O cara do rock

O cara do rock

Para celebrar o Dia Mundial do Rock, José Carlos Pimentel, o “Zé do Rock”, falou sobre sua paixão pela música e como o gênero ainda possui uma relevância cultural

No dia 13 de julho, foi celebrado o Dia Mundial do Rock. Apesar do nome indicar uma data global, a homenagem ao gênero ocorre apenas no Brasil. A escolha do dia 13 é uma referência ao festival Live Aid, realizado em 1985, que contou com a participação de atrações como Queen, David Bowie, Black Sabbath, Judas Priest, Dire Straits, Elton John, Paul McCartney e U2, entre outros.

 

A comemoração se inspira em uma frase do músico Phill Collins, que se referiu ao festival como “o maior dia da história do Rock”. A fala foi utilizada por duas rádios brasileiras, que passaram a celebrar o Dia do Rock, nessa data, em meados dos anos 1990. Sendo mundial ou não, o gênero musical marcou a cultura no século XX e segue influenciando o estilo de vida de diversas gerações no século XXI.

 

Em Ribeirão Preto, o empresário José Carlos Pimentel, o “Zé do Rock”, é uma autoridade no assunto. Além de realizar entrevistas com artistas nacionais e internacionais, ele ainda é um importante divulgador de artistas regionais. À Revide, Zé do Rock discorreu sobre a sua paixão pelo gênero e fez uma análise sobre a cena contemporânea do Rock.

 

Sendo Dia Mundial ou Dia Nacional do Rock, qual a importância da data para esse estilo no país?

 

celebração é importante, porque coloca o Rock em evidência. Quem já é do Rock, trata a data com mais carinho, mas, nós também vemos o comércio geral, com vários tipos de lojas, criando campanhas especiais para o dia. Isso faz com que muita gente que não conhece bem o estilo queira consumir algo, seja um produto ou um especial de TV. 

 


Com o crescimento de outros gêneros musicais, você acredita que o Rock ainda mantém sua relevância como um dos principais estilos da música contemporânea?

 

Acredito que o Rock mantém sua relevância como um dos principais estilos de música. Isso porque o Rock não é apenas um estilo musical, é um estilo de vida. Ele traz muita autenticidade. O Rock fala de política, de guerra, de todas as formas de amor, fala de protesto e de assuntos tabus. Isso é muito importante para cultura de modo geral. O mundo ainda respira as letras clássicas de Rock sobre esses temas. Atualmente, temos muitas bandas falando coisas extremamente importantes, representando um dos principais objetivos do Rock, que é mostrar a sua autenticidade.

 

Como você avalia a cena do Rock em Ribeirão Preto?

 

A cena do Rock em Ribeirão é muito forte. Hoje, nós temos bandas em diversos estilos, bandas de punk, rock alternativo, grunge, hard rock e thrash metal, entre outros. E temos visto, também, um crescimento no número de eventos autorais, com muitos artistas trazendo novas ideias e composições. Me lembra muito o início dos anos 90, quando tivemos uma das últimas grandes revoluções no Rock. Por isso, acredito que Ribeirão tem uma cena muito forte, que, cada vez mais, vai aparecer na mídia e para um público cada vez maior.

 

Quem é o José Carlos Pimentel e quem é o Zé do Rock? Você enxerga uma diferença entre a sua persona pública e quem você é na vida privada?

 

O José Carlos Pimentel é um contabilista e administrador, que faz projetos de consultoria e auditoria na gestão das empresas. Já o Zé do Rock nasceu de um hobby do José Carlos, que, desde os seus 14 anos, começou a ir em shows nacionais e internacionais, começou a colecionar discos, livros, revistas e estudar muitos sobre o assunto. Com isso, surgiram convites para escrever sobre música e Rock em diversas revistas e sites.

 

Então, surgiu de uma forma profissional, o Zé do Rock, que apresenta festivais, que entrevista bandas nacionais e internacionais, faz um trabalho de divulgação de artistas locais. Não vejo diferença entre a minha figura pública e a privada. Sou um cara que faz isso por amor, de forma autêntica e que gosta da boa música. Quando fazemos de maneira autêntica, não se cria nenhum personagem, nenhum avatar, como dizem hoje.

 

Como surgiu seu interesse por esse estilo de música e o que te fez entrar nesse ramo profissionalmente?

 

A paixão por música veio de família. Meu pai foi baterista de banda, minha mãe amava música. Os dois me incentivaram muito a gostar de música. Hoje, eu sou guitarrista e também canto. Eles sempre me incentivaram a ouvir a música de uma forma diferente, com paixão. Meus pais eram apaixonados pelos Beatles, Rolling Stones e bandas lá do início dos anos 1960. Ao fazer isso de uma forma tão apaixonada e profissional, acabou gerando o interesse das assessorias de imprensa, dos veículos de mídia e dos próprios artistas em ter o meu conteúdo nos seus materiais.

 


Quais foram as suas entrevistas mais marcantes?

 

O mais legal desse trabalho é, justamente, entrevistar as bandas. Posso citar como entrevistas marcantes as que eu fiz com o Biquíni Cavadão e os Titãs. Eles me contaram histórias de bastidores e da formação da cena do Rock brasileiro nos anos 1980, histórias de apresentações no Chacrinha, Domingão do Faustão e pós-ditadura.

 

Zé do Rock entrevistando a banda Biquíni Cavadão

 

Bandas atuais, como Måneskin e Greta Van Fleet, misturam elementos do Rock clássico com uma estética mais contemporânea. Se por um lado esses artistas têm atraído novos fãs, por outro, geram a desconfiança dos mais puritanos. Como você enxerga esse movimento?

 

Eu acho esse movimento de renovação do Rock importantíssimo. Todo estilo musical tem que ter artistas novos, que trazem novas ideias, novas sonoridades e que falam sobre a atualidade. Porque a gente sabe que as bandas clássicas, muitas delas já acabaram e outras estão a acabar. Então, tem que ter continuidade na história.

 

É muito importante dar chance para essas bandas, entender o que eles estão falando, porque a gente sabe que tem muitas bandas boas, fazendo coisas legais, escrevendo boas músicas, trazendo sonoridades interessantes e que, no futuro, também vão se tornar clássicas. Se os puritanos do Rock não derem chance para as bandas novas, o que teremos de música falando sobre 2023, 2024, 2025 e assim por diante? Temos que dar chance para novos artistas, para eles escreverem a história da música.

 

Para quem quer começar a mergulhar nesse universo, você poderia indicar três bandas clássicas e três atuais?

 

Três bandas clássicas: vou citar os Beatles, o Queen e o Metallica. Eu acho que, dessa forma, a pessoa pode fazer uma viagem em sonoridades do Rock, Pop, Heavy Metal e Psicodelia. É uma mistura do Rock mais leve até o mais pesado. São três bandas que têm uma discografia imensa e que vale a pena ouvir. Das bandas mais recentes, eu vou citar Rival Sons, Volbeat e Black Pantera. 


Foto: Reprodução

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