Toque de nostalgia

Toque de nostalgia

Ambientes contemporâneos ganham um tom de arte, ousadia e personalidade com a inclusão de peças no estilo retrô

O universo do design está em constante evolução. A cada ano, novas coleções são lançadas trazendo para o público inovações em formas, modelos, tamanhos, cores e texturas, resultado de muita pesquisa, trabalho e criatividade. Porém, para muitas pessoas, os ambientes contemporâneos, em que predomina a sobriedade, pedem um detalhe diferenciado, um toque de sofisticação, de ousadia e de contraste. É aí que entra em cena o retrô. Conceitos amplamente utilizados no passado voltam com tudo, transformam-se em referência na moda e são sinônimos de estilo.

Atuando no ramo de ambientação e decoração há dez anos, Silvana Cotrim descreve o estilo. “Retrô é um resgate, uma releitura de décadas anteriores. São peças produzidas atualmente, mantendo o design, os tons e as estampas de outras épocas, como uma inspiração. Há uma certa liberdade de expressão, o que resulta em peças mais divertidas e inusitadas. É uma forma de imprimir uma identidade própria em ambientes geralmente estereotipados”, comenta Silvana. A profissional ainda destaca que muitas pessoas confundem o retrô com o vintage e aproveita para esclarecer a diferença entre os dois gêneros. “Enquanto no estilo retrô a peça é atual, mas possui características antigas, no vintage a peça é original, produzida nos anos anteriores, como, por exemplo, nas décadas de 50 ou 60”, justifica.

O estilo pode se apresentar de diferentes maneiras e compor a decoração de qualquer espaço. Na mobília, o mercado oferece diversas opções, como poltronas, cadeiras, sofás, mesas e estantes. Segundo Malu Romani, gerente comercial da Evviva, há uma grande procura por móveis que seguem a linha retrô na loja. “Muitas pessoas se identificam com esse estilo e os fabricantes buscam atender a essa necessidade. Com cores e texturas carregadas de história e nostalgia, um pouco de bom humor e descontração, esse estilo é um sucesso”, opina. A gerente destaca que as peças predominantes hoje em dia são as que fazem menção às décadas de 60 e 70, onde as cores fortes e vibrantes ditavam a moda, juntamente com as linhas curvas, que na época lembravam peças espaciais e os madeirados em alto brilho.

Quanto aos acessórios, há também uma infinidade de produtos que seguem esse conceito, desde copos e jogos de jantar até eletrodomésticos, brinquedos para as crianças e objetos de decoração. “Além de serem lindas, as peças trazem uma bagagem cultural e artística muito forte. Antigamente, os produtos eram feitos de maneira artesanal e limitada. Eram realmente diferenciados, valorizavam qualquer ornamentação e, justamente por isso, continuam encantando até hoje”, explica Jussara Bernardes Silva Madeira, gerente comercial do Espaço Casa Affonso.

A organizadora de eventos Maria de Lourdes Bernardes Rotiroti é adepta do estilo. “Utilizo elementos retrô tanto na decoração dos eventos que faço quanto na minha casa. Esse gênero consegue aliar de maneira leve a arte, o glamour, o moderno e a descontração. Não há quem não veja e não fique maravilhado. As peças têm a cara da vovó, mas continuam atuais”, afirma. Em sua sala, a parede é revestida por quadros da atriz de cinema Marylin Monroe, um ícone dos anos 50. Em um cantinho no mesmo cômodo está um gramofone, famoso aparelho musical. Apesar da aparência antiga, é moderno e toca CD. Louças e cristais, entre outros ornamentos, também fazem parte da decoração de Maria de Lourdes.

Na hora de escolher a peça retrô, vale seguir o conselho de um profissional para que não haja exageros e que os itens interajam com equilíbrio e harmonia. Silvana dá algumas dicas preciosas. “A pessoa não pode ter medo de errar. O retrô dá liberdade de escolha, a possibilidade de ousar. Porém, é preciso sensibilidade para misturar. Além disso, vale investir no item retrô que traga boas memórias e resgate lindas histórias”, finaliza Silvana.

Compartilhar: