O protagonismo da Ciência no desenvolvimento do Brasil

O protagonismo da Ciência no desenvolvimento do Brasil

Por Maurilio Biagi, empresário, presidente do Conselho da Holding Maubisa e membro de diversos conselhos Empresariais e de Administração

Nunca na história da humanidade se falou tanto em Ciência. Isso é bom. Pena que o motivo para esse despertar veio em decorrência de uma pandemia. Eu não tenho conhecimento suficiente para escrever a fundo sobre o tema, mas sempre fui admirador dos cientistas. Se formos pensar na Ciência em sentido amplo, é a produção de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação e pesquisa. Particularmente, prefiro separar a Ciência em duas: a primeira é aquela mais superficial, empírica e baseada em vivências, evidências e muita observação. Tive exemplo em casa. Meu pai foi um autodidata e um observador contumaz. Acompanhei e lembro bem como ele descobriu que a vinhaça da cana-de-açúcar era um fertilizante. Muito tempo depois, a Ciência formal comprovou o que já havia sido observado.

A segunda, é a Ciência feita com base em pesquisa, aliando teorias, recursos tecnológicos, modelos matemáticos, laboratórios de ponta e metodologia rígida. Como exemplo disso, estamos vendo as pesquisas em torno da vacina do novo coronavírus em diversos países. Por ser o assunto do momento, é natural que elas ocupem mais espaço na mídia.

Mas não podemos esquecer que a Ciência vai além e é produzida nos grandes centros acadêmicos e tecnológicos em todas as áreas do conhecimento. O Brasil tem exemplos maravilhosos. Como ribeirãopretano, posso citar o Campus da USP, onde parte dos testes para a vacina mais importante do mundo (Covid-19) está sendo realizada. O Campus também abriga o Supera Parque, ambiente de inovação e empreendedorismo, reconhecido mundialmente por sua contribuição à Ciência, integrando universidade, institutos de pesquisa, startups e empresas de base tecnológica através da troca de conhecimento e tecnologias. Sua atuação no combate ao coronavírus foi destaque por usar inteligência artificial, além de elevar a capacidade de testagem. Temos ainda em Ribeirão o Instituto Agronômico (IAC), responsável pela criação de excepcionais novas variedades de cana-de-açúcar.

Como membro do Conselho de Administração do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas (SP), tenho acompanhado a evolução das pesquisas. O CNPEM abriga vários laboratórios, entre eles o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), responsável pela operação da única fonte de luz síncrotron da América Latina: o Sirius. Conhecido como maior empreendimento científico brasileiro, recebeu o apelido de Maracanã da Ciência, pelo seu porte.

Não poderia deixar de mencionar a importância das pesquisas da Embrapa, que proporcionaram um salto tecnológico que contribuiu para colocar o agronegócio brasileiro em relevância no mundo, principalmente em meio a essa pandemia, em que o setor não parou, pelo contrário, está segurando a Economia e alimentando a população. Esses são alguns exemplos que mostram o potencial do país na produção científica.

Valorizemos a Ciência nacional, dando aos estudos sérios e embasados o protagonismo que merecem.

Maurilio Biagi é empresário, presidente do Conselho da Holding Maubisa e membro de diversos conselhos Empresariais e de Administração 

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