Obras reiniciadas

Obras reiniciadas

Depois de 11 anos de impasse, a infraestrutura do loteamento Parque das Oliveiras deve ser concluída nos próximos três meses

O loteamento Parque das Oliveiras foi aprovado junto à Prefeitura de Ribeirão Preto em 1999. O projeto, que era da Balbo Construções, já contava com 840 lotes residenciais de interesse social para uso residencial ou misto. Além desses, o empreendimento também trazia 58 lotes comerciais e industriais. Com isso, o loteamento contemplaria uma demanda habitacional de mais de 4.000 pessoas e geraria cerca de 500 empregos. À época da comercialização, o prometido para os consumidores era que as obras de infraestrutura no local, que fica na zona norte do município, seriam concluídas em 30 meses após o contrato e que, logo em seguida, os proprietários poderiam começar a construir.

Mas, com problemas financeiros, a construtora não realizou os serviços que foram paralisados em 2002, restando a execução de itens básicos, como toda a pavimentação asfáltica, iluminação pública, paisagismo, além da complementação dos serviços de guias-sarjetas, rede de água e esgoto domiciliar, galeria de águas pluviais. Os compradores, que aguardavam a entrega do empreendimento, não puderam ocupar seus terrenos. Em 2008, eles se organizaram e fundaram a Associação de Proprietários do Parque das Oliveiras, para lutar na Justiça. “Foi um período muito difícil porque, por mais que fizéssemos reuniões e discutíssemos algumas soluções, ninguém parecia se importar com o nosso problema. Muitos dos moradores estavam revoltados e, não acreditando em um resultado positivo, queriam invadir e destruir o local. Tivemos que ter muita paciência e controle”, revela a presidente da associação, Orlinda Alvez Ferreira dos Santos.  

A solução começou a ser desenhada também em 2008, quando a Secretaria Municipal de Planejamento coordenou um primeiro acordo, em conjunto com a Balbo Construções e com a colaboração da Associação dos Proprietários. Nesse primeiro entendimento foram equacionadas as dívidas da infraestrutura faltante o que possibilitou a retomada dos lotes caucionados, com a anuência do Ministério Público, em dezembro do mesmo ano. A partir daí o Parque das Oliveiras chamou a atenção da iniciativa privada e, em 2009, quatro empresas se uniram para viabilizar a conclusão do empreendimento. São elas: Morada Engenharia, MAB Empreendimentos, do Grupo WTB, Quatro Cantos e Quaestus. Desse grupo, formou-se a MTBQ. “O projeto era bom, em uma localização interessante, viável financeiramente e comercialmente. Além disso, sabíamos que a retomada seria a solução de um problema que existia há muitos anos. Ao percebermos que poderíamos encaminhar a situação com um desfecho positivo para todos os lados envolvidos, decidimos propor essa retomada”, explica Welton Tadeu De Bortoli, diretor do Grupo WTB.

O acordo entre as partes, ou seja, a Associação do Parque das Oliveiras, a Balbo Construções, o Ministério Público, a WTBQ e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, foi firmado em dezembro de 2009 e homologado pela Justiça em maio de 2010. “O esforço de todos foi fundamental para que chegássemos a um acordo. Caso contrário, o problema não seria resolvido e o projeto perderia seu potencial, sua viabilidade”, afirma o responsável técnico, o engenheiro Marcos Spínola de Castro, da Morada Engenharia. Com essa autorização, as obras já foram retomadas. O prazo estipulado para a entrega é de dez meses. No entanto, a previsão dos empreendedores é que a conclusão aconteça com cerca de quatro meses de antecedência. 

O projeto obedece a todas as exigências públicas, com áreas institucionais, áreas verdes, áreas de lazer, arruamento, entre outros aspectos legais. Os lotes que já haviam sido comercializados anteriormente, cerca de 450, serão entregues totalmente urbanizados e os proprietários terão seu patrimônio resguardado. “Para outros interessados, o Parque das Oliveiras representa uma ótima opção de investimento”, indica Tadeu. Outra colaboração do grupo empreendedor para o município é a doação da obra viária que fará a ligação do empreendimento com a Avenida Luiz Galvão César, principal vetor de expansão daquela região. O custo da interligação é estimado em R$ 400 mil. “Essa realização representa um avanço para a cidade. O Parque das Oliveiras é um empreendimento de interesse social que também está gerando desenvolvimento urbano onde há uma grande densidade populacional. O empreendimento vai valorizar os bairros nas redondezas”, ressalta Marcos.

Para os proprietários dos lotes, a solução foi um alívio e o reinício das obras trouxe de volta a esperança. “É um sonho se tornando realidade. Estamos todos muito ansiosos. Não vemos a hora de ver tudo pronto”, finaliza Orlinda.


Texto: Paula Zuliani
Fotos: Carolina Alves, Júlio Sian e divulgação

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