O trabalho dignifica o homem
Toninho e William Savegnago duas gerações unidas pelos laços do afeto e respeito mútuos

O trabalho dignifica o homem

Tradição na família Savegnago, a dedicação ao trabalho é passada de geração para geração como o alicerce da vida

Se tem algo que Willian Tony Savegnago aprendeu com o pai, Antônio Aparecido Savegnago, o Toninho, foi a ter como ídolos os que ‘são de casa’ mesmo. “Meu avô, Aparecido Savegnago, ‘Sr. Cido’ como era chamado, minha avó, Isaura, e meus bisavós foram as grandes referências do meu pai para se tornar o homem admirado que é hoje e o meu grande exemplo também. A palavra dele para mim é lei. Por isso, quando digo ‘Sim senhor’ é sempre com um respeito absoluto, porque ele é tudo para mim, herói, ídolo e amigo. É o melhor ser humano que conheço na face da Terra”, conta Willian.

 


Quando ainda era um menino, com 13 anos, Toninho o chamou para trabalhar na empresa da família, mas Willian não quis. “Quando era menor, sempre queria ir e ele não deixava. Quando finalmente me chamou, eu disse ‘não vou’ e foi uma decepção para ele, pois tinha planos para a construção do meu caráter. Então, minha mãe chamou a minha atenção. Disse para eu pedir perdão. Calcei a botina e fui a pé para o mercado, que era perto de casa. Subi na sala dele e disse que estava à disposição para fazer o que ele quisesse. Ele abriu um sorriso e me levou para o depósito. Orientou a me tratarem pior que os meninos que trabalhavam ali porque eu não era melhor que ninguém. Fiquei meio assustado na época, mas hoje entendo. Varri chão, descarreguei caminhão, tirei lixo e tudo isso me ensinou muito. Aprendi que temos que ter uma base sólida para entender quem somos. E foi seguindo essa sabedoria, de pai e de empresário, que o seu Toninho me educou. Nunca me deu peixe e nem vara para pescar, só um anzol e um ‘se vira com o resto’. Aprendo com ele e vou aprender a vida inteira”, ressalta.

 

 

 

O empresário reforça que sempre se aconselha com o pai porque, além de muito autêntico, ele tem muito bom coração, gentileza, paciência, piedade e compaixão. “Temos bastante em comum. Gostamos de fazer negócios, da família, do trabalho, de resolver questões, das coisas corretas, de fazer tudo acontecer, de crescer. Meu avô ensinou meu pai — que me ensinou também — que o trabalho dignifica o homem. Além da importância de sempre agradecer o que se tem, comer o que está na mesa sem reclamar e cuidar da sua vida, não da vida dos outros. É olhar para você e fazer o seu, o que já é difícil”, afirma Willian.

 


Caráter, honestidade, sinceridade, lealdade, hombridade e discernimento são características do pai que o empresário admira. “Ele não é egoísta, individualista. Pelo contrário. Tem um coração gigante, de outro mundo, e enxerga lá na frente. É muito bom com números, Deus deu o dom para ele da multiplicação. Tudo ele sabe multiplicar muito bem. É muito calmo e equilibrado, como um autêntico libriano, mesmo que você tire ele do sério, você não vai perceber”, descreve. Entre as frases mais repetidas pelo pai estão “Respeito é bom e eu gosto”, “Tá bom demais”, “Calma, presta atenção, as coisas não são assim”, “Vai com calma rapaz”, “Tem coisas que a gente tem que passar”, “No negócio não se afoba” e “Vai Corinthians!”. “Suas palavras foram me cativando e ensinando ao longo do tempo e me inspiram sempre. Ele me mostrou que nada é fácil, que é preciso batalhar, mas é possível vencer. Uma das histórias mais bonitas que aprendi com meu pai foi que humildade não é sentar na sarjeta e comer com o mendigo, mas trazê-lo para a mesa. Meu pai é paz, é segurança, é pai e me inspiro nele para ser um bom pai para os meus filhos”, conclui. 

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