
Palavra do presidente
No comando da Unimed Ribeirão Preto desde 2015, o pediatra Álvaro Truite avalia o atual momento da cooperativa médica, assim como antecipa, na entrevista abaixo, os próximos projetos do grupo
Desde quando o senhor integra os cargos de comando da Unimed Ribeirão Preto?
Álvaro: Participo ativamente da administração da cooperativa há muitos anos. Entre 1991 e 1997, atuei como conselheiro técnico e fiscal e, de 2003 a 2012, como conselheiro de administração. Em 2012, fui eleito diretor superintendente, na gestão presidida pelo Dr. Antônio Luiz Chaguri, cargo que ocupei no triênio 2012-2015, até ser eleito, em março de 2015, presidente para a gestão 2015-2018.
Quais eram as principais demandas da cooperativa no momento de sua chegada à presidência?
Álvaro: Assumi a presidência com a cooperativa economicamente forte, todas as obrigações legais rigorosamente cumpridas e uma equipe de gestão muito engajada com suas demandas. Com esses pontos sob controle, as demandas prioritárias, que assumi com orgulho e dedicação, foram a elevação do padrão de qualidade dos serviços prestados e a conclusão do Hospital, até o atual momento, quando daremos início à sua operação.
De lá para cá, quais foram as mudanças mais importantes ocorridas no cenário de atuação da Unimed?
Álvaro: Sem dúvida alguma tem sido o enfrentamento do atual momento econômico pelo qual passa o país. Pela primeira vez em 16 anos, desde que a Agência Nacional de Saúde (ANS) foi criada, passando a regular e a monitorar os planos de saúde, o setor privado reduziu o número de pessoas assistidas pelas operadoras. Essa retração está relacionada, principalmente, com o arrefecimento da atividade econômica das empresas que contratam planos de saúde para seus funcionários. Com o aumento do desemprego e o encolhimento do PIB, em 2015, cerca de 800 mil brasileiros voltaram para o sistema público de saúde, já sobrecarregado e com problemas orçamentários. Embora os efeitos diretos desses eventos na Unimed Ribeirão Preto tenham sido menos sentidos, as mudanças requerem, dos gestores de qualquer segmento econômico, cautela, vigilância e posicionamento estratégico.
E dentro da própria cooperativa?
Álvaro: Internamente, a grande mudança que temos produzido é na gestão propriamente dita. Hoje, a Unimed Ribeirão Preto tem forte orientação para gerenciamento de processos e para mensuração de seus resultados por indicadores. Não se eleva substancialmente o nível de qualidade de uma instituição como a nossa sem importantes quebras de paradigmas e fortalecimento da cultura institucional interna, que envolve o médico cooperado, toda a rede de serviços contratados e, principalmente, os funcionários e as lideranças que temos. Qualquer que seja a mudança ou o desafio enfrentado por uma gestão, a certeza que tenho é de que todos são superados e operados através das pessoas, portanto, mantê-las engajadas e comprometidas com os projetos da instituição é uma atividade que fazemos diariamente.
Em que momento a Unimed Ribeirão se encontra em 2016?
Álvaro: Em seu momento áureo. Ao completar 45 anos desde a fundação, em 30 de abril de 1971, a Unimed Ribeirão Preto, hoje, está preparada e madura para o enfrentamento de quaisquer demandas. Nossos médicos estão a cada dia mais engajados com as metas de qualidade no atendimento e mais partícipes da vida societária da cooperativa, o que reputo de fundamental importância. A chegada do hospital, com o oferecimento de atendimento de excelência e um portfólio completo de serviços médicos, consolida nossa estratégia para os próximos anos. Estamos preparados para receber os que buscam um plano de saúde honesto, ético e com comprometimento de melhoria contínua.
Quais as principais conquistas recentes que merecem ser comemoradas?
Álvaro: São muitas conquistas. Para não ser injusto deixando de citar alguma área ou projeto importante de nossa instituição, menciono três que envolvem todas as pessoas. A primeira delas foi a redução brusca no número de reclamações recebidas em nossa Ouvidoria, fruto das melhorias na qualidade no atendimento que promovemos. Os clientes de planos individuais (pessoa física) contam com uma confortável estrutura exclusiva de atendimento, com funcionários treinados e comprometidos (núcleo Itatiaia), enquanto os planos coletivos (pessoa jurídica) têm como referência outra estrutura de igual qualidade (núcleo João Penteado). Mesmo nos períodos em que temos uma demanda crescente no pronto-atendimento hospitalar, resultado de epidemias como a de dengue, zika e doenças respiratórias (principalmente as gripes), os indicadores internos sinalizam o alcance de melhorias. É preciso considerar que em tais épocas, as estruturas se sobrecarregam e a qualidade fica prejudicada, se comparada com a que podemos oferecer em tempo de menor procura. Estamos atentos a isso e estruturando um novo modelo de atendimento que, em breve, equacionará essa questão.
A segunda foi o alcance de nossa nota máxima no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), medido pela ANS. Esse índice avalia a estrutura de operação da instituição, sua solidez econômico-financeira, a suficiência de sua rede credenciada, o resultado da atenção à saúde, medido em escalas de atendimento das demandas quantitativa e qualitativamente, além da conformidade regulatória (cumprimento de leis e normas do setor) conferida à Operadora. Pela avaliação da ANS, a Unimed de Ribeirão Preto ficou classificada entre as 10 melhores operadoras de planos de saúde do país, entre as operadoras de grande porte (aquelas com mais de 100.000 clientes).
A terceira é a conclusão do projeto do Hospital Unimed, em sua fase 1. Temos plena convicção de que os desafios e as responsabilidades estão aumentando com sua chegada e com o início das operações. A conclusão do projeto construtivo com a estruturação de todo parque de tecnologia do empreendimento, a adoção de modernos sistemas de informação, acompanhados da formação das equipes profissionais que farão o start up do hospital, foram, sem sombra de dúvidas, uma de nossas grandes conquistas.
Em um ranking fictício dessas vitórias, que posição o Hospital Unimed ocuparia e por quê?
Álvaro: Novamente, para não subestimar a importância sinérgica que todos os projetos e áreas de atenção da operadora, prefiro não falar em ranking. Temos a certeza de que o Hospital Unimed Ribeirão Preto será um marco, uma linha divisória na trajetória vitoriosa da Unimed. No entanto, deixo que a história faça este ranking natural. Pela energia concentrada no projeto, pela plástica do empreendimento e toda a expectativa pelo início de operação, inclusive a desta administração, seria natural colocar na cabeça desta lista. Penso que esta conquista será institucionalmente mais comemorada quando confirmarmos, pela operação, que nossos clientes estão diante da melhor estrutura de atendimento médico-hospitalar da região e uma das melhores do país. Trabalharemos com obstinação para que essa conquista seja plena, mas prefiro deixar este julgamento para os clientes e cooperados. A mim, como presidente do Conselho de Administração, competirá prover os recursos e liderar as estratégias para que nos mantenhamos na vanguarda desse segmento.
Quais são os maiores desafios da cooperativa até o fim deste ano?
Álvaro: Este sim, sem dúvida alguma, é o start up do hospital. A gestão hospitalar é uma das atividades de maior complexidade nos ramos da administração, pois seu objeto institucional é a vida, seja na busca da cura, seja na mitigação da dor, seja na melhoria da qualidade. Para que isso ocorra com segurança, uma grande indústria precisa funcionar sem contratempos. Um grande time de profissionais precisa estar atento e preparado. Depois de iniciada, a operação de um hospital nunca mais termina, 24 horas por dia, 7 dias da semana, 12 meses, 365 dias no ano, às vezes 366, como neste 2016. Há muitas questões complexas a serem geridas. Muita tecnologia, múltiplas profissões e áreas de conhecimento, suprimento de materiais, medicamentos, gases medicinais, sistemas informatizados, abastecimento de recursos naturais, geração de energia, protocolos, legislações, processos, processos e mais processos. Orquestrar tal estrutura, a favor da vida e da satisfação de nossos clientes, com qualidade, atendimento acolhedor e humanizado é, sem dúvida, nosso maior desafio para a segunda metade de 2016.
E os principais projetos para o futuro?
Álvaro: Nossas metas até 2018 passam pelos projetos de certificação da operadora e do hospital no grau máximo de excelência conferido às empresas do setor de saúde, certificação esta denominada Acreditação. Outro importante projeto é o de convergência do atual modelo de atenção à saúde, focada na medicina curativa, para um modelo que valoriza e difunde mais a atenção primária. Com o avanço da ciência, seja no campo da pesquisa médica, seja no desenvolvimento de novas medicações e equipamentos, os tratamentos médicos evoluíram muito e os procedimentos cirúrgicos são cada dia menos invasivos. Com isso, melhores resultados têm sido possíveis, no entanto, o grande desafio dos profissionais médicos é a promoção da saúde em sua plenitude, o que só se viabiliza com a hipertrofia dos cuidados preventivos. O ideal seria que a tecnologia fosse empregada nos tratamentos onde a prevenção não foi suficiente para evitar a doença, e é isso que devemos perseguir.
Com a longevidade da vida (e por ela), procedimentos mais complexos são muitas vezes inevitáveis, e até mesmo responsáveis por tais conquistas. Não obstante, o velho jargão que diz que “a prevenção é o melhor remédio” continua contemporâneo. Investiremos muito neste segmento nos próximos anos. Para o fecho desse ciclo, destaco os projetos desenvolvidos para municiar a instituição dos mais sólidos princípios e ferramentas de governança. Todos nós passamos, mas as instituições devem ser eficientemente pensadas para a perenidade, para terem crescimento e desenvolvimento contínuos, cultivando ricos valores em sua cultura organizacional e em harmonia com todos os stakeholders, sócios, clientes, fornecedores, governos e o cliente no centro de todos esses esforços. Com a concretização de todos os projetos, para o que trabalharemos intensamente, nossa missão mais sublime estará cumprida: viabilizar trabalho ético para o médico e tratamento de qualidade para os clientes.
Que efeitos o senhor espera que Hospital trará aos cooperados e aos clientes Unimed?
Álvaro: Por todo contexto exposto, tenho certeza de que o Hospital representará o grande recurso que o médico cooperado terá para exercer sua profissão, com o melhor amparo tecnológico e o melhor conjunto de recursos humanos e materiais. O Hospital será, também, um elemento estratégico na viabilidade da maior valorização do trabalho médico, o que consideramos essencial na cooperativa e o que nos diferencia no mercado. Esta valorização é fundamental para que ele, feliz e motivado, ofereça aos seus pacientes os seus melhores cuidados. Com médicos mais valorizados e clientes mais satisfeitos, nossa instituição certamente terá o combustível que necessita para continuar crescendo sustentavelmente. Quando tudo isso se consolidar, creio que minha contribuição como presidente estará cumprida.