Propostas geram polêmica
Dentre as propostas apresentadas pelo grupo da FEA-RP, duas ganharam o destaque da imprensa ribeirãopretana
O relatório de avaliação do contrato de licitação entre a Prefeitura de Ribeirão Preto e o Consórcio PróUrbano, apresentado pelo professor André Lucirton Costa, na tarde da última segunda-feira, 29 de julho, aponta que “não há projeção de ‘lucro excessivo’”, como desconfiavam os integrantes do Movimento Passe Livre de Ribeirão Preto (MPL), que solicitou a abertura do contrato e também da planilha responsável pelo cálculo da tarifa. No entanto, uma série de polêmicas ronda o caso.
Para professor, propostas apresentadas estão sendo “mal interpretadas”
Das propostas apresentadas pelo grupo da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP), da Universidade de São Paulo (USP), duas ganharam o destaque da imprensa ribeirãopretana: “A criação de um pedágio municipal”, muito utilizado no modelo de transporte coletivo Europeu; e a criação de uma agência jurídica, que represente a figura do Estado, para que seja responsável pelo trânsito e uma autarquia que cuide do contrato de transporte - função desempenhada hoje pela Transerp. Isso implicaria no que muitos estão tratando como o “fim da Transerp”. “A proposta não se trata da extinção da Transerp. Como empresa de economia mista ela não pode, por exemplo, aplicar multas, como já fez”, explica.
Sobre a proposta da criação de um pedágio municipal, o professor diz que se arrepende de ter sugerido, já que, segundo ele “a proposta virou um carnaval”. “Fizemos um levantamento técnico para apresentar melhorias no transporte, mas as pessoas focaram somente em alguns pontos da proposta alterando o teor do estudo. Sou professor e não político e nosso estudo deve ser olhado no todo”, explica.
A próxima etapa da auditoria, coordenada por André Lucirton Costa, está prevista para iniciar na próxima semana, pois o grupo de auditores, formado por profissionais da FEA-RP, aguarda a entrega da planilha digitalizada.
O documento aguardado é a planilha que foi apresentada pela concessionária durante o processo licitatório e apresenta o fluxo de caixa da empresa. “Entregaram uma planilha impressa, mas precisamos da versão virtual, em Excel, para a auditoria das fórmulas”, explica Costa.
Segundo o professor, a Transerp se comprometeu a enviar o arquivo nesta sexta-feira, dia 2 de agosto. Porém, Costa já adianta que não haverá mais novidades com o estudo da planilha. “As principais considerações já foram feitas na última segunda-feira (29)”, diz.
Professor pede qualificação e transparência para Transerp
Dentre as propostas apresentadas pelo grupo de estudos, na última segunda-feira (29), Costa afirma que um sistema de controle financeiro deve ser criado pela Transerp com urgência. “A Transerp precisa se qualificar para entender o seu fluxo de caixa e montar uma contabilidade transparente”, aconselha.
Para o professor, o impasse entre a Transerp e o Consórcio PróUrbano, que sinalizou que a tarifa a ser cobrada deve ser de R$ 3,24, não deveria existir. “A tarifa deve ser reajustada seguindo a economia e cumprir o que consta no contrato e não fazer uma nova cotação, como está sendo feita”, salienta.
O Consórcio entrou com uma ação na justiça quando a Transerp se negou a revisar o contrato de concessão, que, segundo a PróUrbano, apresenta desequilíbrio econômico e está, segundo o Consórcio, gerando prejuízo de R$ 1 milhão. “A Transerp não deve trabalhar com a estimativa desses valores e sim com números concretos”, afirma André Lucirton Costa.
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Texto: Bruno Silva
Fotos: Ibraim Leão