Pelo fim da crise

Pelo fim da crise

Movimento pela Retomada do Setor Sucroenergético preparou documento com reivindicações e espera reunir mais de 15 mil pessoas em ato público no dia 27 de janeiro

Vivenciando uma das piores crises econômicas por conta da baixa do setor sucroenergético, que já levou à extinção de mais de 300 mil postos de trabalho na área agrícola, provocou o fechamento de cerca de 58 usinas e levou outras 70 a recorrer a pedido de recuperação judicial, empresários e órgãos representativos de classe de Sertãozinho e região criaram o Movimento pela Retomada do Setor Sucroenergético. A ideia é chamar a atenção de políticos e de governantes para as dificuldades enfrentadas nos últimos anos. Para isso, um ato público está programado para acontecer no dia 27 de janeiro, às 7h30. A orientação é para que todas as empresas suspendam suas atividades em apoio à manifestação.

O Movimento partiu da mobilização da Prefeitura junto à Central Única dos Trabalhadores (CUT), ao Sindicato dos Metalúrgicos, ao Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise-Br), à Associação Comercial e Industrial (ACIS), ao Sindicato do Comércio (Sincomércio), à Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), à Câmara Municipal de Sertãozinho, ao Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas (Sindinap), à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), aos Amigos Associados de Sertãozinho (Amasert) e a Sindicato dos Comerciários (Sincomerciários). Outros órgãos, como a Governança Corporativa da Cadeia Produtiva Sucroenergética, já sinalizaram apoio ao Movimento.

Os organizadores esperam reunir 15 mil pessoas, entre trabalhadores dos setores metalúrgico, canavieiro e do comércio; representantes de sindicatos e associações ligadas ao setor sucroenergético; autoridades municipais e regionais, além de cidadãos em geral. O Movimento pela Retomada do Setor Sucroenergético terá concentração em dois pontos de partida: praças rotatórias Thirso Pelá (em frente ao Ibis Hotel) e Estrada Vicinal Antônio Sarti com a Rodovia Armando de Salles Oliveira, próximo à Dedini. Os manifestantes farão uma caminhada de cerca de dois quilômetros, e ao final, apresentarão o documento com as principais reivindicações do setor.

Prefeito de Sertãozinho, Zezinho Gimenez reforça que o número de desempregos e de indústrias e empresas fechadas não deixam margem para dúvida sobre a gravidade do problema. Na cidade que administra, as dificuldades enfrentadas pelo setor sucroenergético estão produzindo uma reação em cadeia. De acordo com o secretário municipal de Indústria e Comércio, Carlos Roberto Liboni, a ideia é conquistar o apoio regional. “Esta é a hora de unir forças em busca do crescimento de um setor tão importante, não só para a economia local e regional, mas de todo o país”, destaca o presidente do Ceise Br, Antonio Eduardo Tonielo Filho.

O presidente da Orplana e da Canaoeste e diretor superintendente da Copercana, Manoel Ortolan, reforça a importância do movimento e critica o Governo Federal. Mais informações sobre o Movimento pela Retomada do Setor Sucroenergético podem ser obtidas no site da Prefeitura de Sertãozinho.

Pacto social
Sensibilizados pelas dificuldades dos mais de 2.400 trabalhadores demitidos até novembro de 2014 somente em Sertãozinho, no fim de dezembro, comerciantes, empresários e Prefeitura estabeleceram uma série ações para minimizar o impacto negativo enfrentado por eles. As demissões refletiram na queda das vendas, da arrecadação municipal e em sobrecarga dos serviços públicos.

Por meio de um pacto social, bancos, supermercados, planos de saúde e entidades de classe assinaram um documento contendo 12 compromissos válidos por 90 dias. Entre eles está a composição de uma cesta básica social por R$ 69,90, com embalagens pagas pelo Ceise-Br e pela ACIS. As operadoras de plano de saúde irão manter as mensalidades de desempregados e seus familiares pelos valores cobrados nos contratos corporativos.

Texto: Rose Rubini
Foto: Adilson Lopes

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