Amamentar filho de outra mãe é contraindicado pela OMS

Amamentar filho de outra mãe é contraindicado pela OMS

A amamentação cruzada, quando uma mãe dá de mamar ao filho de outra pessoa, pode transmitir doenças pelo sangue

Devido ao risco de contaminação do recém nascido, a prática da mãe em dar de mamar ao filho de outra pessoa pode causar problemas

Amamentar filho de outra pessoa pode parecer coisa normal, ainda mais nos países subdesenvolvidos, como na África, Ásia, Etiópia, onde a falta de alimento é uma das principais dificuldades. Porém, a amamentação cruzada, quando uma mãe dá de mamar ao filho de outra pessoa, não é indicada pela Organização Mundial de Saúde. A prática é vetada pela portaria 1.093, de 26 de agosto de 1993.

De acordo com a enfermeira e coordenadora do Programa de Aleitamento Materno, da Secretaria Municipal da Saúde, de Ribeirão Preto, Marcia Guerreiro dos Reis, a amamentação cruzada é contra indicada pelo Ministério da Saúde, pelo risco de contaminação de doenças transmissíveis pelo sangue.

“É contraindicado pelo risco de contaminação de várias doenças que passam através do leite materno, do leite cru ordenhado e no contato com sangue na presença de lesões mamilares. Há também o risco de passagem de medicações que contraindicam o aleitamento”, explica.

Marcia afirma ainda que a amamentação cruzada foi utilizada pela população até o aparecimento dos casos de infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (Aids).

O principal risco da amamentação cruzada é a contaminação do bebê com doenças como, AIDS, Hepatite B ou C, Citomegalovírus, HTLV (Vírus Linfotrófico humano de célula T),Mononucleose infecciosa, Herpes simples ou Herpes zoster, sarampo, caxumba, rubéola, entre outras. 

Quando a mãe produz uma quantidade de leite insuficiente para amamentar seu filho, é aconselhável ela procurar a um banco de leite humano, onde o leite doado é passado por processos de higiene e controle. Além de ser pasteurizado.

A coordenadora do Programa de Aleitamento Materno comenta que as mulheres não devem ser desesperar.

“O início da amamentação é um momento difícil para muitas mães. Tanto a mulher, como as  famílias necessitam de ajuda e apoio. Situações, como dores para amamentar, "leite empedrado", bicos machucados, criança que não consegue mamar, entre outras, necessitam de apoio profissional”, aponta Márcia.

Importância

O leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento da criança, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies. Ele é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses de vida e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em torno de seis milhões de vidas de crianças estão sendo salvas a cada ano por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva.

Ainda de acordo com a OMS a amamentação previne mais mortes entre as crianças de menor nível socioeconômico. Enquanto para os bebês de mães com maior escolaridade o risco de morrerem no primeiro ano de vida era 3,5 vezes maior em crianças não amamentadas, quando comparadas com as amamentadas. Para as crianças de mães com menor escolaridade, esse risco era 7,6 vezes maior.

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