com as leveduras, este espumante não perdeu as notas de frutas brancas e cítricas, como maçã verde e limão, além dos aromas de flores.

• Berne Esprit di Mediterranée
Tipo de vinho: Rosé
Uva: Corte
País: França
Produtor: Château de Berne
Combina com: pratos orientais, asiáticos, mediterrâneos e aperitivos

Aromas frutados são características marcantes desse vinho, com forte presença de framboesas, morangos e amoras. Em boca, as frutas se encontram com a acidez equilibrada e um longo final.

• Cobos Felino Malbec
Tipo de vinho: Tinto
Uva: Malbec
País: Argentina
Produtor: Viña Cobos
Combina com: churrasco, embutidos, vegetais assados ou empanadas

Esse vinho combina estrutura, densidade e equilíbrio. Nasceu com aromas florais, cereja negra, baunilha e chocolate. Apresenta gosto suculento, fresco e estruturado.

Compartilhar: