Setor aquecido
Segundo gestores, mercado imobiliário da Região de Ribeirão Preto tem perspectiva promissora no pós-pandemia
Em agosto, as vendas de imóveis usados subiram 234% em relação ao mês anterior na Região de Ribeirão Preto, segundo pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECI-SP). De acordo com o levantamento realizado com 26 imobiliárias e corretores das cidades de Ribeirão Preto, Batatais, Jaboticabal, Monte Alto e Santo Antônio da Alegria, as locações subiram 136% no mesmo período. Entre os imóveis vendidos na região, 45% foram casas e 55% apartamentos.
Segundo o gestor de Relações Institucionais e de Marketing da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), os principais fatores econômicos que podem influenciar no mercado imobiliário são a inflação e a taxa de juros. “Em agosto de 2022, o IGP-M, conhecido como a ‘Inflação do aluguel’ por reajustar anualmente os contratos de aluguel, caiu 0,70%, contra alta de 0,21% em julho. Com o resultado, o índice acumulou 7,63% no ano e 8,59% em 12 meses. Em agosto de 2021, o índice havia subido 0,66% e acumulava alta de 31,12% em 12 meses. Apesar dessa queda, o comportamento recente do preço de locação de imóveis residenciais em Ribeirão Preto apresentou uma alta de 1,77% em agosto e de 11,10% no ano. O aumento da demanda é um dos motivos mais comuns do aumento dos preços. O preço médio de locação por m2 foi de R$19,31", explica Ferreira.
O gestor ainda avalia que o número de imóveis vagos aumentou em Ribeirão Preto em função da paralisação das atividades econômicas durante a pandemia da Covid-19, em que muitos comerciantes não conseguiram pagar o aluguel e devolveram o imóvel, enquanto nos escritórios, os funcionários passaram para o home office, desocupando andares e salas inteiras de prédios comerciais. "Com o retorno das atividades presenciais, a tendência é que esses imóveis comerciais sejam ocupados novamente. Segundo o índice Fipe, a venda de imóveis comerciais retraiu -0,03% em agosto e acumula baixa de -0,09% em 12 meses em todo o país. Por outro lado, a locação comercial vem aumentando, em 12 meses o indicador acumula alta de 4,49%, completa.
Perspectiva positiva
Na avaliação do sócio diretor da Bild Desenvolvimento Imobiliário em Ribeirão Preto, Thiago Faraco, o setor da construção civil sofreu muito com a alta da inflação, em especial, nos últimos dois anos. “Construir um novo imóvel hoje está muito mais caro do que alguns anos atrás, o que pressiona o preço dos imóveis novos para cima. O imóvel novo mais caro torna o imóvel usado ou a locação mais atrativa. Considerando esse movimento de venda de imóveis usados, podemos fazer uma analogia ao que aconteceu recentemente com o mercado de automóveis novos e usados: um movimento muito parecido com o aumento da procura de carros usados”.
Para Faraco, as perspectivas para o futuro do mercado são otimistas, com tendência de redução da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia. “Já enxergamos um cenário de arrefecimento da inflação, o que ajuda as famílias a se programarem melhor para a compra de imóveis principalmente na planta ou ainda em construção. Os especialistas em economia também apontam que chegamos no pico da taxa Selic e que a tendência para os próximos anos é a de redução. Isso aumenta o poder de compra dos clientes, facilitando a aquisição de imóveis”, avalia.
De acordo com o diretor comercial e administrativo da Hugo Engenharia, Marcelo Chibeni, Ribeirão Preto é uma das maiores economias do estado, com um Produto Interno Bruto (PIB) de relevância em nível nacional, elevado padrão de vida, renda per capita alta e vocação para os negócios e serviços. “Esse contexto atrai investidores, inclusive de fora, que investem em produtos imobiliários no perfil que construímos, ou seja, imóveis de médio a alto padrão. A expectativa é muito positiva, com o mercado se desenvolvendo ainda mais, principalmente, na Zona Sul. Estamos confiantes e, diante desse cenário promissor, teremos novos investimentos na cidade”, diz o diretor.
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