Quadras concorridas
Uma mistura do tênis tradicional, com o frescobol de praia e o badminton, o Beach Tennis é ideal para quem busca manter a forma e se divertir
Provavelmente, você já ouviu alguém comentar sobre o Beach Tennis, que foi criado em meados de 1987, na província de Ravenna, na Itália, como atividade de lazer que mistura o tênis, o frescobol e badminton. Foi em 1996 que o tênis de praia – nome em português – ganhou regras e passou a ser considerado esporte. Segundo o educador físico Davi Dellaspora Salgado, professor de Beach Tennis com curso nível verde da Confederação Brasileira de Tênis, o esporte chegou ao Brasil nos anos 2000 e, desde então, vem conquistando espaço nas praias e nas quadras de areia do país. “Por se tratar de um esporte relativamente fácil de se aprender, e praticado em um ambiente despojado e divertido, ele vem atraindo cada vez mais praticantes. Outro fator que influenciou na escolha dos praticantes é o fato de ser jogado em ambientes abertos, sem contato físico, sendo considerado por especialistas um dos esportes mais seguros em época de pandemia”, ressalta.
O professor explica que a modalidade é um esporte de raquetes, jogado em uma quadra de areia com dimensões de 8m x 16m, dividida por uma rede com 1,70m de altura. “Ele pode ser jogado entre dois (jogo de simples) ou no formato mais comum, que é o jogo entre quatro jogadores (jogo de duplas). O objetivo do jogo é fazer com que a bola caia na quadra adversária. Sua contagem e golpes são trazidos do tênis”, conclui.
Saiba mais
De acordo com Salgado, por se tratar de um esporte que exige constante movimentação, o Beach Tennis reúne um conjunto de benefícios. O esporte fornece uma alta queima calórica e trabalha todos os grupos musculares do corpo, proporcionando fortalecimento muscular e melhora do condicionamento físico. “Além dos benefícios físicos, o Beach Tennis também propicia ganhos mentais e sociais. Os praticantes desenvolvem a tomada de decisão rápida por conta das trocas ligeiras de bolas, por exemplo. No âmbito social, ele é um esporte que colabora para a construção de amizades dentro e fora dos jogos e das quadras”, comenta o professor.
Salgado afirma que qualquer pessoa pode praticar o Beach Tennis, pois o esporte é completo e ideal para aqueles que buscam emagrecer, manter a forma e, também, aos que só querem se divertir, seja jogando com amigos ou participando dos torneios amadores e profissionais que acontecem no mundo todo. “Para iniciar é preciso disposição! Não é necessário qualquer conhecimento prévio ou ter praticado outros esportes. Nós da equipe Best Beach Tennis, fornecemos todo o material necessário para que o aluno inicie no esporte”, comenta. Para saber mais, acesse o Instagram: @best.tbt.
Na prática
A advogada Paula Carvalho Galhardo e a nutricionista Rileny Fares Meouchi Martins, moradoras de Ribeirão Preto, são adeptas do Beach Tennis. As duas descobriram o esporte por meio de familiares e, desde então, não pararam de praticar. “Descobri o esporte por causa do meu marido Guilherme, que já estava jogando há alguns meses e, também, vendo algumas amigas que estavam praticando. Comecei para me distrair e acompanhar meu marido, mas depois adorei o esporte e não tenho vontade de parar. Cada vez mais o número de quadras está aumentando na cidade e se torna mais fácil marcar jogos e encontrar os amigos”, comenta Paula, que faz aula uma vez por semana e pratica com os amigos de duas a três vezes por semana.
Rileny descobriu a modalidade com a irmã, que tinha amigos que praticavam o esporte quando iam à praia, pois ainda não havia quadra na cidade. “Sempre que viajava com esses amigos, ela comentava do esporte. Resolvi praticar uns meses após a pandemia, em novembro de 2020, quando uma vizinha me convidou para fazer aula com ela e mais uma amiga. Fiz a primeira e não parei mais. Me apaixonei pelo Beach Tennis, meu marido e filho também aderiram ao esporte e montamos um grupo de amigos que se fortalece a cada dia”, diz a nutricionista, que também faz uma aula semanal e joga com a turma cinco vezes por semana.
Ambas já participaram de competições de Beach Tennis e foram campeãs em diferentes categorias. Paula foi vencedora na categoria iniciante no Circuito Paulista, que aconteceu em Ribeirão Preto no primeiro final de semana de outubro. Rileny participou de três campeonatos, foi campeã dupla feminina C, vice-campeã em outra competição e perdeu nas oitavas de final em um torneio de nível nacional.
Para Paula, esse aumento da procura pelo Beach Tennis ocorreu por conta da pandemia. “Acredito que, desde o início da pandemia, as pessoas ficaram muito presas dentro de casa, e depois, com as liberações de atividades ao ar livre, todos buscaram novas opções, e o Beach Tennis foi uma delas. Desde que iniciei na modalidade, percebi tanto uma melhora física, quanto mental. Além de ser excelente para o corpo, é uma ótima distração para os dias corridos no trabalho. Todos deveriam experimentar. Se eu que não gosto de sol e nem de areia, amei o Beach Tennis, acho que todos gostarão”, recomenda a advogada.
Já para Rileny, que notou muitos benefícios após iniciar na modalidade – como o emagrecimento rápido, a capacidade de melhora da reação (velocidade) e a flexibilidade –, a popularização ocorre por conta da facilidade que a modalidade oferece aos praticantes. “É um esporte fácil de aprender, assim como a socialização, integração gerada antes, durante e depois dos jogos, agregando pessoas de diferentes idades, sexo, força, e uma competição saudável. Acho um esporte completo, que reúne saúde, bem-estar e lazer em uma única atividade, sem contar a energia que só quem está lá pode sentir. Uma sensação inexplicável, que vicia, quando você começa, não quer mais parar”, finaliza.
NO BRASIL
Apesar de ser novo no país, o Brasil já apresentou resultados positivos no esporte, como o 3º lugar no Campeonato Mundial em Ravenna (2008), o 1º lugar na Copa das Nações em Aruba (2010), campeão no mundial por equipes (2013), campeão mundial na Sérvia (2016), campeão Sul-Americano (2014) e campeão Pan-Americano (2014, 2015, 2016 e 2017). No país, o esporte é regulamentado pela Confederação Brasileira de Tênis.