Viva na faixa

Viva na faixa

O projeto de educação no trânsito da TV Record desperta a consciência dos usuários sobre a importância do respeito à faixa de pedestres

Reforçar a ideia de que a faixa de pedestre é tão importante quanto qualquer outra sinalização de trânsito e deve ser respeitada é a premissa do projeto de educação no trânsito  “Viva na Faixa”, criado pela TV Record, que ficará no ar até dezembro deste ano. 

Através de uma série de reportagens realizadas por Rafael Pascuim, a emissora pretende mostrar que a sinalização é desrespeitada tanto pelo motorista, que não para o veículo quando o pedestre põe o pé na faixa, quanto pelo pedestre, que ignora a sinalização pondo sua vida em risco. 

 
As reportagens são exibidas às quartas-feiras no programa “Balanço Geral”, a partir das 12h, e reprisadas no “SP Record”, às 19h45. Além dos dois telejornais, a campanha é destaque no “Visita na Record”, que vai ao ar aos sábados, às 13h30. Também estão sendo exibidos VTs institucionais nos intervalos comerciais da emissora. 

 
A campanha “Viva na Faixa” foi lançada concomitantemente em Ribeirão Preto, Franca e São Carlos, que viabilizam a cobertura televisiva de 100 municípios pela Record. A cada semana, é desenvolvida em uma das três cidades. Além dos flagrantes de desrespeito à sinalização, são consultados especialistas e autoridades de trânsito. Os motoristas que respeitam a faixa ganham um selo com a marca da campanha, fator que amplia seu alcance nas ruas. 

 
Chico FerreiraO chefe de jornalismo da Record, Chico Ferreira, afirma que a emissora está cumprindo o papel de incentivar o respeito à vida. “Nossa missão, enquanto veículo de massa, vai além de dar as notícias — temos que agir como um agente de transformação da sociedade”, destaca.

 
A campanha objetiva reforçar, o Artigo 70 do Código de Trânsito Brasileiro. Nos EUA, na Europa e em algumas cidades do Brasil, a lei não tem que ser fiscalizada, já que o respeito ao pedestre e à vida já está na cabeça dos cidadãos. “Nossa intenção é que as pessoas não tenham que ser fiscalizadas para cumprir uma lei que denota bons modos e boa índole”, acrescenta Chico Ferreira.

 
Doutora em Psicologia do Trânsito, Raquel Almqvist afirma que o desrespeito às regras não implica, necessariamente, vontade ou desejo de transgressão das pessoas. Muitas vezes, denota o desconhecimento em relação a elas e ao perigo a que se expõem. “Os pedestres geralmente desconhecem as regras e não acreditam nas consequências do risco a que são expostos, o que os transformam no causador da maioria dos atropelamentos: atravessam pensando que estão sendo vistos pelo condutor e se sentem seguros, imaginando que o veículo vai parar”, explica.

 
Pesquisas mostram, entretanto, que o condutor do veículo não enxerga o pedestre ao mesmo tempo em que o seu veículo é avistado. O pedestre só é visto quando chega ao alcance da luz emitida pelos faróis. Outra questão é que o veículo, mesmo após a frenagem, ainda percorre certa distância, até parar definitivamente.

 
Para Raquel, campanhas educativas são a solução. O pedestre nem sempre é um condutor de veículo que passou por um centro de formação e pode desconhecer regras básicas que asseguram o seu deslocamento. O papel da “Viva na Faixa” é transmitir o conceito e conscientizar sobre o risco. “Esta iniciativa deve ser reconhecida no país, pois foca o pedestre, que é vulnerável e desprotegido. O formato da campanha contribuirá para uma mudança de comportamento e, por ser prolongada, trará não só a educação, mas a conscientização das pessoas. Evitaremos muitos atropelamentos”, finaliza. 

 
Baseada em sua experiência como advogada especialista em trânsito, Marli Iossi afirma que, em função da individualidade, tem havido uma tendência das pessoas tratarem o outro como inimigo, especialmente no trânsito. Mas esse não é o único fator que torna esse ambiente mais agressivo. Há o estresse e o aumento do volume de tráfego, em razão das facilidades para a compra de veículos. “As vias não foram projetadas para tanto carro, e a falta de consciência, de respeito pela vida e, em muitos casos, a certeza da impunidade também pesam”, esclarece.

 
Para a especialista, as campanhas em massa podem reverter este quadro. Mas ela defende que haja uma educação obrigatória, que deve começar na mais tenra idade. As pessoas sempre pesam as consequências de seus atos e normalmente costumam respeitar leis que poderiam levá-las a uma situação de desconforto perante os amigos e familiares, como acontece com a chamada Lei Seca, que criminalmente pode resultar em detenção: muitos já se habituaram à nova realidade e contratam motoristas ou elegem, na turma, um “motorista da vez”, quando pretendem sair para beber.

 
A campanha “Viva na Faixa”, da TV Record, é positiva, conforme Marli, porque visa à mudança de hábitos a partir de conscientização. “É o momento de induzir  ao resgate de valores como respeito e cortesia no trânsito. A iniciativa deve ser multiplicada para todo o país, fazendo com que o pedestre e o motorista adotem nova postura. Quando a educação fizer o efeito pretendido, com certeza não precisaremos ter tantos agentes de trânsito designados para multar”, enfatiza.

 
Um dos questionamentos geralmente levantados pelas pessoas em relação a essa norma é a falta de
faixa de pedestres em muitas das ruas da cidade. Fernando Antunes, gerente de Sinalização Viária da TRANSERP, destaca que, segundo o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), que disciplina tecnicamente os princípios de utilização da faixa de travessia de pedestres, a faixa deve ser utilizada em locais semaforizados ou não, onde o volume de pedestres é significativo, nas proximidades de escolas ou polos geradores de viagens, em meio de quadra ou onde estudos de engenharia indicarem sua necessidade. “As campanhas de conscientização sobre o uso e o respeito à sinalização de trânsito são importantes ferramentas para alterar comportamentos inadequados, e até mesmo inseguros, tanto para condutores de veículos, quanto para os pedestres”, conclui. 

 

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