Anvisa autoriza início da segunda fase do Estudo Clínico com a Terapia Celular CAR-T em Ribeirão Preto
Parecer favorável foi divulgado nesta quarta-feira, 11 de dezembro
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o início da segunda fase do Estudo Clínico CARTHEDRALL, com Terapia Celular CAR-T desenvolvida pelo Hemocentro de Ribeirão Preto em parceria com o Instituto Butantan. O parecer favorável foi divulgado nesta quarta-feira, 11 de dezembro.
O estudo, financiado pelo Ministério da Saúde por meio do Programa para o Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (PROCIS), busca avaliar a segurança e eficácia da terapia em 81 pacientes com leucemia linfoide aguda de células B (LLA) ou linfoma não-Hodgkin de células B refratários. Na etapa inicial, realizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), os resultados foram promissores. Segundo o Prof. Dr. Diego Villa Clé, coordenador do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera), “todos os pacientes tratados responderam às células CAR-T, sem efeitos colaterais graves”.
Com a aprovação da Anvisa, os centros parceiros, como Beneficência Portuguesa e Hospital Sírio-Libanês (São Paulo), além do Hospital de Clínicas da UNICAMP (Campinas), poderão iniciar os tratamentos em janeiro de 2025.
Tecnologia nacional acessível ao SUS
A meta do projeto é oferecer o tratamento gratuitamente no SUS. O Prof. Dr. Rodrigo Calado, diretor do Hemocentro de Ribeirão Preto, explica que o objetivo é tornar a terapia financeiramente acessível. "Nosso trabalho é criar uma tecnologia 100% nacional, permitindo que todos os pacientes do SUS possam ser beneficiados", afirma.
Pioneirismo na América Latina
Desde 2019, o Hemocentro realiza tratamentos pioneiros com células CAR-T na América Latina, beneficiando mais de 20 pacientes. A tecnologia foi desenvolvida localmente, com apoio de instituições como a FAPESP e o Instituto Butantan.
Expansão da pesquisa em terapias celulares
Além do foco no câncer, o Hemocentro investe em novos estudos, incluindo o uso de células CAR-T para tratar doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico. Projetos com células CAR-NK, que oferecem vantagens como menor risco de reações adversas, também estão em desenvolvimento, com apoio de quase R$ 50 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Próximos passos
O investimento em terapias celulares é estratégico para o Brasil, aumentando a competitividade e a independência do país no setor de medicamentos avançados.
Para mais informações sobre o Estudo CARTHEDRALL, acesse o site oficial do Hemocentro de Ribeirão Preto: hemocentro.fmrp.usp.br.
*Com informações do Hemocentro de Ribeirão Preto
Foto: divulgação