Campanha Novembro Roxo amplia a informação sobre o nascimento de bebês prematuros

Campanha Novembro Roxo amplia a informação sobre o nascimento de bebês prematuros

Prematuridade oferece riscos à saúde do recém-nascido, exigindo vários cuidados médicos e multidisciplinares

A campanha Novembro Roxo pega carona no Dia Mundial da Prematuridade — 17 de novembro —, para chamar a atenção da população e conscientizar sobre a principal causa global da mortalidade infantil antes dos cinco anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, são registrados em torno de 340 mil nascimentos prematuros no Brasil todos os anos — o equivalente a seis casos a cada dez minutos.

 

O país ocupa a 10ª posição no ranking mundial das nações com mais nascimentos prematuros, um dado que preocupa. Mais de 12% dos nascimentos no país acontecem antes da gestação chegar a 37 semanas — que é o período de uma gestação completa (entre 37 e 42 semanas) —, e a prematuridade oferece riscos à saúde do recém-nascido, exigindo vários cuidados médicos e multidisciplinares, realizados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neonatal).


Entre as causas da prematuridade, segundo especialistas, estão o uso de álcool, drogas e fumo, além do estresse, infecções urinárias, diabetes não controlado, obesidade, hipertensão e gravidez múltipla. “A principal causa para que o parto ocorra prematuramente é a falta de cuidados durante a gestação, daí a importância do pré-natal bem feito”, destaca a médica Mariana Jordão Cury, coordenadora da UTI Neonatal e Neonatologia da Maternidade do Hospital Ribeirânia, junto com os médicos Gustavo Lulio e Gustavo Xavier Yamaguti. Para eles, o caminho para diminuir o crescente número de prematuros é ampliar o acesso a informação. 

 


Coordenadores de UTI Neonatal no Hospital Ribeirânia, Mariana Jordão Cury; Gustavo Lulio e Gustavo Xavier Yamaguti alertam para a importância dos cuidados para redução de sequelas temporárias e permanentes, comuns em bebês prematuros


Os casos são divididos em prematuros extremos (nascidos com menos de 28 semanas) e prematuros tardios (entre 34-37 semanas) e, segundo os médicos, quanto menor o bebê em semanas, mais grave o quadro, mas tudo depende muito do peso — pois eles podem ser pequenos, adequados ou grandes para a idade gestacional —, e também da patologia materna ou causa do parto prematuro. “São muitas as complicações possíveis, mas principalmente infecção e temos que pensar também nas sequelas, pois não é simplesmente sobreviver, mas reduzir sequelas temporárias e permanentes. Entre as mais comuns estão as neurológicas, de visão e respiratórias”, alertam.


Jaqueline Toledo, mãe ‘de primeira viagem’ do Antônio — que nasceu de 29 semanas, acreditava ser uma pessoa paciente, mas diz estar aprendendo sobre a paciência, de fato, agora, ao vivenciar essa experiência. “Ser paciente é saber esperar, saber que vão ter dias bons e ruins, e que tudo vai passar”, descreve.

 

Ela teve insuficiência placentária e precisou fazer parto de emergência. Antônio nasceu no dia 1º de novembro, com 1,2 kg, e ela passa todas as tardes com ele desde então. “Chego 12h e vou embora às 19h. Converso, faço carinho e tento acalmar quando ele está nervoso. No começo foi complicado, porque estava me recuperando da cesárea e ainda precisava ser forte para ele, mas a gente vai acompanhando todo esse processo e crescendo junto. É cada vez mais difícil deixar ele aqui. Só entende mesmo quem está aqui dentro”, finaliza. 

 

Jaqueline Toledo, mãe do Antônio, passa todos os dias junto do filho, acompanhando cada detalhe do seu crescimento


Fotos: Revide

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