Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto completa 100 anos
Confira a programação

Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto completa 100 anos

Comemoração do Centenário da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto recebe concertos especiais e lançamento de livro

AOrquestra Sinfônica de Ribeirão Preto (OSRP) fará dois concertos especiais neste final de semana em comemoração aos seus 100 anos de história. Além do lançamento do livro “Centenário da Orquestra Sinfônica” escrito pela professora, musicóloga, doutora em Música e arquivista histórica da orquestra, Gisele Haddad, que corrige uma imprecisão histórica relativa à criação da orquestra ribeirãopretana em sua obra. As apresentações ocoreram na sexta-feira, 28, no Theatro Pedro II, e no sábado, 29, na Praça Carlos Gomes.

 

Durante o século em que marcou presença na cultura de Ribeirão Preto, a Orquestra se tornou um patrimônio histórico da cidade. Para o diretor presidente da Associação Musical de Ribeirão Preto, mantenedora da OSRP, Silvio Trajano Contart, sua existência, longevidade e atuação demonstram que a sociedade valoriza a música e a arte.

 

“Além de nossa programação musical, nossos projetos sociais de criação de público, ensino e difusão da música nos conferem grande relevância. Tudo é feito por uma associação da sociedade civil, é a sociedade organizada, voluntários que mantém tudo funcionando. Somos independentes da prefeitura e do estado”, explica.

 

 

Na Orquestra, a missão de Contart é manter a chama acesa, a qualidade artística e a relevância social, além de e ampliar a capilaridade do trabalho de forma a afetar positivamente um número cada vez maior de pessoas. “Encaro como desfio pessoal motivar quem tem afinidade com a música a se envolver e contribuir como pode para manter nossas atividades e programas. Busco divulgar a música e seus efeitos positivos envolvendo a sociedade”, declara o diretor presidente.

 

Concerto épico 

Durante as comemorações, a regência da Orquestra foi feita pelo maestro titular Reginaldo Nascimento. Para os concertos o conjunto paresentou um programa que homenageia não só o centenário da Orquestra, como também o centenário da Semana de 22, com uma obra de Villa-Lobos, e o bicentenário da Independência, com o quarto movimento da Sinfonia n. 9 de Beethoven. “O público recebeu um concerto épico. Contamos com a participação de nosso coro, bem como solistas ribeirão-pretanos com uma consagrada carreira”, contou Nascimento.

 

 

Ao longo desses 100 anos, a Orquestra cresceu juntamente com a cidade. “A OSRP possui hoje projetos de ensino de música cujo objetivo é transformar a comunidade através da arte. À medida que esses projetos tocam a vida das pessoas, a consciência da importância de ter uma Orquestra profissional na cidade se torna cada vez maior, levando a população a valorizar mais a arte”, pontua Nascimento.

 

O maestro participa da Orquestra há quase 30 anos e o sentimento em reger a comemoração do centenário é de muita emoção e gratidão. “Saber que terei o privilégio e a honra que me concederam a diretoria da OSRP, bem como seus músicos, torna o momento extre- mamente especial na minha carreira. É uma felicidade que carregarei por todos os dias de minha vida”, conclui.

 

Na literatura

 

De acordo com o diretor presidente, o livro do Centenário resgata a memória de um período inicial da Orquestra. “Recentemente, graças às pesquisas da Gisele descobrimos vários fatos relevantes anteriores a criação da nossa asso- ciação em 1938. No período entre 1921 e 1938 nasceu o embrião daquilo que hoje conhecemos como Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto”, descreve. Segundo a escritora, até 2006 acreditava-se que ela havia sido criada em 1938, mesmo ano de fundação de sua mantenedora, atualmente chamada Associação Musical de Ribeirão Preto.

 

Porém, pesquisas constataram que sua formação foi idealizada em 1921 e o concerto inaugural aconteceu em outubro de 1922, no extinto Teatro Carlos Gomes. O livro também ilustra o ambiente da cidade de Ribeirão Preto naquele início do século 20, caracterizada como metrópole devido à economia cafeeira, que fez com que os fazendeiros e aristocratas erguessem em seu núcleo urbano casarões cheios de ostentação, estabelecimentos comerciais, praças, edificações e locais de entretenimento, como cassino, cinemas, teatros, praças públicas com coretos, entre outras.

 


Foto: Divulgação

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