Tempo de ouvir

Tempo de ouvir

Com o objetivo de valorizar o idoso, o Programa Ouvidores de História recruta voluntários

Saber ouvir é uma das maiores qualidades, essenciais a qualquer ser humano, porém às vezes o simples ato de ouvir é esquecido tamanha a necessidade de falar. Além disso, as pessoas gostam de ser ouvidas e sentem-se importantes quando alguém demonstra interesse pelo que elas têm a dizer, principalmente quando se trata de pessoas mais velhas.

Notando a dificuldade que as pessoas têm de ouvir umas às outras, o voluntário Verter Eitor Cortucci criou o programa Ouvidores de História, voltado especialmente para as pessoas de Terceira Idade que estão em asilos ou hospitais. “A partir de uma conversa informal com minha esposa vimos à importância de ouvir o que o outro tem para nos falar, e mais que isso, vimos como os idosos são carentes desse ouvido aconchegante, principalmente aqueles que estão em asilos ou que não tem mais vínculos com a família. Nós já éramos voluntários no Contadores de História então criar um novo programa foi fácil, após algumas ideias no papel desenvolvemos o Ouvidores de História para Terceira Idade”, explica o atual coordenador do programa.

Criado em 2008, com o intuito de promover entretenimento, recreação e valorização do conhecimento dos idosos, o programa Ouvidores de História transforma o dia do idoso em um momento mais agradável.

“É notável a mudança de muitos idosos quando eles passam a ser ouvidos por um de nossos voluntários, geralmente eles ficam mais sociáveis, conversam mais e convivem melhor com os outros companheiros, em alguns casos podemos até notar a diminuição dos remédios”, comenta Verter.

Para atingir este objetivo ,o programa conta com voluntários que visitam  asilos e hospitais assistindo o idoso, dando atenção e ouvindo, resgatando assim a sua autoestima. “Anualmente abrimos inscrições para os interessados em participar do programa, aquele que mostrar interesse frequenta um curso, passa por estágio em alguns asilos com um voluntario antigo e somente após se formar a pessoa pode ir até o asilo ou hospital que escolheu para começar o seu trabalho voluntário”, ressalta o coordenador do programa.

Atualmente o programa conta com trinta voluntários e atende cinco asilos e um hospital, Verter lembra que ser voluntário requer responsabilidade o que tem assustado algumas pessoas. “Geralmente a pessoa desperta a vontade de ser voluntario por achar que esse trabalho não tem regras, por isso, o número de pessoas que nos auxilia ainda é pequeno”, lamenta.

O coordenador acrescenta que a pessoa deve ter comprometimento, constância e consciência, pois existe outro ser humano envolvido na rotina dele. “Ser voluntario é gratificante, mas não podemos esquecer que temos horários e pessoas esperando por nós. Os idosos atendidos pelo programa esperam semanalmente por uma simples conversa, um toque, um olhar que seja”, explica.

Carmo Elias é voluntário do Ouvidores de História desde a primeira turma e viu o crescimento do programa e a evolução dos idosos atendidos. “Participo do programa desde 2008 e sei como cresceu de lá para cá. É impossível não se envolver com esses idosos, o carinho cresce junto com a convivência”, comenta o colaborador.

Elias lembra que em meio à correria da vida moderna, tornar-se voluntário é prazeroso, porém, difícil. É necessário abdicar de algumas horas do seu dia para dedicar-se ao outro e dessa forma preencher a lacuna de todos os envolvidos. “Eu recebi o bem ao ouvir, é preciso estar bem para receber algo em troca. Nós levamos os ouvidos eles trazem a experiência”, finaliza.

    

Seja um voluntário:

Os interessados podem procurar a sede do programa Ouvidores de História, que fica na Rua João Penteado, 676 – sobreloja ACI Boulevard – Jardim Sumaré ou através do telefone (16)3635.1739

Revide On-line
Texto: Pâmela Silva
Fotos: Carolina Alves

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