Sofisticação à francesa
Sapato Lanvin, Ammiratti.

Sofisticação à francesa

Graças à inspiração de Lanvin, pais e filhos também podem vestir-se iguais

Uma das estilistas mais célebres do século XX, a francesa Jeanne Lanvin nasceu em 1867 e começou a trabalhar muito jovem como modista de chapéus e costureira, em Paris. Porém, sua carreira emplacou quando passou a criar roupas para sua única filha, Marguerite, fruto de seu primeiro casamento.

As peças eram tão bonitas que chamavam a atenção da sociedade parisiense, a ponto de mães pedirem cópias dos vestidos para suas filhas. Logo, em 1902, Lanvin estava costurando vestidos iguais para mães e filhas, incluindo em sua clientela alguns dos nomes mais famosos da Europa.

Modesta, silenciosa e simples, tudo que a estilista criava virava sucesso, mas ela nunca se deslumbrou com tal situação. Soube criar com sensibilidade um estilo ideal para mulheres de elegância clássica da alta burguesia. Seus extraordinários vestidos eram facilmente identificáveis pelo uso intenso de bordados, rendas, lamê e pelo fino acabamento, além da concepção romântica com inspiração em formas vitorianas.

Jeanne usava tanto uma determinada tonalidade de azul que aquela cor ficou conhecida como “azul Lanvin”.
Seu trabalho sofreu influência oriental, com presença de roupas exóticas e feitas em tecidos preciosos, como veludo e cetim. Mais tarde, foi a vez dos famosos “robes de style”, caracterizados por cintura marcada e saias amplamente rodadas.

Jeanne era uma mulher de negócios, determinada e perfeccionista. Em 1925, a Maison Lanvin se dividia em mais de vinte ateliês entre diferentes departamentos: “sob medida”, roupa esporte, peles, lingerie, moda masculina, e finalmente uma butique de decoração. O império ainda incluiu uma fábrica de tintas para elaboração de cores que fazem a reputação da “Paleta Lanvin”, e a Lanvin Parfums.

O primeiro perfume lançado pela grife foi “My Sin” (“Meu Pecado”). Em seguida, veio o “Arpège”, cujo frasco, uma bola negra, mostrava a sigla dourada que representava, em estilização de Paul Iribe, uma mãe segurando a mão da filha, já que “mãe-e-filha” é símbolo dos trabalhos iniciais de Jeanne. Aliás, Marguerite era uma grande paixão para Lanvin. Além de amuleto da sorte, a filha assumiu a direção da Maison nos anos 50, após a morte da estilista.

Em seguida, a direção da casa passou a Antonio Castillo, que desde sua primeira coleção sempre seguiu de perto o estilo da fundadora. Quando Castillo deixou a Maison, em 1962, para abrir seu próprio negócio, foi sucedido por Jules François Crahay, que vinha do ateliê de Nina Ricci. O estilista brasileiro Ocimar Versolato também atuou na casa Lanvin, na segunda metade da década de 90, como diretor.

Porém, foi somente em 2001, com o estilista Alber Elbaz ,que a marca Lanvin retornou ao rol das mais desejadas e importantes na cena fashion e no mercado de luxo. Através de um trabalho de alta qualidade, Elbaz soube resgatar precisamente os valores da marca e trabalhar a modernidade sem perder a essência, que é o romantismo aliado à sofisticação.

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