
Setor valorizado
O mercado imobiliário de Ribeirão Preto está em alta e uma combinação de fatores importantes é diretamente responsável pelo cenário favorável
O mercado imobiliário de Ribeirão Preto está em alta e uma combinação de fatores importantes é diretamente responsável pelo cenário favorável. A cidade é polo de referência regional em diversos setores, principalmente em serviços, o que atrai um número significativo de pessoas para viver ou trabalhar dentro de seus limites territoriais. Assim, a demanda por empreendimentos para moradia e para comércio é grande e continua crescendo.
As construtoras se empenham para suprir essa lacuna. Todos os anos, vários lançamentos, com propostas, tamanhos, formatos e preços diversos, são colocados à venda. A vasta oferta de crédito também é um facilitador fundamental nesse processo. A população melhorou seu poder aquisitivo e, além de realizar seus desejos de consumo comprando os imóveis para uso próprio, passou a investir nesse setor.
Antônio Fernandes, economista pós-graduado em Engenharia Econômica e Administração de Marketing, explica que existem duas formas básicas de investimento no mercado imobiliário: comprar um empreendimento residencial ou comercial e alugá-lo ou adquiri-lo, de preferência ainda na planta, e vendê-lo quando a construção estiver adiantada ou pronta, buscando a valorização. “Há, ainda, outra maneira de estar nesse ramo: aplicar a verba em fundos de investimentos imobiliários na BM&FBovespa, que funciona como a bolsa de valores. Hoje, existem mais de 20 fundos negociados com boa liquidez e expressiva distribuição de dividendos”, comenta.
Porém, o economista destaca que é preciso cautela na hora de fechar negócio. “Apesar do aquecimento do mercado, a taxa de retorno do investimento no caso do aluguel nem sempre pode ser considerada atrativa. Verificar esse valor é uma tarefa simples: basta dividir a quantia que foi paga pelo imóvel pelo montante que foi fixado como aluguel. As pesquisas mostram que o retorno, para imóveis novos, gira em torno de 0,40%. A rentabilidade pode ser muito maior se considerarmos outros tipos de investimentos, como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que é um ativo livre de risco no Brasil. Para se ter uma ideia, o CDI rendeu, no último mês de julho, 0,9665%. Ou seja, em tempos de preços extremamente elevados, se a pessoa não pesquisar e encontrar uma boa oportunidade, corre o risco de ter prejuízo ao invés de lucro”, explica Antônio. Para o especialista, a melhor alternativa atualmente é optar pela compra do imóvel na planta e revendê-lo. O preço no lançamento é mais acessível porque as construtoras necessitam de capital para iniciar a obra e, no final, além da valorização do terreno, o consumidor tem a valorização do empreendimento em si.
Atuando nesse segmento desde 1982, o diretor da construtora JV Dias, José Victor Dias, acompanhou de perto a evolução do mercado. Segundo ele, o investimento no mercado imobiliário, com ênfase no residencial, teve realmente sua expansão efetiva nos últimos anos. “Nos anos 80 e 90, não havia políticas habitacionais nem crédito suficiente para esse mercado. Consequentemente, não havia espaço para investimento. A situação atual é totalmente diferente. Desde 2003, importantes decisões foram tomadas pelo governo, como a criação do Ministério das Cidades, as mudanças na legislação, o aumento do crédito e a redução da taxa de juros. Tudo isso impulsionou o mercado imobiliário e que fez com que as pessoas enxergassem o ramo como um bom negócio”, aponta José Victor.
Um imóvel pode valorizar, em média, 60% da planta até a entrega das chaves, assim como pode valorizar mais de 120% transcorridos alguns anos após a conclusão. Algumas regiões da cidade atraem mais o público, como a Zona Sul. Nessa área, há um grande potencial de valorização. Para quem quer investir no setor, José Victor dá algumas dicas. “O primeiro fator a se analisar é se a incorporadora é idônea e investigar seu histórico de pontualidade na entrega das chaves. Posteriormente, é importante avaliar a área em que o empreendimento está localizado, ou seja, se está em uma região valorizada, assim como se há demanda no mercado para aquele tipo de imóvel, tanto para venda futura quanto para locação, sem deixar de observar a qualidade da construção e do acabamento”, sugere. Segundo o diretor da construtora, imóveis com metragem menor, que atendem uma gama mais ampla de consumidores, são os mais aceitos entre os investidores.
Orlando Carlos Guimarães Collucci acredita no mercado imobiliário como um forte gerador de renda e, por isso, é adepto desse tipo de investimento. Para o empresário, essa é a maneira mais segura de aplicar seu capital e obter lucro. O mais recente empreendimento adquirido foi o Edifício Sttutgart, da JV Dias. “Tenho uma longa parceria com a construtora. É preciso ter uma relação de extrema confiança com a empresa em que se investe. Isso é fundamental”, opina Orlando. O empresário, que vai revender o imóvel após a entrega das chaves, está satisfeito com o acordo fechado. “Com certeza é um ótimo negócio. Pretendo continuar investindo no setor e tendo um retorno positivo”, finaliza.
Texto: Paula Zuliani
Fotos: Julio Sian e arquivo